Estátuas de deuses, heróis, atletas e cidadãos ilustres eram
posicionadas estrategicamente em locais de destaque: no centro da ágora, nas
entradas dos ginásios, ao longo das vias processionais ou diante dos templos.
Essas obras não se limitavam à função estética, mas carregavam uma mensagem
moral, religiosa e cívica, sendo parte ativa da paisagem simbólica da pólis.
É nesse ambiente, onde o corpo humano e seus ideais ganham
espaço como parte da construção da identidade coletiva, que floresce a
escultura grega clássica. A observação minuciosa da anatomia, a busca pela
proporção ideal e o equilíbrio entre naturalismo e idealização são
desdobramentos lógicos da mesma racionalidade que orientou o urbanismo
hipodâmico e a arquitetura templária.
Assim, no próximo artigo da série, abordaremos "A
Escultura na Grécia Antiga: Corpo, Estética e Imortalidade",
explorando:
- As
origens da escultura arcaica e sua transição para o período clássico;
- A
representação do corpo humano como expressão de virtude e harmonia;
- Os
cânones estéticos propostos por artistas como Fídias, Míron e Policleto;
- O
papel da escultura em rituais, competições e homenagens cívicas;
- A
influência duradoura da escultura grega no pensamento artístico ocidental.
A escultura, assim como o urbanismo e a arquitetura, revela
o espírito da Grécia Antiga: uma civilização que buscava não apenas habitar o
mundo, mas compreendê-lo, ordená-lo e embelezá-lo conforme os princípios da
razão e da medida.
Referências Bibliográficas
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Leonardo. História da Cidade. São Paulo: Perspectiva, 2011.
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Thames & Hudson, 1990.
- SNODGRASS,
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