![]() |
PixaBay |
A Expansão militar e diplomática
A expansão incaíca foi impulsionada principalmente por
governantes como Pachacuti Inca Yupanqui e seu sucessor, Túpac Inca Yupanqui.
As conquistas foram realizadas por meio de campanhas militares bem planejadas,
nas quais os incas utilizavam estratégias de cerco, táticas de guerra
psicológica e diplomacia para subjugar povos vizinhos.
Muitas comunidades optavam por se submeter pacificamente ao
domínio incaico, recebendo em troca proteção e acesso às redes de estradas e
armazéns imperiais. Quando a resistência era forte, os incas empregavam força
militar, frequentemente deslocando populações inteiras para garantir lealdade
ao império. Esse sistema, conhecido como "mitmaqkuna", ajudava a
minimizar revoltas e assegurar a estabilidade territorial.
Sistema de administração e organização territorial
O vasto Império Inca era governado por uma estrutura
administrativa altamente centralizada. Cusco, a capital, era o coração político
e religioso do império, de onde emanavam as ordens do Sapa Inca e de seus
assessores.
Para facilitar o controle das províncias conquistadas, o
império era dividido em quatro grandes regiões chamadas "suyus":
- Chinchaysuyu
(norte),
- Antisuyu
(leste),
- Qullasuyu
(sul),
- Kuntisuyu
(oeste).
Cada suyu era governado por um oficial de alta patente
diretamente subordinado ao Sapa Inca. Dentro dessas regiões, havia subdivisões
menores administradas por chefes locais, chamados "kurakas". Eles
eram responsáveis por garantir que as ordens imperiais fossem cumpridas,
especialmente no que dizia respeito à produção de alimentos, tributação e
trabalhos comunitários.
Tributação e economia planificada
A economia inca era baseada no trabalho coletivo e na
redistribuição de recursos. A população deveria contribuir com trabalho em
projetos públicos por meio do sistema de "mita", no qual cada
indivíduo oferecia serviços temporários ao governo, como construção de
estradas, templos e armazéns ("qollqas").
Os produtos essenciais, como milho, batata e quinoa, eram
armazenados nesses depósitos para suprir exércitos, comunidades em crise e
eventos religiosos. Esse sistema garantiu que a fome fosse minimizada e que a
população pudesse sobreviver em períodos de colheitas ruins.
Conclusão
A expansão e a administração do Império Inca foram
fundamentais para sua estabilidade e crescimento. Graças a um sistema político
organizado, uma infraestrutura eficiente e uma economia planificada, os incas
conseguiram controlar um território extenso e diverso por mais de um século. No
próximo artigo, discutiremos a religião e a visão de mundo inca, explorando
suas crenças e práticas cerimoniais.
Referências bibliográficas
- BETHELL,
Leslie (org.). História da América Latina: América Latina Colonial.
São Paulo: EdUSP, 1999.
- MURRA,
John V. The Economic Organization of the Inka State. JAI Press,
1980.
- ROWE,
John H. Inca Culture at the Time of the Spanish Conquest. Handbook
of South American Indians, 1946.
- KOLATA,
Alan L. The Tiwanaku: Portrait of an Andean Civilization.
Wiley-Blackwell, 1993.
Nenhum comentário:
Postar um comentário