Rendimento médio real alcança recorde da série significativa, apesar do aumento na desocupação
A taxa de desocupação no Brasil alcançou 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2025, um aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (6,1%). Em comparação com o mesmo período de 2024, houve uma queda de 1,1 ponto percentual, quando a taxa era de 7,8%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (28).Segundo o levantamento, a população desocupada chegou a 7,5
milhões de pessoas, registrando um crescimento de 10,4% (mais 701 mil pessoas)
em relação ao trimestre anterior. Contudo, em relação ao mesmo período do ano
passado, houve uma redução de 12,5% (menos 1,1 milhão de pessoas).
A população ocupada foi estimada em 102,7 milhões de
pessoas, com uma queda de 1,2% (menos 1,2 milhão de pessoas) em comparação ao
trimestre anterior. No entanto, em relação ao mesmo trimestre de 2024, houve um
crescimento de 2,4% (mais 2,4 milhões de pessoas). O nível de ocupação, que
representa o percentual de pessoas ocupadas em relação à população em idade de
trabalhar, ficou em 58,0%, com redução de 0,8 ponto percentual no trimestre e
alta de 0,9 ponto percentual no ano.
Setor privado e informalidade
O número de empregados no setor privado (53,1 milhões) caiu
0,8% (menos 440 mil pessoas) no trimestre, mas cresceu 3,5% (mais 1,8 milhão de
pessoas) no ano. Entre os empregados com carteira assinada, o contingente
atingiu 39,6 milhões, um novo recorde na série histórica iniciada em 2012, com
alta de 1,1% (mais 421 mil pessoas) no trimestre e 4,1% (mais 1,6 milhão de
pessoas) no ano.
Em contrapartida, o número de empregados sem carteira
assinada no setor privado caiu 6,0% (menos 861 mil pessoas) no trimestre e
manteve-se estável em relação ao ano anterior. Já o número de trabalhadores
domésticos (5,7 milhões) apresentou queda de 5,0% (menos 300 mil pessoas) no
trimestre e de 3,7% (menos 219 mil pessoas) no ano.
A taxa de informalidade foi de 38,1% da população ocupada, o
que corresponde a 39,1 milhões de trabalhadores informais. No trimestre
anterior, essa taxa era de 38,7%, o mesmo percentual registrado no trimestre
encerrado em fevereiro de 2024.
Rendimento em alta
Apesar do aumento na taxa de desocupação, o rendimento médio
real habitual alcançou R$ 3.378, representando um aumento de 1,3% em relação ao
trimestre anterior e de 3,6% em comparação ao mesmo período de 2024. Esse valor
é considerado o maior da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.
A massa de rendimento real habitual, que corresponde ao
montante total recebido pelos trabalhadores, foi estimada em R$ 342 bilhões. O
valor manteve-se estável em relação ao trimestre anterior, mas apresentou um
crescimento de 6,2% (mais R$ 20 bilhões) em relação ao ano anterior.
Subutilização e desalento
A taxa de subutilização da força de trabalho, que inclui
pessoas desempregadas, subocupadas por insuficiência de horas e em busca de
trabalho, foi de 15,7%. Houve um aumento de 0,4 ponto percentual em relação ao
trimestre anterior (15,2%) e uma queda de 2,1 pontos percentuais em relação ao
mesmo período de 2024 (17,8%).
A população subutilizada chegou a 18,3 milhões de pessoas,
com um crescimento de 2,8% (mais 491 mil pessoas) no trimestre, mas uma redução
de 11,5% (menos 2,4 milhões de pessoas) em relação ao ano anterior.
O número de desalentados, que representa as pessoas que
desistiram de procurar trabalho, atingiu 3,2 milhões, com crescimento de 6,9%
(mais 208 mil pessoas) no trimestre e queda de 11,8% (menos 435 mil pessoas) no
ano. O percentual de desalentados em relação à população em idade de trabalhar
foi de 2,9%, aumentando 0,2 ponto percentual no trimestre e recuando 0,4 ponto
percentual em relação ao ano anterior.
Análise por setores
Entre os setores econômicos, houve redução no número de
trabalhadores em três áreas no trimestre encerrado em fevereiro de 2025:
- Construção:
-4,0% (menos 310 mil pessoas);
- Administração
pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços
sociais: -2,5% (menos 468 mil pessoas);
- Serviços
domésticos: -4,8% (menos 290 mil pessoas).
Em comparação com o mesmo trimestre de 2024, quatro setores
apresentaram crescimento:
- Indústria
Geral: 3,2% (mais 409 mil pessoas);
- Comércio
e reparação de veículos: 3,6% (mais 690 mil pessoas);
- Informação,
comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e
administrativas: 3,5% (mais 447 mil pessoas);
- Administração
pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços
sociais: 4,1% (mais 717 mil pessoas).
Apenas o grupamento de serviços domésticos apresentou
redução em ambas as comparações, com queda de 3,6% (menos 216 mil pessoas) em
relação ao ano anterior.
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