Radio Evangélica

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Preços da indústria recuam 0,12% em fevereiro de 2025 após 12 meses de alta

Queda foi puxada por indústrias extrativas, alimentos e bens de capital; acumulado em 12 meses segue positivo em 9,41%

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Após uma sequência de 12 resultados mensais positivos, os preços da indústria brasileira registraram queda de 0,12% em fevereiro de 2025, conforme dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo IBGE. Essa variação interrompe o ciclo de altas iniciado em fevereiro de 2024 e reflete a retração de preços em metade das atividades industriais analisadas – 12 de um total de 24.

Apesar do recuo pontual, o acumulado no ano ainda é positivo, com alta de 0,03%. Já o acumulado em 12 meses permanece elevado, em 9,41%, embora inferior ao observado em janeiro deste ano (9,71%). Em fevereiro de 2024, a variação mensal havia sido de 0,14%.

Entre os destaques do mês, a maior queda veio das indústrias extrativas, que apresentaram recuo de 3,39% nos preços, influenciadas principalmente pela retração em "óleos brutos de petróleo". O setor acumulou baixa de 4,82% no ano e de 6,18% em 12 meses, sendo o único entre os principais segmentos com variações negativas tanto no mês quanto no ano.

O setor de alimentos, com peso relevante no índice, também influenciou fortemente o resultado, com recuo de 0,84% nos preços. Essa foi a segunda queda mensal consecutiva, impactada principalmente por produtos como “arroz semibranqueado” e “resíduos da extração de soja”. Ainda assim, o setor acumula alta expressiva de 13,96% nos últimos 12 meses – maior resultado desde julho de 2022.

Na contramão da tendência geral, os preços do setor de refino de petróleo e biocombustíveis subiram 2,37% em fevereiro, com destaque para o aumento no preço do óleo diesel. Já os outros produtos químicos registraram a maior variação positiva do mês, com alta de 2,41%, mantendo trajetória de recuperação e acumulando elevação de 4,16% no ano e 16,57% em 12 meses.

Entre as grandes categorias econômicas, a maior retração veio dos bens de capital, com queda de 0,76%, influenciando negativamente o índice em 0,06 ponto percentual. Os bens intermediários caíram 0,09% e os bens de consumo recuaram 0,04%, com destaque para a queda nos preços dos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-0,11%).

Em relação ao acumulado de 12 meses, os bens intermediários, com peso de 55,09% no IPP, foram responsáveis por 4,87 pontos percentuais dos 9,41% de variação do índice. Os bens de consumo contribuíram com 3,98 pontos, sendo que os semiduráveis e não duráveis tiveram a maior influência dentro do grupo (3,69 p.p.).

Apesar da desaceleração em fevereiro, o comportamento dos preços industriais nos primeiros meses de 2025 segue condicionado por variações setoriais específicas, que refletem tanto fatores sazonais quanto dinâmicas globais de oferta e demanda. A continuidade ou reversão dessa tendência dependerá da evolução dos custos de insumos, energia e do comportamento do mercado externo nos próximos meses.

 

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