Radio Evangélica

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Resenha: O Ateneu, de Raul Pompeia

Publicado pela primeira vez em 1888, O Ateneu é uma das obras mais marcantes do Realismo brasileiro e uma das grandes contribuições de Raul Pompeia à literatura nacional. O romance, de forte cunho autobiográfico, acompanha a trajetória de Sérgio, um jovem de classe média alta que é matriculado pelo pai em um colégio interno, o tradicional Ateneu. Ao deixar o filho na escola, o pai profere a frase que se tornaria célebre: “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.”

A partir dessa premissa, o leitor mergulha numa narrativa introspectiva, densa e carregada de crítica social. O colégio, símbolo de uma sociedade hierarquizada, hipócrita e muitas vezes cruel, revela-se um microcosmo da vida adulta e de suas contradições. Sérgio, inicialmente ingênuo, passa por experiências que o confrontam com a vaidade, a competição, a repressão sexual, as injustiças e o desencanto.

O estilo de Raul Pompeia é sofisticado e detalhista, com uma prosa lírica que se aproxima do impressionismo literário. O autor alterna momentos de profunda reflexão com descrições vívidas do ambiente escolar, criando uma atmosfera que prende o leitor do início ao fim. A narrativa em primeira pessoa contribui para o tom confessional e íntimo do romance, tornando a experiência de leitura ainda mais envolvente.

O Ateneu não é apenas uma crítica ao sistema educacional da época, mas também uma obra sobre a perda da inocência e a formação da identidade. Por isso, permanece atual e relevante, sendo leitura obrigatória para quem deseja compreender melhor a literatura brasileira e os desafios do amadurecimento.

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