![]() |
Palácio de Buckinghan / PixaBay |
Ao longo dos séculos, muitos territórios optaram por se
desvincular da monarquia britânica, buscando autonomia e identidade própria. Um
exemplo recente foi Barbados, que, em 30 de novembro de 2021, se
tornou oficialmente uma república, rompendo os últimos laços com a Coroa
britânica. Apesar disso, a monarquia do Reino Unido segue com grande prestígio
e influência ao redor do mundo.
A monarca de maior tempo de reinado
Ao falar do Reino Unido, é impossível não destacar a figura
da Rainha Elizabeth II, que foi a monarca com o mais longo período de
reinado da história britânica. Durante 70 anos, Elizabeth II esteve no
trono, atravessando gerações e sendo testemunha de importantes transformações
globais e nacionais. Sua morte ocorreu no dia 8 de setembro de 2022, no
Castelo de Balmoral, na Escócia.
Com o falecimento da Rainha, seu filho mais velho, Charles
III, foi proclamado rei, dando continuidade à dinastia Windsor e
inaugurando um novo capítulo na história da monarquia britânica.
Quem pode ser rei ou rainha no Reino Unido?
Segundo as tradições e normas que regem a sucessão ao trono
britânico, apenas pessoas nascidas no Reino Unido, especificamente descendentes
da linha sucessória legítima, podem ocupar o cargo de monarca. Além disso, há
um requisito fundamental: o monarca precisa ser obrigatoriamente de religião
protestante, seguindo a fé estabelecida pelo Act of Settlement de 1701.
Religião oficial no Reino Unido
A religião oficial do Reino Unido varia conforme cada uma
das nações que o compõem:
- Inglaterra:
A religião oficial é o Anglicanismo, com a Igreja Anglicana,
e o monarca atua como seu governador supremo.
- Escócia:
A Igreja Presbiteriana é a principal e detém status oficial, embora
com autonomia e sem intervenção direta do monarca, que apenas garante sua
preservação.
- País
de Gales e Irlanda do Norte: Não possuem uma igreja oficial. No
entanto, há predominância de tradições anglicanas, metodistas e
presbiterianas.
O papel político do rei
Embora o Reino Unido seja uma monarquia constitucional, em
que o poder de governo está nas mãos do Parlamento e do Primeiro-Ministro, o
rei ainda exerce funções importantes dentro do protocolo político. Entre suas
principais atribuições, estão:
- Abertura
oficial e dissolução do Parlamento.
- Nomeação
formal do Primeiro-Ministro.
- Sancionamento
de leis aprovadas, através do chamado Royal Assent.
Na prática, esses poderes são mais simbólicos do que
interventivos, já que as decisões políticas são tomadas pelo governo eleito. O
monarca atua como chefe de Estado, representando a unidade e continuidade da
nação.
A abrangência do Reino Unido e a saída de países
Além de suas quatro nações constituintes, o Reino Unido
mantém relações com várias nações por meio da Commonwealth, uma
organização que reúne ex-colônias britânicas e países que compartilham laços
históricos com a Coroa. No entanto, muitos países já optaram por romper esse
vínculo. Um caso emblemático foi o de Barbados, que retirou a rainha
Elizabeth II como chefe de Estado e passou a se autodeclarar república,
encerrando um ciclo de mais de 400 anos de domínio britânico.
Ainda assim, outras nações, como Canadá, Austrália
e Nova Zelândia, continuam reconhecendo o monarca britânico como seu
chefe de Estado, embora possuam autonomia política plena.
Conclusão
Mesmo com as mudanças políticas globais, a monarquia
britânica permanece como um dos maiores símbolos históricos e culturais do
mundo. A morte da Rainha Elizabeth II e a ascensão de Charles III sinalizam uma
nova era, mas que ainda se apoia em tradições centenárias. Ao mesmo tempo em
que países buscam autonomia, como Barbados, outros mantêm o respeito e os
vínculos com a realeza britânica, reafirmando a relevância histórica do Reino
Unido no cenário internacional.
Referências
BBC News. Barbados se torna república e retira rainha
Elizabeth II como chefe de Estado. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-59465640.
Acesso em: fev. 2025.
BOGUE, David. The British Monarchy: Past, Present, and
Future. London: Routledge, 2021.
CANNADINE, David. Elizabeth II: A Life of a Queen.
Oxford: Oxford University Press, 2022.
CROSS, Anthony R. The Church of England and Its Impact on
British Society. Cambridge: Cambridge University Press, 2019.
HEFFERNAN, Michael. The United Kingdom: Nation, State,
and Empire. London: Palgrave Macmillan, 2020.
MACCULLOCH, Diarmaid. Christianity: The First Three
Thousand Years. New York: Penguin Books, 2020.
STARKEY, David. Monarchy: The Royal Family at Work.
London: HarperCollins, 2019.
THE ROYAL FAMILY. The Death of Her Majesty The Queen.
Disponível em: https://www.royal.uk.
Acesso em: fev. 2025.
Nenhum comentário:
Postar um comentário