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Origem do império inca
A origem dos incas está envolta em mitos e lendas. A mais
conhecida é a lenda de Manco Cápac e Mama Ocllo, filhos do deus Sol (Inti), que
emergiram do Lago Titicaca com a missão de civilizar os povos andinos e fundar
a cidade de Cusco, que se tornaria o centro do império. Outra narrativa popular
é a lenda dos Irmãos Ayar, que conta a história de quatro irmãos e suas esposas
em uma jornada até Cusco, onde um deles, Ayar Manco, fundaria o reino inca.
Embora as lendas façam parte do imaginário coletivo,
evidências arqueológicas indicam que os incas eram um grupo de origem quêchua
que migrou para o vale de Cusco por volta do século XII. Inicialmente, eram uma
sociedade pequena, mas com o tempo consolidaram seu poder e expandiram suas
fronteiras.
A Formação do Tahuantinsuyu
O termo "Tahuantinsuyu" significa "As Quatro
Regiões" em quêchua, referindo-se à divisão do império inca em quatro
partes principais: Chinchaysuyu (norte), Antisuyu (leste), Qullasuyu (sul) e
Kuntisuyu (oeste). Esse sistema organizacional refletia a estrutura política e
administrativa do império, com Cusco como seu epicentro.
A expansão incaica começou de forma mais significativa no
século XV, sob o comando de Pachacuti Inca Yupanqui, considerado o verdadeiro
arquiteto do império. Ele reformulou a cidade de Cusco, implantou um sistema
burocrático eficiente e iniciou campanhas militares que alargaram as fronteiras
incas desde o atual Equador até o Chile.
Sociedade e economia inca
A sociedade inca era rigidamente hierarquizada, com o Sapa
Inca no topo da estrutura de poder. Abaixo dele estavam a nobreza, os
administradores e, na base, os agricultores e artesãos. A economia era baseada
em um sistema de redistribuição, com produção agrícola em terraças (andenes) e
armazenamento de alimentos em tambos.
O trabalho comunitário, conhecido como "mita", era
uma obrigação para todos os cidadãos e desempenhava um papel vital na
construção de estradas, templos e armazéns. Esse sistema permitiu aos incas
manterem uma infraestrutura avançada, incluindo a famosa rede de estradas
(qhapac ñan) que conectava todo o império.
Conclusão
A civilização inca deixou um legado impressionante em termos
de organização social, avanços tecnológicos e administração política. O
império, embora tenha sucumbido à chegada dos conquistadores espanhóis no
século XVI, continua a fascinar estudiosos e entusiastas da história.
Referências Bibliográficas
- BETHELL,
Leslie (org.). História da América Latina: América Latina Colonial.
São Paulo: EdUSP, 1999.
- MURRA,
John V. The Economic Organization of the Inka State. JAI Press,
1980.
- ROWE,
John H. Inca Culture at the Time of the Spanish Conquest. Handbook
of South American Indians, 1946.
- KOLATA,
Alan L. The Tiwanaku: Portrait of an Andean Civilization.
Wiley-Blackwell, 1993.
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