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terça-feira, 1 de abril de 2025

Marquês de Pombal: Reformas e impacto na modernização de Portugal

Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como Marquês de Pombal, foi uma das figuras mais influentes da história portuguesa do século XVIII. Como primeiro-ministro do rei D. José I, ele implementou uma série de reformas políticas, econômicas e sociais que transformaram Portugal em um Estado mais centralizado e moderno. Este artigo analisa as principais reformas pombalinas, seus impactos e a herança deixada para a história de Portugal.

O Marquês de Pombal foi um estadista visionário que governou Portugal entre 1750 e 1777. Sua gestão foi marcada por um conjunto de reformas que tinham como objetivo modernizar o país, fortalecer a economia e reduzir a influência da Igreja e da nobreza sobre o Estado. Seu governo é frequentemente associado ao despotismo esclarecido, uma corrente política que buscava centralizar o poder monárquico e implementar mudanças inspiradas no Iluminismo.

As reformas pombalinas

Reforma da administração pública

Para aumentar o controle do Estado, Pombal criou novos órgãos administrativos, reduziu o poder dos senhores feudais e fortaleceu a burocracia estatal. Essas medidas garantiram maior eficiência na arrecadação de impostos e no funcionamento da justiça.

Reformas econômicas

Pombal implementou medidas mercantilistas para fortalecer a economia portuguesa, entre elas:

  • Criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão e da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, para incentivar o comércio colonial.
  • Reestruturação do sistema de tributação e incentivo à produção manufatureira.
  • Expulsão dos jesuítas e expropriação de seus bens, redistribuindo terras para fortalecer a economia.

Reformas educacionais

Com o objetivo de modernizar a educação e reduzir a influência dos jesuítas, Pombal implementou:

  • A criação do Real Colégio dos Nobres e a reforma da Universidade de Coimbra.
  • Introdução de disciplinas científicas e técnicas no ensino.
  • Fim do monopólio educacional dos jesuítas.

Política colonial

Pombal fortaleceu o controle sobre o Brasil, incentivando o desenvolvimento econômico da colônia e reprimindo movimentos autonomistas. Criou medidas para reduzir o contrabando de ouro e aumentar a arrecadação de impostos.

Reformas sociais e urbanísticas

Após o terremoto de Lisboa em 1755, Pombal liderou a reconstrução da cidade, introduzindo um modelo urbanístico inovador com ruas largas e edifícios resistentes a abalos sísmicos. Além disso, implementou medidas para proteger populações marginalizadas e regular a segurança pública.

Legado e críticas

As reformas pombalinas transformaram Portugal em um Estado mais moderno e centralizado, mas também foram marcadas por autoritarismo e perseguições políticas. Seu governo foi caracterizado por repressão à nobreza e severidade contra opositores, incluindo a família Távora, executada sob acusação de conspiração.

Após a morte de D. José I e a ascensão de D. Maria I, Pombal foi destituído e exilado. Apesar disso, suas reformas deixaram uma marca duradoura na administração pública e na educação portuguesa.

Conclusão

O Marquês de Pombal foi uma figura central na história de Portugal, promovendo uma série de reformas que modernizaram o país. Seu legado ainda gera debates, com avaliações que variam entre um governante visionário e um líder autoritário. De qualquer forma, sua influência foi inegável na transformação de Portugal no século XVIII.

Referências bibliográficas

  • FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima. "O Brasil colonial e as reformas pombalinas". Editora Unesp, 2010.
  • MAXWELL, Kenneth. "Pombal: Paradoxo do Iluminismo". Editora Companhia das Letras, 1996.
  • VAINFAS, Ronaldo. "História do Brasil colonial". Editora Zahar, 2000.
  • BOXER, Charles. "A idade do ouro do Brasil: crescimento e decadência". Editora Companhia das Letras, 2002.

 

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