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Os Estilos Arquitetônicos Gregos
A arquitetura grega se baseava em três ordens clássicas,
cada uma com suas características distintas e evolução ao longo do tempo:
1. Ordem Dórica
A ordem dórica é a mais antiga e simples das três. Suas
principais características são:
- Colunas
sem base, apoiadas diretamente sobre o estilóbato (plataforma do templo);
- Capitéis
simples e sem ornamentação;
- Frisos
divididos em tríglifos (elementos com três sulcos verticais) e métopas
(painéis decorados, muitas vezes com relevos escultóricos);
- Estrutura
robusta e imponente, transmitindo solidez.
Um dos exemplos mais emblemáticos desse estilo é o Templo
de Hera em Olímpia (século VI a.C.).
2. Ordem Jônica
Mais leve e ornamentada que a dórica, a ordem jônica se
caracteriza por:
- Colunas
mais esbeltas e com bases moldadas;
- Capitéis
decorados com volutas (espirais esculpidas);
- Frisos
contínuos, geralmente decorados com relevos narrativos.
O Templo de Atena Niké, na Acrópole de Atenas, é um
dos exemplos mais representativos dessa ordem.
3. Ordem Coríntia
A mais sofisticada das três ordens, a coríntia se distingue
por:
- Capitéis
ornamentados com folhas de acanto;
- Colunas
ainda mais esbeltas e detalhadas;
- Uso
predominante em templos e edifícios monumentais na fase helenística.
Um dos melhores exemplos desse estilo é o Templo de Zeus
Olímpico, em Atenas, cuja construção começou no período clássico, mas foi
concluída apenas no período romano.
Principais Obras Arquitetônicas da Grécia Antiga
1. O Partenon
O maior símbolo da arquitetura grega é, sem dúvida, o Partenon
(447–432 a.C.), localizado na Acrópole de Atenas. Dedicado à deusa Atena, esse
templo segue a ordem dórica, com refinamentos arquitetônicos que corrigem
distorções ópticas. Seu arquiteto principal, Ictinos, utilizou técnicas
avançadas para garantir a sensação de harmonia visual, como o ligeiro
arqueamento das colunas para evitar a ilusão de que elas se curvam para dentro.
2. O Erecteion
Outro templo icônico da Acrópole é o Erecteion
(421–406 a.C.), conhecido por sua assimetria e pela famosa tribuna das
Cariátides, onde colunas comuns foram substituídas por esculturas femininas
que sustentam a estrutura.
3. O Teatro de Epidauro
A arquitetura grega não se limitou aos templos. Os gregos
desenvolveram teatros semicirculares ao ar livre, aproveitando a acústica
natural. O Teatro de Epidauro (século IV a.C.) é um dos melhores
exemplos desse tipo de construção, famoso por sua acústica impecável, que
permite que até mesmo sussurros no palco sejam ouvidos nas arquibancadas
superiores.
Materiais e técnicas utilizadas
Os gregos empregavam principalmente o mármore e o calcário
em suas construções. A precisão na lapidação das pedras era impressionante,
dispensando o uso de argamassa. Além disso, utilizavam colunas para distribuir
o peso das edificações e aplicavam um sistema de proporções matemáticas para
alcançar a simetria ideal.
A arquitetura grega também se destacou pelo uso de telhados
inclinados, cobertos com telhas de cerâmica, além de frontões triangulares que
frequentemente apresentavam esculturas narrando mitos e feitos heroicos.
O legado da arquitetura grega
A influência da arquitetura grega pode ser observada em
diversas culturas posteriores. Os romanos, por exemplo, adotaram e aprimoraram
os estilos gregos, incorporando-os em edifícios públicos e religiosos. Durante
o Renascimento, arquitetos como Andrea Palladio resgataram os princípios
gregos, influenciando obras até os dias atuais.
Prédios governamentais, tribunais e museus ao redor do mundo
utilizam colunas e fachadas inspiradas nos templos gregos, perpetuando a
estética e os valores arquitetônicos desenvolvidos na Antiguidade.
No próximo artigo, exploraremos o impacto da arquitetura
grega no urbanismo e na vida cotidiana das pólis, analisando como os gregos
organizavam suas cidades e espaços públicos.
Referências Bibliográficas
- BOARDMAN,
John. A Arte Grega. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
- SPIVEY,
Nigel. Greek Art. Londres: Phaidon, 2007.
- RICHARDSON,
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- VITRUVIUS.
De Architectura. Roma, século I a.C.
- SNODGRASS,
Anthony. Archaic Greece: The Age of Experiment. Berkeley:
University of California Press, 1980.
- CAMP,
John M. The Archaeology of Athens. Yale University Press, 2001.
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