Setores como móveis, supermercados e artigos farmacêuticos puxaram a alta; varejo ampliado recua após forte crescimento em janeiro
O volume de vendas do comércio varejista brasileiro registrou alta de 0,5% em fevereiro, na comparação com janeiro, já descontados os efeitos sazonais. O dado foi divulgado nesta terça-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e marca a maior variação positiva desde outubro do ano passado, elevando o setor ao maior patamar da série histórica iniciada em 2000.Essa recuperação quebra um ciclo de quatro meses
consecutivos de estabilidade, e a média móvel trimestral também subiu 0,2%,
sinalizando uma retomada gradual do ritmo de crescimento.
Entre as oito atividades pesquisadas no varejo restrito,
quatro registraram avanço em fevereiro. O destaque ficou por conta do grupo de
hiper e supermercados, alimentos, bebidas e fumo, com crescimento de 1,1%.
Móveis e eletrodomésticos vieram em seguida, com 0,9%, acompanhados por artigos
farmacêuticos e de perfumaria (0,3%) e outros artigos de uso pessoal e
doméstico (0,1%).
Na outra ponta, quatro atividades apresentaram queda no mês.
A maior retração foi registrada no segmento de livros, jornais, revistas e
papelaria, com recuo de 7,8%, seguido por equipamentos e materiais para
escritório, informática e comunicação (-4,2%), tecidos, vestuário e calçados
(-0,1%) e combustíveis e lubrificantes (-0,1%).
Varejo ampliado tem leve queda
Já o comércio varejista ampliado, que inclui os setores de
veículos, motos, partes e peças, além de material de construção, apresentou
queda de 0,4% em fevereiro. Essa retração sucede uma forte alta de 2,9% em
janeiro.
O desempenho negativo foi influenciado principalmente pelo
setor de veículos e motos, com recuo de 2,6%. Por outro lado, o segmento de
material de construção cresceu 1,1%, compensando parcialmente o resultado
geral.
Crescimento mais forte na comparação anual
Na comparação com fevereiro de 2024, o varejo restrito
cresceu 1,5%, e o ampliado, 2,4%. Seis das oito atividades pesquisadas
apresentaram variações positivas, com destaque para móveis e eletrodomésticos
(+9,3%), tecidos, vestuário e calçados (+8,6%) e artigos farmacêuticos (+3,2%).
Em relação ao acumulado do ano, tanto o varejo restrito
quanto o ampliado apresentam crescimento de 2,3%. Já no acumulado dos últimos
12 meses, o avanço é de 3,6% no varejo restrito e de 2,9% no varejo ampliado.
Receita nominal também avança
Além do volume de vendas, a receita nominal também
apresentou resultados positivos. Em fevereiro, houve crescimento de 1,4% no
varejo restrito e de 0,6% no varejo ampliado, na comparação com janeiro. Frente
ao mesmo mês do ano anterior, a alta foi de 7,1% e 7,0%, respectivamente.
Farmácias e artigos domésticos em alta contínua
O segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e
de perfumaria completou 24 meses consecutivos de crescimento no volume de
vendas, com destaque para a demanda contínua por produtos de uso regular, como
medicamentos e itens de higiene.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico também sustentam
tendência positiva, acumulando 13 meses consecutivos de alta.
Metodologia
Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC),
realizada pelo IBGE. A pesquisa acompanha o comportamento conjuntural do
comércio varejista e ampliado em todo o território nacional. As séries com
ajuste sazonal são corrigidas para eliminar influências típicas de determinados
períodos do ano, como datas comemorativas ou variações climáticas.
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