Radio Evangélica

sexta-feira, 11 de abril de 2025

IPCA desacelera em março, mas acumula alta de 5,48% em 12 meses

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou variação de 0,56% em março de 2025, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma desaceleração frente à taxa de fevereiro (1,31%), mas ainda é o maior índice para um mês de março desde 2023, quando ficou em 0,71%. No acumulado do ano, o IPCA já soma alta de 2,04%. Em 12 meses, o índice atinge 5,48%, acima dos 5,06% registrados no período anterior.

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram variação positiva em março. O maior impacto veio do grupo Alimentação e bebidas, que subiu 1,17% e respondeu por 0,25 ponto percentual do IPCA do mês — cerca de 45% do total. Entre os itens que mais pressionaram estão o tomate (22,55%), o ovo de galinha (13,13%) e o café moído (8,14%). Em contrapartida, houve queda no preço do óleo de soja (-1,99%), arroz (-1,81%) e carnes (-1,60%).

A alimentação fora do domicílio também acelerou, passando de 0,47% em fevereiro para 0,77% em março. O subitem refeição variou 0,86%, e o cafezinho, 3,48%. Já o lanche teve desaceleração leve, de 0,66% para 0,63%.

O segundo maior avanço foi observado em Despesas pessoais, que subiram 0,70%, puxadas por itens como cinema, teatro e concertos (7,76%), reflexo do encerramento da Semana do Cinema promovida em fevereiro. O grupo Vestuário teve alta de 0,59%, com aumentos em todos os segmentos, especialmente calçados e acessórios (0,65%).

No grupo Transportes (0,46%), a alta das passagens aéreas (6,91%) e dos combustíveis (0,46%) foi parcialmente compensada por reduções nos preços do ônibus urbano (-1,09%), em função de tarifas promocionais aos domingos em Curitiba e da gratuidade nos transportes públicos em Brasília.

A Habitação, que havia registrado forte alta de 4,44% em fevereiro, desacelerou para 0,24% em março. A energia elétrica residencial, que havia subido 16,80% no mês anterior, teve variação de apenas 0,12% em março.

Destaques regionais

Entre as regiões pesquisadas, Curitiba e Porto Alegre apresentaram as maiores variações (0,76%), impulsionadas principalmente pela alta da gasolina (1,84% e 2,43%, respectivamente). A menor variação foi registrada em Rio Branco (0,27%) e Brasília (0,27%), onde a redução de 24,18% no preço do ônibus urbano teve forte impacto.

INPC também desacelera

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), voltado às famílias com renda de até cinco salários mínimos, registrou alta de 0,51% em março, após ter avançado 1,48% em fevereiro. No acumulado do ano, o índice está em 2,00% e, nos últimos 12 meses, soma 5,20% — também acima dos 4,87% dos 12 meses anteriores.

Os produtos alimentícios, que já haviam subido 0,75% em fevereiro, aceleraram para 1,08% em março. Os não alimentícios, por sua vez, desaceleraram de 1,72% para 0,32%.

Curitiba (0,79%) também liderou o avanço do INPC, seguida de Porto Alegre (0,77%), ambas influenciadas pelos combustíveis. A menor variação, novamente, foi em Brasília (-0,33%), pela política de gratuidade nos transportes públicos aos domingos e feriados.

O IPCA e o INPC são calculados pelo IBGE com base em preços coletados entre os dias 27 de fevereiro e 31 de março de 2025, abrangendo dez regiões metropolitanas e seis capitais do país. Os índices seguem como termômetro essencial da inflação e refletem diretamente o custo de vida da população brasileira, especialmente no que diz respeito à alimentação e transporte.

 

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