Saldo total atinge R$18,5 trilhões, impactado pela valorização do real e retração nas captações externas
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O crédito ampliado destinado a empresas somou R$6,6 trilhões
(55,2% do PIB), registrando uma queda mensal de 1,9%. O recuo foi puxado pela
retração de 4,4% nos empréstimos externos e de 2,0% nos créditos do Sistema
Financeiro Nacional (SFN). Na comparação anual, porém, o crescimento de 17,8%
foi impulsionado pelo aumento de 30,1% nos títulos de dívida e de 16,8% nos
empréstimos externos.
O crédito ampliado às famílias chegou a R$4,3 trilhões
(36,3% do PIB), apresentando uma expansão de 1,1% no mês e de 12,6% em doze
meses, com forte impacto do crescimento dos empréstimos do SFN.
Operações de crédito do SFN mantêm estabilidade
O saldo das operações de crédito do SFN permaneceu estável
em janeiro, totalizando R$6,5 trilhões. Houve um aumento de 1,2% na carteira de
crédito para pessoas físicas, que somou R$4,0 trilhões, enquanto o saldo das
pessoas jurídicas sofreu uma queda de 1,8%, atingindo R$2,5 trilhões. No
acumulado de doze meses, o crescimento foi de 11,7%, acelerando em relação aos
11,5% observados no mês anterior.
O crédito com recursos livres alcançou R$3,7 trilhões, com
uma retração de 0,5% no mês e um crescimento anual de 11,5%. O crédito livre
para empresas totalizou R$1,5 trilhão, registrando uma queda de 3,2% no mês e
uma alta de 9,7% em doze meses, impactado pela redução na carteira de desconto
de duplicatas e outros recebíveis (-15,6%) e pela queda nos estoques de capital
de giro total (-1,0%).
Para as famílias, o crédito livre aumentou 1,4% no mês e
12,7% no ano, somando R$2,2 trilhões, impulsionado pelo crescimento no crédito
pessoal não consignado (2,6%), financiamento de veículos (2,0%) e cartão de
crédito rotativo (6,7%).
Juros e inadimplência apresentam variações
A taxa média de juros das concessões de crédito atingiu
29,8% ao ano em janeiro, aumentando 1,2 ponto percentual no mês e 1,7 p.p. em
doze meses. No crédito livre, a taxa de juros alcançou 42,3% ao ano, com
avanços de 1,6 p.p. no mês e 2,0 p.p. no ano. Destaque para as elevações nas
taxas de cartão de crédito rotativo (+103,1 p.p.) e capital de giro com prazo
de até 365 dias (+9,3 p.p.).
O índice de inadimplência do SFN atingiu 3,2%, com alta
mensal de 0,3 p.p. e queda de 0,1 p.p. no ano. No crédito livre, a
inadimplência foi de 4,4%, crescendo 0,3 p.p. no mês. A taxa para pessoas
jurídicas subiu para 2,8%, enquanto para famílias manteve-se estável em 5,5%.
Alterações regulatórias impactam o setor
A Lei
nº 14.690, sancionada em outubro de 2023, estabeleceu um limite para os
juros e encargos financeiros cobrados em operações de cartão de crédito
rotativo e parcelado. O Banco Central começou a divulgar estatísticas sobre o
impacto da legislação, permitindo maior transparência na cobrança de taxas.
Além disso, a revisão das estatísticas de crédito, em
conformidade com a Resolução
CMN nº 4.966/2021, alterou a metodologia de classificação do risco de
crédito e a provisão para perdas esperadas. A partir de janeiro de 2025, as
instituições financeiras passarão a categorizar os créditos em três estágios
distintos, substituindo a classificação anterior baseada em níveis de risco.
As mudanças regulatórias e a dinâmica do mercado de crédito
seguem influenciando os rumos do setor, com impactos tanto para empresas quanto
para famílias brasileiras.
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