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A ascensão da Dinastia Saíta
A Dinastia Saíta teve início por volta de 664 a.C.,
com o faraó Psamético I, que estabeleceu sua capital em Saís, no
Delta do Nilo. Embora inicialmente nomeado pelos assírios como governador
local, Psamético I conseguiu consolidar sua autoridade e afirmar sua
independência, reunificando o Egito e restabelecendo o controle central.
Com apoio de mercenários gregos e alianças políticas
estratégicas, os saítas promoveram uma espécie de “renascimento faraônico”.
Houve uma revalorização do passado, com a retomada de estilos artísticos,
arquitetônicos e religiosos do Antigo e do Novo Império, numa clara tentativa
de legitimar seu governo e enaltecer a identidade egípcia.
O Egito saíta: renascimento e desafios
Durante os reinados de Neco II, Psamético II e
Apries, o Egito buscou retomar sua influência regional. Neco II, por
exemplo, promoveu expedições militares no Levante e iniciou obras ambiciosas,
como um canal ligando o Nilo ao Mar Vermelho. O comércio com o Mediterrâneo
também foi fortalecido, especialmente com as cidades gregas da Ásia Menor.
Contudo, apesar da estabilidade interna e do florescimento
cultural, o Egito continuava vulnerável às potências estrangeiras. A ameaça
mais significativa veio do leste, com a ascensão do Império Persa, sob o
comando de Ciro, o Grande, e mais tarde, seu filho Cambises II.
A conquista persa do Egito
Em 525 a.C., o faraó Psamético III enfrentou o
avanço das tropas persas lideradas por Cambises II, na Batalha de
Pelúsio. A derrota egípcia foi decisiva, e o país foi incorporado ao vasto
Império Persa como uma satrapia — uma província administrada por um sátrapa,
nomeado pelo rei persa.
Com isso, teve início o chamado Primeiro Período Persa
(XXVII Dinastia). Embora os persas tenham mantido algumas tradições locais e
permitido o culto aos deuses egípcios, a perda da autonomia política marcou
profundamente a população. Cambises II chegou a se proclamar faraó, mas seu
governo foi malvisto pelos egípcios, especialmente devido à destruição de
templos e à repressão de revoltas.
Conclusão
A Dinastia Saíta representou o último suspiro de um
Egito governado por dinastias nativas antes do domínio estrangeiro se tornar
regra. Com os persas, o Egito entrou em uma nova fase, marcada por controle
imperial, embora ainda preservasse parte de sua rica cultura. Esse período
também abre caminho para o contato com os gregos e, futuramente, com os
macedônios de Alexandre, o Grande.
No próximo artigo, abordaremos o Período Persa, seus
impactos administrativos e culturais, e como o Egito seguiu resistindo e se
transformando sob domínio estrangeiro.
Referências Bibliográficas
- Bard,
Kathryn A. An Introduction to the Archaeology of Ancient Egypt.
Blackwell Publishing, 2007.
- Wilkinson,
Toby. The Rise and Fall of Ancient Egypt. Random House, 2010.
- Shaw,
Ian (Ed.). The Oxford History of Ancient Egypt. Oxford University
Press, 2000.
- Lloyd,
Alan B. The Late Period (664–332 BC), in: The Oxford History of
Ancient Egypt, 2000.
- Kuhrt,
Amélie. The Persian Empire: A Corpus of Sources from the Achaemenid
Period. Routledge, 2007.
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