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O Significado do termo "Folclore"
A palavra "folclore" tem origem na junção de dois
termos em inglês: "folk" (povo) e "lore" (sabedoria ou
conhecimento). Foi utilizada pela primeira vez em 1846 pelo pesquisador
britânico William John Thoms para designar as tradições populares transmitidas
de geração em geração. No Brasil, o conceito de folclore abrange manifestações
culturais que refletem a sabedoria do povo, incluindo histórias, superstições,
festas e práticas cotidianas.
Em 1965, o governo brasileiro oficializou o dia 22 de agosto
como o Dia do Folclore, reforçando a importância da valorização e
preservação dessas tradições. A data é celebrada em todo o país com eventos que
destacam as diversas manifestações folclóricas regionais.
As raízes do folclore brasileiro
O folclore brasileiro é o resultado do encontro e da fusão
de três grandes matrizes culturais:
- Matriz
Indígena: Os povos originários do Brasil contribuíram com mitos
relacionados à natureza e às forças espirituais. Histórias como as do Curupira,
guardião das matas com pés virados para trás, e do Boitatá, a
serpente de fogo que protege as florestas, têm origem indígena e reforçam
a relação de respeito com o meio ambiente.
- Matriz
Africana: Trazida pelos africanos escravizados durante o período
colonial, essa tradição enriqueceu o folclore com figuras místicas e
rituais religiosos. O Saci-Pererê, por exemplo, é uma lenda que
mistura influências africanas e indígenas. Os cultos de matriz africana,
como o candomblé e a umbanda, também integraram elementos simbólicos ao
folclore nacional.
- Matriz
Europeia: Os colonizadores portugueses introduziram contos e
personagens do imaginário medieval, como a Mula Sem Cabeça, uma
mulher amaldiçoada que se transforma em um ser monstruoso, e o Lobisomem,
homem que se transforma em lobo em noites de lua cheia. As festas
religiosas, como a Folia de Reis e as Festas Juninas, também
têm origem europeia.
O papel do folclore na sociedade
O folclore brasileiro desempenha um papel fundamental na
formação da identidade nacional. Ele expressa valores, medos, desejos e
ensinamentos morais que orientam as relações sociais e a visão de mundo de
diferentes comunidades. Além disso, as manifestações folclóricas promovem a
coesão social e reforçam a memória histórica, passando de geração em geração
através da oralidade.
As festas folclóricas, como o Bumba Meu Boi no
Maranhão, as Congadas em Minas Gerais e as Cavalhadas no
Centro-Oeste, são exemplos de como as tradições se mantêm vivas e se renovam ao
longo do tempo. Essas celebrações combinam música, dança, teatro e religião,
proporcionando momentos de lazer e reforçando a identidade cultural local.
A Importância da preservação do folclore brasileiro
Em um mundo cada vez mais globalizado, preservar o folclore
brasileiro é essencial para garantir a diversidade cultural e a memória
coletiva. As escolas desempenham um papel crucial na divulgação dessas
tradições, promovendo atividades que estimulam o conhecimento e a valorização
do patrimônio cultural.
Instituições culturais, festivais e políticas públicas de
patrimônio imaterial também têm a responsabilidade de documentar e proteger as
manifestações folclóricas. Essa preservação não apenas mantém viva a herança
cultural, mas também fortalece o sentimento de pertencimento e identidade entre
os brasileiros.
Considerações finais
O folclore brasileiro é uma manifestação viva da história e
da diversidade do país. Suas origens multifacetadas refletem a confluência de
culturas que formaram a nação, e seu significado ultrapassa o entretenimento,
atuando como um elo entre o passado, o presente e o futuro. Ao valorizar e
preservar essas tradições, garantimos que a riqueza cultural brasileira
continue inspirando novas gerações.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Renato. Noções de Folclore. São Paulo:
Editora Nacional, 1975.
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. São Paulo:
Global Editora, 2012.
PEIXOTO, Antônio. Folclore e Identidade Cultural. Rio de Janeiro:
Editora Vozes, 2009.
THOMS, William J. Folk-lore: A Definition. London: The Athenaeum, 1846.
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