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Diego Rivera |
Esta série de artigos buscará explorar, ao longo das
próximas semanas, diversos aspectos da civilização asteca, desde suas origens
até a queda do império diante das forças espanholas lideradas por Hernán Cortés
em 1521. No artigo de hoje, apresentaremos uma visão geral sobre quem eram os
astecas, suas principais características culturais, políticas e sociais, e como
sua história impactou o mundo contemporâneo.
As Origens dos astecas
A origem dos astecas está envolta em mitos e tradições
orais. Segundo relatos históricos e arqueológicos, eles migraram do norte do
atual México, de uma região mítica chamada Aztlán, para o Vale do México. Por
volta de 1325, estabeleceram-se em uma ilha no Lago Texcoco, onde fundaram sua
capital, Tenochtitlán – a cidade que se tornaria o coração do império.
Os astecas adotaram e adaptaram práticas culturais de
civilizações anteriores, como os toltecas e os teotihuacanos, integrando esses
conhecimentos em suas próprias tradições. Essa capacidade de assimilação e
adaptação foi crucial para a rápida expansão e consolidação do império.
Organização política e social
O Império Asteca era organizado como uma confederação de
três cidades-estado: Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopan, em uma aliança conhecida
como a Tríplice Aliança. Destas, Tenochtitlán era a cidade dominante. O poder
político era centralizado na figura do Huey Tlatoani ("Grande
Orador"), o imperador asteca, que exercia autoridade suprema em assuntos
militares, religiosos e civis.
A sociedade asteca era rigidamente hierarquizada. No topo
estavam os nobres (pipiltin), que ocupavam cargos administrativos e militares.
Abaixo deles estavam os plebeus (macehualtin), responsáveis pela agricultura e
pelo artesanato. Havia também os escravos (tlacotin), geralmente prisioneiros
de guerra ou devedores.
Religião e cosmovisão asteca
A religião desempenhava um papel central na vida asteca.
Eles acreditavam que o universo estava em constante equilíbrio entre forças
opostas e que os deuses precisavam ser apaziguados por meio de rituais e
sacrifícios humanos. Entre suas divindades mais veneradas estavam
Huitzilopochtli, deus da guerra e do sol, e Tlaloc, deus da chuva.
Os astecas realizavam elaboradas cerimônias religiosas em
templos grandiosos, como o Templo Mayor em Tenochtitlán. Os sacrifícios humanos
eram entendidos como uma forma de manter o ciclo cósmico e garantir a
sobrevivência do mundo.
Legado e influência contemporânea
Apesar da destruição do império pelos conquistadores
espanhóis, o legado asteca persiste em diversas formas. Muitos aspectos de sua
cultura, como a língua náuatle, ainda são falados por comunidades indígenas no
México. Além disso, festivais e tradições populares refletem influências
astecas em celebrações contemporâneas.
A arqueologia moderna, por meio de escavações em
Tenochtitlán (atual Cidade do México), continua a revelar novos detalhes sobre
a vida asteca, ajudando a reconstituir sua complexa história e a compreender
sua importância na formação da identidade mexicana.
Conclusão
Os astecas foram uma civilização impressionante que deixou
um impacto duradouro na história do México e do mundo. Ao longo desta série,
aprofundaremos aspectos específicos da vida asteca, como a educação, o sistema
de tributos, a arte, a arquitetura e os eventos que culminaram na queda do
império.
Na próxima semana, exploraremos em detalhes a fundação de
Tenochtitlán e a formação da Tríplice Aliança, compreendendo como essas
estruturas moldaram o poderio asteca.
Referências Bibliográficas
- CARRASCO,
David. The Aztecs: A Very Short Introduction. Oxford: Oxford
University Press, 2011.
- LEÓN-PORTILLA,
Miguel. Aztec Thought and Culture: A Study of the Ancient Nahuatl Mind.
Norman: University of Oklahoma Press, 1990.
- SMITH,
Michael E. The Aztecs. Oxford: Blackwell Publishing, 2003.
- HASSIG,
Ross. Aztec Warfare: Imperial Expansion and Political Control.
Norman: University of Oklahoma Press, 1988.
- Instituto
Nacional de Antropología e Historia (INAH). https://www.inah.gob.mx
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