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A Importância do Folclore no Ambiente Escolar
Trabalhar o folclore na escola vai além de comemorar o dia
22 de agosto. É uma oportunidade para:
- Fortalecer
a Identidade Cultural: Ao conhecer as histórias, músicas e
brincadeiras de sua região e de seu país, o aluno se reconhece como parte
de uma coletividade, valorizando suas raízes e respeitando a diversidade.
- Estimular
a Criatividade e a Imaginação: O universo fantástico de personagens
como o Saci-Pererê, a Iara e o Curupira é um campo fértil para a
imaginação. As crianças são convidadas a criar, recriar e interpretar,
desenvolvendo o pensamento lúdico e artístico.
- Desenvolver
o Pensamento Crítico: As lendas e os contos populares frequentemente
carregam consigo lições de moral, dilemas e representações sociais.
Analisá-los permite que os alunos discutam valores, comportamentos e a
própria estrutura da sociedade.
- Promover
a Integração e a Sociabilidade: Muitas atividades folclóricas, como
danças circulares (ciranda), brincadeiras de roda e jogos coletivos,
exigem cooperação, comunicação e trabalho em equipe.
Abordagens Práticas para Trabalhar o Folclore
O segredo para um projeto de folclore bem-sucedido é a interdisciplinaridade
e a contextualização. As atividades devem ser dinâmicas e fazer sentido
para a realidade dos alunos.
1. Contação de Histórias e Rodas de Leitura
- O
quê: Crie um ambiente aconchegante para narrar lendas, mitos e contos
populares. Utilize fantoches, dedoches, teatro de sombras ou até mesmo
recursos digitais.
- Sugestão:
Após a contação, promova debates. "Por que o Saci esconde as
coisas?"; "A Cuca é realmente má?". Incentive os alunos a
criarem versões diferentes para as histórias ou finais alternativos.
2. Música, Dança e Expressão Corporal
- O
quê: Apresente aos alunos ritmos e danças folclóricas como a ciranda,
o frevo, o maracatu, o carimbó e a catira.
- Sugestão:
Convide um grupo local para uma apresentação ou ensine coreografias
simples. Os alunos também podem criar instrumentos musicais com materiais
recicláveis para acompanhar as cantigas de roda.
3. Artes Visuais e Oficinas Manuais
- O
quê: Promova oficinas de desenho, pintura, colagem e modelagem em
argila para que os alunos representem os personagens e as cenas do
folclore.
- Sugestão:
Ensine técnicas de artesanato regional, como o fuxico, a xilogravura
(típica da literatura de cordel) ou a criação de bonecas de pano como a
Abayomi, que carrega um forte simbolismo de resistência e afeto.
4. Brincadeiras e Jogos Tradicionais
- O
quê: Resgate brincadeiras que atravessaram gerações, como amarelinha,
pipa, bola de gude, passa-anel e pega-pega.
- Sugestão:
Organize um "Dia do Brinquedo Folclórico", onde os alunos possam
construir seus próprios brinquedos, como bilboquês, petecas e pipas, e
depois brincar coletivamente no pátio.
5. Culinária e Sabores Regionais
- O
quê: O folclore também está na mesa. Cada região tem seus pratos
típicos que contam uma história.
- Sugestão:
Realize uma feira de culinária com receitas simples que os alunos possam
ajudar a preparar, como pão de queijo, bolo de fubá, cocada ou sucos de
frutas nativas. Conecte o prato à sua origem geográfica e cultural.
6. Pesquisa e Exploração (Aluno como Protagonista)
- O
quê: Incentive os alunos a se tornarem pequenos pesquisadores do
folclore.
- Sugestão:
Peça que entrevistem seus pais e avós sobre as brincadeiras, histórias e
cantigas de sua infância. Eles podem registrar essas memórias em um
"livro vivo" da turma ou criar um "mapa do folclore"
da comunidade, identificando festas e costumes locais.
Conclusão
Integrar o folclore ao currículo escolar é uma forma de dar
vida ao aprendizado, tornando-o mais significativo, divertido e conectado à
realidade. O educador atua como um mediador cultural, abrindo as portas para um
universo de conhecimento que está na base da identidade brasileira e que merece
ser constantemente redescoberto e valorizado.
Referências Bibliográficas
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e
bobices. 5. ed. São Paulo: Scipione, 2005.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 04 dez.
2025.
CANDIDO, Antonio. A descoberta e a ignorância do Brasil. In:
CANDIDO, Antonio. A educação pela noite e outros ensaios. 1. ed. São
Paulo: Ática, 2011.
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore
brasileiro. 12. ed. São Paulo: Global, 2012.
MACHADO, Regina. Acordais: a contação de histórias na
formação de leitores. São Paulo: DCL, 2004.
