Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados
apresentaram variação positiva em março. O maior impacto veio do grupo Alimentação
e bebidas, que subiu 1,17% e respondeu por 0,25 ponto percentual do IPCA do
mês — cerca de 45% do total. Entre os itens que mais pressionaram estão o tomate
(22,55%), o ovo de galinha (13,13%) e o café moído (8,14%).
Em contrapartida, houve queda no preço do óleo de soja (-1,99%), arroz
(-1,81%) e carnes (-1,60%).
A alimentação fora do domicílio também acelerou,
passando de 0,47% em fevereiro para 0,77% em março. O subitem refeição
variou 0,86%, e o cafezinho, 3,48%. Já o lanche teve
desaceleração leve, de 0,66% para 0,63%.
O segundo maior avanço foi observado em Despesas pessoais,
que subiram 0,70%, puxadas por itens como cinema, teatro e concertos (7,76%),
reflexo do encerramento da Semana do Cinema promovida em fevereiro. O grupo Vestuário
teve alta de 0,59%, com aumentos em todos os segmentos, especialmente calçados
e acessórios (0,65%).
No grupo Transportes (0,46%), a alta das passagens
aéreas (6,91%) e dos combustíveis (0,46%) foi parcialmente
compensada por reduções nos preços do ônibus urbano (-1,09%), em função
de tarifas promocionais aos domingos em Curitiba e da gratuidade nos
transportes públicos em Brasília.
A Habitação, que havia registrado forte alta de 4,44%
em fevereiro, desacelerou para 0,24% em março. A energia elétrica
residencial, que havia subido 16,80% no mês anterior, teve variação de
apenas 0,12% em março.
Destaques regionais
Entre as regiões pesquisadas, Curitiba e Porto Alegre
apresentaram as maiores variações (0,76%), impulsionadas principalmente pela
alta da gasolina (1,84% e 2,43%, respectivamente). A menor variação foi
registrada em Rio Branco (0,27%) e Brasília (0,27%), onde a
redução de 24,18% no preço do ônibus urbano teve forte impacto.
INPC também desacelera
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC),
voltado às famílias com renda de até cinco salários mínimos, registrou alta de
0,51% em março, após ter avançado 1,48% em fevereiro. No acumulado do ano, o
índice está em 2,00% e, nos últimos 12 meses, soma 5,20% — também acima dos
4,87% dos 12 meses anteriores.
Os produtos alimentícios, que já haviam subido 0,75%
em fevereiro, aceleraram para 1,08% em março. Os não alimentícios, por
sua vez, desaceleraram de 1,72% para 0,32%.
Curitiba (0,79%) também liderou o avanço do INPC,
seguida de Porto Alegre (0,77%), ambas influenciadas pelos combustíveis.
A menor variação, novamente, foi em Brasília (-0,33%), pela política de
gratuidade nos transportes públicos aos domingos e feriados.
O IPCA e o INPC são calculados pelo IBGE com base em preços
coletados entre os dias 27 de fevereiro e 31 de março de 2025, abrangendo dez
regiões metropolitanas e seis capitais do país. Os índices seguem como
termômetro essencial da inflação e refletem diretamente o custo de vida da
população brasileira, especialmente no que diz respeito à alimentação e
transporte.
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