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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Agropecuária Redesenha o Mapa Econômico do Brasil: Oito Estados Crescem Acima da Média Nacional em 2023

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Em um cenário de recuperação econômica global e desafios internos, o Brasil registrou um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,2% em 2023. No entanto, por trás dessa média nacional, esconde-se uma realidade de profunda transformação e regionalização do desenvolvimento. Longe dos grandes centros industriais e financeiros, a agropecuária emergiu como a força motriz que impulsionou o crescimento de oito estados brasileiros, permitindo-lhes superar significativamente o desempenho do país e, em alguns casos, redefinir sua participação na economia nacional. Este fenômeno, que vem se consolidando há mais de duas décadas, aponta para um Brasil de múltiplas velocidades, onde o campo se consolida como um pilar fundamental da prosperidade.

O Brasil em 2023: Uma Média que Esconde Disparidades

O crescimento de 3,2% do PIB brasileiro em 2023, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi um resultado robusto, impulsionado principalmente por uma safra recorde e um setor de serviços resiliente. Contudo, a análise aprofundada revela que essa expansão não foi homogênea. Dos 27 estados e o Distrito Federal, 13 unidades da federação conseguiram superar essa média nacional, demonstrando dinâmicas econômicas particulares e, em muitos casos, uma forte dependência de setores específicos.

Dentre esses estados de destaque, um grupo se sobressai pela clara influência do agronegócio: Acre, Amazonas, Amapá, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Esses oito estados, localizados predominantemente nas regiões Norte e Centro-Oeste, viram suas economias florescerem graças ao desempenho excepcional da agropecuária. O setor, que já é um dos pilares da balança comercial brasileira, mostrou sua capacidade de gerar riqueza e desenvolvimento local, mesmo em um contexto de flutuações econômicas globais.

O Motor do Campo: A Força da Agropecuária

A contribuição da agropecuária para o crescimento desses estados é inegável. Em 2023, o setor foi beneficiado por condições climáticas favoráveis em diversas regiões produtoras, aliadas a investimentos em tecnologia e manejo que resultaram em safras recordes, especialmente de grãos como a soja e o milho. A demanda global por alimentos e commodities agrícolas também manteve os preços em patamares atrativos, garantindo rentabilidade aos produtores e impulsionando toda a cadeia produtiva.

O Acre, por exemplo, liderou o ranking de crescimento entre todos os estados, com uma impressionante expansão de 14,7% em seu PIB. Embora sua base econômica seja menor em comparação com estados mais industrializados, o salto é um testemunho do potencial de desenvolvimento impulsionado por atividades primárias e pela expansão de fronteiras agrícolas. Outros estados da região Norte, como Amazonas, Amapá e Roraima, também registraram crescimentos significativos, evidenciando uma nova dinâmica econômica para a Amazônia Legal, que vai além da Zona Franca de Manaus e se volta para a exploração sustentável de seus recursos.

No Centro-Oeste, a história é ainda mais consolidada. A região, que já é o celeiro do Brasil, registrou uma expansão de 7,6% em seu PIB, mais que o dobro da média nacional. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins (este último, embora geograficamente no Norte, possui forte integração econômica com o Centro-Oeste) são exemplos claros de como a modernização e a escala da produção agropecuária podem transformar economias estaduais.

A Soja como Protagonista no Centro-Oeste

Dentro do contexto da agropecuária, a soja merece um capítulo à parte. A oleaginosa, principal produto de exportação do agronegócio brasileiro, foi a grande protagonista do crescimento do Centro-Oeste. Com safras cada vez maiores e o avanço da tecnologia de cultivo, a região consolidou-se como um dos maiores produtores mundiais. A expansão das áreas cultivadas, o uso de sementes geneticamente modificadas de alta produtividade e a aplicação de técnicas de agricultura de precisão permitiram que os estados do Centro-Oeste alcançassem patamares de produção antes inimagináveis.

Mato Grosso, em particular, é um caso emblemático. O estado registrou um crescimento de 12,5% em seu PIB em 2023, um dos maiores do país. Mais do que isso, sua participação no PIB nacional quase dobrou em pouco mais de duas décadas, saltando de 1,3% em 2002 para 2,5% em 2023. Esse dado não apenas reflete o dinamismo da economia mato-grossense, mas também a crescente importância do agronegócio na composição da riqueza brasileira. A pujança da soja e do milho em Mato Grosso gera um efeito cascata, impulsionando setores como transporte, armazenagem, máquinas agrícolas, insumos e serviços financeiros, criando um ecossistema econômico robusto e interconectado.

Contrastes Regionais: São Paulo e Rondônia

Enquanto o Centro-Oeste e partes do Norte celebravam o boom do agronegócio, estados com economias mais diversificadas e tradicionais apresentavam ritmos de crescimento distintos. São Paulo, a maior economia do país, registrou um crescimento de 2,1% em 2023, ficando abaixo da média nacional. Embora ainda seja um gigante econômico, o estado tem visto sua participação relativa no PIB nacional diminuir gradualmente ao longo dos anos, refletindo uma tendência de desconcentração econômica e o amadurecimento de seus setores industrial e de serviços. A menor dependência da agropecuária em sua matriz econômica e a complexidade de sua estrutura industrial e de serviços podem explicar um ritmo de crescimento mais moderado em comparação com os estados do agronegócio.

Por outro lado, Rondônia, um estado também com forte vocação agrícola, registrou um crescimento de 2,9%, ligeiramente abaixo da média nacional. Este dado sugere que, embora a agropecuária seja um fator importante, outros elementos como a diversificação de culturas, a infraestrutura logística e a capacidade de agregação de valor aos produtos podem influenciar o desempenho final. O Rio Grande do Sul, outro estado com forte tradição agropecuária, também ficou abaixo da média nacional (2,7%), possivelmente impactado por eventos climáticos ou outras dinâmicas setoriais específicas.

Contexto Histórico: A Desconcentração Econômica e a Marcha para o Oeste

A ascensão da agropecuária como motor de desenvolvimento em estados do Norte e Centro-Oeste não é um fenômeno isolado de 2023, mas sim a consolidação de uma tendência histórica. Desde o início dos anos 2000, o Brasil tem testemunhado uma gradual desconcentração econômica, com a participação de estados do Sudeste e Sul no PIB nacional diminuindo em favor de regiões como o Centro-Oeste e, mais recentemente, o Norte.

Entre 2002 e 2023, a participação do Centro-Oeste no PIB nacional saltou de 9,6% para 12,1%, enquanto a do Norte passou de 4,9% para 5,9%. Em contrapartida, o Sudeste viu sua fatia cair de 55,4% para 51,9%, e o Sul, de 17,2% para 16,8%. Essa "marcha para o Oeste" e para o Norte, impulsionada pela expansão da fronteira agrícola e pela modernização do campo, tem redistribuído a riqueza e o poder econômico pelo território brasileiro. A capacidade de produção em larga escala, a adaptação a diferentes biomas e o investimento em pesquisa e desenvolvimento (como a Embrapa) foram cruciais para essa transformação, permitindo que o Brasil se tornasse uma potência agrícola global.

Impactos Econômicos da Agropecuária: Além da Porteira

Os impactos do crescimento impulsionado pela agropecuária vão muito além das lavouras e pastagens. Para os estados em crescimento, essa pujança se traduz em:

  • Aumento da arrecadação: Maiores volumes de produção e exportação geram mais impostos (ICMS, IPI, etc.), fortalecendo os orçamentos estaduais e municipais.
  • Geração de empregos: O agronegócio, embora cada vez mais tecnológico, ainda demanda mão de obra, tanto direta (no campo) quanto indireta (em indústrias de processamento, transporte, comércio de insumos, serviços veterinários, etc.).
  • Atração de investimentos: O dinamismo do setor atrai capital para a expansão de infraestrutura, novas tecnologias e diversificação de atividades relacionadas.
  • Desenvolvimento regional: O crescimento econômico impulsiona o comércio local, o setor de serviços e a melhoria da qualidade de vida nas cidades do interior.

Para o Brasil como um todo, a agropecuária desempenha um papel crucial como:

  • Motor das exportações: O agronegócio é o principal responsável pelo superávit da balança comercial brasileira, gerando divisas que são essenciais para a estabilidade econômica do país.
  • Segurança alimentar global: O Brasil se consolida como um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo, contribuindo para a segurança alimentar de diversas nações.
  • Resiliência econômica: Em momentos de crise em outros setores, a agropecuária frequentemente atua como um amortecedor, garantindo um piso de atividade econômica e exportações.

No entanto, esse crescimento também exige investimentos massivos em infraestrutura. A expansão da produção demanda melhores rodovias, ferrovias, hidrovias e portos para escoar a safra. A capacidade de armazenagem precisa acompanhar o volume produzido, e a oferta de energia e conectividade digital são vitais para a modernização contínua do campo.

Desafios e Perspectivas Futuras: Equilibrando Crescimento e Sustentabilidade

Apesar do cenário promissor, o crescimento impulsionado pela agropecuária não está isento de desafios e exige uma visão estratégica para o futuro.

  • Sustentabilidade Ambiental: A expansão da fronteira agrícola, especialmente em biomas sensíveis como a Amazônia e o Cerrado, levanta preocupações ambientais. A pressão por desmatamento, o uso de recursos hídricos e a emissão de gases de efeito estufa são questões críticas. O futuro do agronegócio brasileiro passa necessariamente pela adoção de práticas mais sustentáveis, como a agricultura de baixo carbono, a recuperação de pastagens degradadas e a conformidade com as leis ambientais. A conciliação entre produção e preservação é um imperativo, tanto para a imagem do Brasil no cenário internacional quanto para a longevidade do próprio setor.
  • Infraestrutura Logística: O gargalo logístico é um desafio persistente. A distância entre as áreas produtoras e os portos de exportação, a precariedade de algumas rodovias e a subutilização de modais mais eficientes como ferrovias e hidrovias encarecem o custo de produção e reduzem a competitividade. Investimentos contínuos e planejamento de longo prazo são essenciais para otimizar o escoamento da safra.
  • Dependência de Commodities: A forte dependência de commodities agrícolas expõe a economia desses estados e do Brasil a flutuações de preços no mercado internacional, que são influenciadas por fatores geopolíticos, climáticos e econômicos globais. Uma queda abrupta nos preços pode impactar severamente a rentabilidade e o crescimento.
  • Potencial de Diversificação Econômica: Para garantir um desenvolvimento mais robusto e resiliente, é fundamental que esses estados busquem a diversificação de suas economias. Isso inclui a agregação de valor aos produtos agrícolas (agroindústria), o desenvolvimento de setores de serviços especializados (logística, tecnologia para o campo), e a exploração de outras vocações econômicas regionais. A criação de um ambiente favorável para a inovação e o empreendedorismo pode ajudar a reduzir a dependência exclusiva da produção primária.

Conclusão: Um Novo Brasil no Horizonte

O ano de 2023 reforçou a narrativa de um Brasil em transformação, onde a agropecuária se consolida como um dos principais motores de desenvolvimento regional. A capacidade de oito estados de superarem a média nacional de crescimento, impulsionados pelo campo, não é apenas um dado estatístico, mas um indicativo de uma reconfiguração do mapa econômico do país. A "marcha para o Oeste" e para o Norte, que começou há décadas, agora se manifesta em números robustos, com estados como Mato Grosso redefinindo sua importância no PIB nacional.

Este cenário, embora promissor, exige uma gestão cuidadosa. O desafio é equilibrar o ímpeto produtivo com a responsabilidade ambiental, investir massivamente em infraestrutura para sustentar o crescimento e buscar a diversificação econômica para mitigar riscos. O Brasil do futuro, com sua vocação agrícola inegável, tem a oportunidade de construir um modelo de desenvolvimento que seja ao mesmo tempo próspero, inclusivo e sustentável, garantindo que a riqueza gerada no campo beneficie a todos os brasileiros e se perpetue para as próximas gerações.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Fazenda reduz previsão do PIB e destaca agropecuária como motor do crescimento em 2025

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O Ministério da Fazenda anunciou nesta quinta-feira (13) a redução da projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2025, de 2,3% para 2,2%. Segundo o Boletim Macrofiscal divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a decisão reflete o impacto dos juros elevados e do desempenho mais fraco da economia no terceiro trimestre, além dos efeitos defasados da política monetária restritiva. Para 2026, a expectativa é de crescimento mantido em 2,4%.

Inflação ainda acima da meta

A projeção para a inflação oficial, medida pelo IPCA, também foi revisada para baixo, passando de 4,8% para 4,6% em 2025. Mesmo assim, o índice deve ficar acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%. A estimativa para 2026 foi ajustada de 3,6% para 3,5% e a SPE prevê que a inflação pode convergir para 3,2% até o segundo trimestre de 2027. Entre os fatores que colaboram para esse cenário estão a valorização do real, menor inflação no atacado de produtos agropecuários e industriais, excesso de oferta global de bens e aplicação da bandeira tarifária amarela nas contas de energia elétrica.

Destaque da agropecuária e dinâmica setorial

Segundo o boletim, a revisão do PIB revela dinâmicas distintas entre os setores. O maior destaque é a agropecuária, cuja previsão de crescimento aumentou de 8,3% para 9,5%. Por outro lado, a indústria teve a estimativa revista de 1,4% para 1,3%, e o setor de serviços caiu de 2,1% para 1,9%. Para 2026, é esperado que a indústria e os serviços recuperem ritmo, compensando a desaceleração da agropecuária.

Cenário externo: impacto das tarifas dos EUA

No ambiente internacional, o boletim da SPE alerta para desafios como as incertezas comerciais e geopolíticas. Entre agosto e outubro de 2025, as exportações brasileiras para os Estados Unidos sofreram uma queda de US$ 2,5 bilhões — retração de 24,9% devido ao aumento das tarifas impostas pelo país norte-americano. O Ministério da Fazenda afirmou que o governo tem intensificado esforços de diversificação dos mercados e implementado políticas de apoio ao setor exportador. O documento também destaca que o diálogo diplomático entre os presidentes do Brasil e dos EUA pode ajudar a amenizar o impacto dessas tarifas.

Outros índices e política fiscal

A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referência para a correção do salário mínimo, foi reduzida de 4,7% para 4,5% em 2025. Já o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu de 2,6% para 1,4%, refletindo a desvalorização do dólar frente ao real. O Boletim Macrofiscal, publicado a cada dois meses, serve como referência para o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, importante para a execução do orçamento e a definição de medidas de bloqueio ou contingenciamento, de acordo com o desempenho fiscal do país.


Fonte: Agência Brasil

Varejo brasileiro registra queda de 0,3% em setembro

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O comércio varejista brasileiro apresentou contração de 0,3% em setembro de 2025 na comparação com agosto, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do recuo mensal, o setor conseguiu manter uma trajetória de crescimento ao longo do ano, com expansão acumulada de 1,5% entre janeiro e setembro, e avanço de 2,1% nos últimos 12 meses.

Performance Mensal Desafiadora

A variação negativa de setembro marca uma retração frente ao crescimento de 0,1% registrado em agosto. A média móvel trimestral permaneceu praticamente estável, variando apenas -0,1%, sinalizando uma consolidação em patamares modestos. Comparando com setembro de 2024, no entanto, o varejo apresentou recuperação, com crescimento de 0,8%, consolidando a sexta taxa positiva consecutiva nessa base de comparação.

No comércio varejista ampliado — que inclui veículos, material de construção e atacado de alimentos — a variação foi ligeiramente menos negativa, com avanço de 0,2% em relação a agosto, embora a média móvel trimestral tenha mostrado dinamismo superior, atingindo 1,0% de crescimento.

Setores em Queda Predominam

A passagem de agosto para setembro foi marcada pela predominância de taxas negativas entre os oito principais setores varejistas. Seis atividades registraram contrações:

  • Livros, jornais, revistas e papelaria: -1,6%
  • Tecidos, vestuário e calçados: -1,2%
  • Combustíveis e lubrificantes: -0,9%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -0,9%
  • Móveis e Eletrodomésticos: -0,5%
  • Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,2%

Por outro lado, apenas dois segmentos registraram crescimento: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,3%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,5%).

Setores com Melhor Desempenho Interanual

Na comparação ano a ano, o cenário muda significativamente. Quatro setores apresentaram crescimento em relação a setembro de 2024:

  • Móveis e eletrodomésticos: 7,5%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 5,8%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 5,0%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 2,8%

Estes dois últimos segmentos também lideraram a contribuição para a taxa global do varejo no período. Por outro lado, quatro atividades ainda acumulam perdas: Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,1%), Tecidos, vestuário e calçados (-1,6%), Combustíveis e lubrificantes (-0,8%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,6%).

Varejo Ampliado com Sinais Mistos

No segmento ampliado, Veículos e motos, partes e peças enfrentaram queda de 1,6% em comparação com setembro de 2024, registrando o quarto mês consecutivo de contração. Este foi o principal fator negativo da variação global do ampliado.

Em contraste, o Atacado especializado de produtos alimentícios, bebidas e fumo surpreendeu com forte crescimento de 7,7%, encerrando uma sequência de treze meses de quedas consecutivas e representando a principal contribuição positiva do segmento ampliado.

Disparidades Regionais

A análise por unidade da federação revela heterogeneidade nas tendências varejistas. Na comparação mensal com ajuste sazonal, 15 das 27 unidades registraram quedas, com destaque negativo para Maranhão (-2,2%), Roraima (-2,0%) e Distrito Federal (-1,7%). Em contraponto, 11 unidades apresentaram crescimento, lideradas por Tocantins (3,2%), Amapá (2,9%) e Bahia (2,4%).

Na comparação com setembro de 2024, o quadro é mais favorável: 20 das 27 unidades tiveram resultados positivos, destacando Amapá (10,0%), Rio Grande do Norte (7,9%) e Bahia (5,9%).

Perspectivas

Os dados de setembro sugerem um varejo brasileiro em consolidação, com crescimento moderado ano a ano, mas enfrentando pressões mensais. A diversificação de desempenhos por setor e região aponta para dinâmicas setoriais complexas, onde alguns segmentos — como farmácia e produtos de uso pessoal — mantêm tendência positiva, enquanto outros — como combustíveis e material de construção — enfrentam desafios estruturais.

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Setor de Serviços Renova Recorde em Setembro com Crescimento de 0,6%

Oitava alta consecutiva consolida recuperação acima do nível pré-pandemia

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O setor de serviços brasileiro mantém seu trajeto de expansão com avanço de 0,6% em setembro de 2025, marcando o oitavo resultado positivo consecutivo. Esse desempenho renova o ápice histórico da série de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), consolidando uma recuperação robusta que coloca o setor 19,5% acima dos patamares pré-pandemia, quando a economia enfrentava os primeiros impactos do isolamento social em março de 2020.

Acumulado do Ano Consolida Tendência Positiva

No acumulado de nove meses, o volume de serviços cresceu 2,8% em relação ao mesmo período de 2024, refletindo uma dinâmica consistente de recuperação. Nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 3,1%, mantendo o ritmo que vinha sendo observado até agosto. A receita nominal, por sua vez, apresentou variação ainda mais expressiva, com alta de 8,4% na comparação anual e 7,7% no acumulado do ano.

Esses números indicam que não se trata apenas de uma expansão em volume, mas também de uma substancial melhoria nas receitas do setor, sugerindo tanto aumento da demanda quanto possível repasse de preços pelos prestadores de serviços.

Transportes Lideram a Expansão

Entre as cinco atividades principais de serviços, três delas avançaram em setembro. Os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio protagonizaram o desempenho mais robusto, com crescimento de 1,2% — o segundo resultado positivo seguido. Esse segmento acumula ganho de 1,5% nos últimos dois meses, impulsionado principalmente pelo transporte rodoviário de cargas, que cresceu 7,9% na comparação com setembro de 2024.

A aviação também merece destaque, com expansão de 20,2% na receita anual, refletindo a retomada robusta do turismo doméstico e internacional após a pandemia.

Informação e comunicação foi o segundo setor com melhor desempenho, avançando 1,2%, recuperando-se da queda de 0,5% registrada em agosto. Esse segmento acumula alta de 5,5% no acumulado do ano, impulsionado pela forte demanda por serviços de tecnologia da informação, desenvolvimento de software e hospedagem na internet.

Outros serviços completou o trio de vencedores com aumento de 0,6%, marcando o terceiro avanço consecutivo, com ganho acumulado de 2,5% em dois meses.

Recuos em Setores Específicos

Por outro lado, serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 0,6% em setembro, enquanto serviços prestados às famílias sofreram queda de 0,5%. Esse último segmento foi impactado pela redução na receita de espetáculos musicais e outras atividades relacionadas.

Dispersão Geográfica do Crescimento

A expansão não se limitou a regiões específicas. Entre as 27 unidades da federação, 15 tiveram crescimento no volume de serviços em setembro, comparado com agosto (com ajuste sazonal). São Paulo liderou em impacto absoluto com 1,1% de aumento, seguido pelo Distrito Federal com impressionantes 8,3%.

Mato Grosso do Sul registrou a maior queda, com recuo de 7,4%, seguido por Paraná (-1,4%), Santa Catarina (-1,2%), Ceará (-1,4%) e Piauí (-6,1%).

Na comparação anual, 23 das 27 unidades apresentaram expansão, com São Paulo novamente à frente com 5,9%, seguido pelo Distrito Federal (15,1%), Rio Grande do Sul (6,4%) e Mato Grosso (8,3%).

Turismo Acelera com Avanço de 4,6% no Ano

O segmento de atividades turísticas também responde positivamente ao cenário econômico, com expansão de 0,1% em setembro frente a agosto (segundo avanço consecutivo). Na comparação com setembro de 2024, o crescimento foi muito mais expressivo: 4,6% — o 16º resultado positivo seguido.

No acumulado de janeiro a setembro, o turismo cresceu 5,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pelo aumento na receita de transporte aéreo de passageiros, serviços de hospedagem e alimentação. Rio Grande do Sul destacou-se regionalmente com expansão de 12,3% no acumulado do ano, enquanto São Paulo contribuiu com 5,7%.

Transportes de Carga Consolidam Recuperação

O segmento de transporte de cargas continua sua trajetória de crescimento robusta, avançando 0,7% em setembro (quinto resultado positivo consecutivo) e acumulando ganho de 3,1% em dois meses. Na comparação com setembro de 2024, o segmento expandiu 5,5%, consolidando o quinto avanço anual consecutivo.

Destaque especial merece o fato de que o transporte de cargas está 39,7% acima do nível pré-pandemia (março de 2020), refletindo tanto a retomada da atividade econômica quanto o crescimento do comércio eletrônico.

O transporte de passageiros, por sua vez, registrou avanço mais modesto de 0,4% em setembro, mas apresentou alta de 10,2% quando comparado com setembro de 2024 (13º resultado positivo seguido).

Perspectivas

Os dados de setembro sinalizam que o setor de serviços brasileiro consolidou sua recuperação pós-pandêmica e segue em trajetória de crescimento sustentado. A disseminação dos avanços entre diferentes atividades, regiões e tipos de serviços aponta para uma expansão econômica baseada em múltiplos pilares, não dependente de poucos setores.

A força do segmento de tecnologia e comunicação, combinada com a retomada do turismo e a robustez do transporte de cargas, sugere uma economia de serviços cada vez mais moderna e integrada ao comércio global — cenário favorável para manutenção de um crescimento econômico mais estável nos próximos trimestres.

terça-feira, 4 de novembro de 2025

Produção Industrial Brasileira Cai 0,4% em Setembro de 2025, Aponta IBGE

A produção industrial brasileira apresentou variação negativa de 0,4% em setembro de 2025, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompeu sequências recentes de crescimento em alguns segmentos, especialmente entre os bens de consumo duráveis, que recuaram 1,4% após três meses positivos.

Desempenho Setorial

Entre as 25 atividades industriais pesquisadas, 12 apresentaram retração no mês. O setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos registrou a maior queda, com -9,7%, encerrando uma sequência de quatro meses de alta.
Outros setores com desempenho negativo foram as indústrias extrativas, com queda de 1,6%, e a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, que caiu 3,5%, eliminando parte do crescimento acumulado no trimestre anterior.

Por outro lado, alguns ramos industriais apresentaram expansão. A fabricação de produtos alimentícios cresceu 1,9%, acumulando alta de 4,4% nos últimos três meses — o principal destaque positivo do período. Também registraram aumento os segmentos de produtos do fumo (+19,5%), produtos de madeira (+5,5%) e manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (+2%).

Tendência e Média Móvel Trimestral

A média móvel trimestral da produção industrial ficou praticamente estável, com leve variação positiva de 0,1% em setembro.
No entanto, o comportamento foi desigual entre as categorias econômicas:

  • Bens intermediários: -0,4%
  • Bens de consumo semi e não duráveis: -0,1%
  • Bens de capital: +0,1%

Comparativo Anual e Acumulado de 2025

Na comparação com setembro de 2024, a indústria nacional cresceu 2,0%, puxada por setores como:

  • Produtos alimentícios (+7,1%)
  • Indústrias extrativas (+5,2%)
  • Têxteis (+11,8%)
  • Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (+10,2%)

Já o setor de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis exerceu a maior influência negativa, com retração de 7,2%, refletindo a menor produção de álcool etílico, gasolina automotiva e betume de petróleo.

No acumulado de janeiro a setembro de 2025, o crescimento foi de 1,0%, com destaque para as indústrias extrativas, de máquinas e equipamentos e de veículos automotores.
O IBGE destacou que os resultados revelam heterogeneidade e dinamismo, com oportunidades de expansão em alguns setores e desafios em outros, influenciados por custos, demanda externa e comportamento do mercado interno.

Referência Oficial

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF). Resultados de setembro de 2025. Disponível em: https://www.ibge.gov.br. Acesso em: nov. 2025.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Atividade Econômica Aquece em Agosto com Puxada da Indústria, mas Agronegócio Recua

A economia brasileira deu sinais de aquecimento em agosto de 2025, registrando um crescimento de 0,4%, de acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta quinta-feira (16). O resultado, que utiliza dados dessazonalizados para uma análise mais clara da tendência, foi impulsionado principalmente pelo desempenho positivo dos setores de indústria (0,84%) e serviços (0,21%). Em contrapartida, o setor agropecuário apresentou um recuo de -1,85% no mesmo período.

Os dados, divulgados pelo Banco Central, mostram um cenário de crescimento moderado, mas com nuances setoriais importantes. Enquanto a indústria e os serviços sustentam o avanço, a queda na agropecuária, um dos motores da economia nos últimos trimestres, acende um ponto de atenção para os próximos meses.

Na comparação com agosto de 2024, a atividade econômica geral teve uma variação positiva mais tímida, de 0,1%. No acumulado do ano, o indicador aponta para um crescimento de 2,6%, e, na análise dos últimos 12 meses, a alta é de 3,2%.

Contexto Macroeconômico e Política de Juros

O IBC-Br é um indicador crucial para as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 15% ao ano. Este índice ajuda a mapear o pulso da economia e a calibrar os instrumentos para o controle da inflação.

Segundo a matéria da Agência Brasil, o cenário de crescimento moderado, combinado com uma inflação ainda pressionada — o IPCA acumulado em 12 meses atingiu 5,17% em setembro, acima do teto da meta de 4,5% —, justifica a postura do Copom. A ata da última reunião do comitê sinaliza a intenção de manter a Selic em patamares elevados "por período bastante prolongado", visando garantir a convergência da inflação para a meta.

A Selic alta encarece o crédito e estimula a poupança, o que tende a conter a demanda e, consequentemente, a inflação. Por outro lado, pode dificultar uma expansão econômica mais robusta.

Diferença entre IBC-Br e PIB

É importante ressaltar que, embora sirva como um termômetro mensal, o IBC-Br possui metodologia distinta do Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia, divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país.

Dados do IBGE mostram que, no segundo trimestre de 2025, o PIB brasileiro cresceu 0,4%, impulsionado também pela indústria e pelos serviços, corroborando a tendência setorial observada no IBC-Br de agosto.

Referências Bibliográficas

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Mercado Vê Leve Alívio na Inflação, Mas Cenário Exige Juros Altos e Modera Crescimento

Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, mostra que a projeção do IPCA para este ano caiu para 4,81%, mas o indicador permanece acima do teto da meta. Expectativa é de que a taxa Selic se mantenha em 15% para conter os preços.

Brasília – O mercado financeiro ajustou levemente para baixo sua projeção para a inflação oficial do país em 2025, mas o otimismo é contido. De acordo com o Boletim Focus, pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (29), a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 4,83% para 4,81%. Apesar da melhora, o número segue acima do teto da meta de 4,5% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Essa persistência da inflação em patamar elevado justifica a postura rígida do Banco Central em sua política monetária. Para convergir a inflação à meta, a principal ferramenta, a taxa básica de juros (Selic), está ancorada em 15% ao ano. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sinaliza a intenção de manter a taxa "por período bastante prolongado", uma estratégia para conter a demanda aquecida e estabilizar os preços.

As projeções dos analistas corroboram essa visão, estimando que a Selic encerre 2025 no mesmo patamar de 15%. Apenas para os anos seguintes o mercado prevê um relaxamento, com a taxa caindo para 12,25% ao fim de 2026 e chegando a 10% em 2028.

O Custo do Controle: Impacto no Crescimento Econômico

A manutenção de juros altos, embora necessária para o controle inflacionário, impõe um freio à atividade econômica ao encarecer o crédito e desestimular investimentos e consumo. Esse efeito se reflete nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB).

Para este ano, a estimativa de crescimento da economia foi mantida em 2,16%. No entanto, para os próximos anos, o ritmo esperado é mais modesto: o mercado projeta uma expansão de 1,8% em 2026, seguida por 1,9% em 2027 e 2% em 2028. Esses números indicam que o combate à inflação continuará a ser a prioridade, mesmo que isso signifique um crescimento econômico menos robusto.

Projeções de Longo Prazo e Câmbio

Olhando para o futuro, as instituições financeiras demonstram uma confiança gradual na convergência da inflação para o centro da meta. A projeção para o IPCA em 2026 também teve uma leve queda, para 4,28%, e as estimativas para 2027 e 2028 são de 3,9% e 3,7%, respectivamente, já dentro do intervalo de tolerância.

No que tange ao câmbio, a previsão para a cotação do dólar ao final deste ano é de R$ 5,48. Para o fim de 2026, a expectativa é que a moeda norte-americana se valorize um pouco mais, atingindo R$ 5,58. O cenário traçado, portanto, é de um equilíbrio delicado entre controle de preços, juros elevados e um crescimento econômico que avança de forma contida.

Fonte: Agência Brasil