Radio Evangélica

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Crédito sobe e alcança R$18,8 trilhões em fevereiro, impulsionado por títulos públicos e empréstimos às empresas

Expansão de 1,7% no mês reforça crescimento do crédito ampliado, enquanto taxa média de juros atinge 30,5% ao ano; endividamento das famílias atinge maior nível desde junho de 2023

SFPMIS.org.br
O crédito ampliado ao setor não financeiro no Brasil registrou um crescimento de 1,7% em fevereiro, totalizando R$18,8 trilhões — o equivalente a 158,1% do Produto Interno Bruto (PIB). O aumento foi puxado, principalmente, pela alta de 3,6% nos títulos públicos de dívida, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Em 12 meses, o crédito ampliado cresceu 14,9%.

Empresas lideram expansão

O crédito às empresas somou R$6,6 trilhões (56,1% do PIB), com alta de 1,9% em fevereiro. Destaque para o avanço de 3,8% nos empréstimos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e de 1,5% nos empréstimos externos. Em relação a fevereiro de 2024, houve um crescimento expressivo de 19,2%, influenciado por títulos de dívida (+27,5%) e crédito externo (+18,6%).

Famílias com crédito mais estável

Já o crédito às famílias atingiu R$4,3 trilhões (36,5% do PIB), com crescimento mais modesto: 0,4% no mês e 12,5% em doze meses, sustentado especialmente pelos empréstimos do SFN.

Sistema Financeiro Nacional (SFN) movimenta R$6,5 trilhões

O estoque de crédito do SFN chegou a R$6,5 trilhões em fevereiro, com crescimento mensal de 0,4%. O crédito às empresas totalizou R$2,5 trilhões (+0,5%) e às famílias R$4,0 trilhões (+0,4%). No acumulado de 12 meses, a alta foi de 11,8%.

  • Crédito com recursos livres: R$3,7 trilhões (estável no mês, +11,3% em 12 meses)
  • Crédito direcionado: R$2,7 trilhões (+0,9% no mês, +12,5% em 12 meses)

Juros e inadimplência em alta

A taxa média de juros das novas concessões chegou a 30,5% ao ano, com avanço de 0,7 ponto percentual no mês. A inadimplência, por sua vez, atingiu 3,3% da carteira total do SFN, mantendo-se estável em 12 meses.

  • Juros para famílias: 35,0% a.a. (+1,2 p.p. no mês)
  • Juros para empresas: 21,0% a.a. (-0,4 p.p. no mês)
  • Spread bancário: 19,4 p.p.

No crédito livre às famílias, a taxa de juros chegou a 56,3% a.a., impulsionada pelo aumento no rotativo do cartão de crédito (+9,6 p.p.) e no crédito pessoal não consignado (+6,1 p.p.).

Endividamento e comprometimento de renda

O endividamento das famílias subiu para 48,7% da renda em janeiro, o maior nível desde junho de 2023. Já o comprometimento da renda com dívidas subiu para 27,3%.

Agregados monetários crescem

A base monetária chegou a R$440,9 bilhões (+0,2% no mês). Os agregados M1, M2, M3 e M4 também apresentaram expansão:

  • M1: R$627,8 bilhões (+0,4%)
  • M2: R$6,6 trilhões (+0,9%)
  • M3: R$12,1 trilhões (+0,7%)
  • M4: R$13,6 trilhões (+1,4% no mês e +12,2% em 12 meses)

Limite para juros em cartões entra em vigor

Desde janeiro, está em vigor a Lei nº 14.690/2023, que limita a cobrança de juros e encargos em cartões de crédito rotativo e parcelado. O total cobrado não pode ultrapassar o valor original da dívida. O Banco Central criou uma página específica para acompanhar os efeitos da nova legislação: Acesse aqui.

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