A partir dessa premissa, o leitor mergulha numa narrativa
introspectiva, densa e carregada de crítica social. O colégio, símbolo de uma
sociedade hierarquizada, hipócrita e muitas vezes cruel, revela-se um
microcosmo da vida adulta e de suas contradições. Sérgio, inicialmente ingênuo,
passa por experiências que o confrontam com a vaidade, a competição, a
repressão sexual, as injustiças e o desencanto.
O estilo de Raul Pompeia é sofisticado e detalhista, com uma
prosa lírica que se aproxima do impressionismo literário. O autor alterna
momentos de profunda reflexão com descrições vívidas do ambiente escolar,
criando uma atmosfera que prende o leitor do início ao fim. A narrativa em
primeira pessoa contribui para o tom confessional e íntimo do romance, tornando
a experiência de leitura ainda mais envolvente.
O Ateneu não é apenas uma crítica ao sistema
educacional da época, mas também uma obra sobre a perda da inocência e a
formação da identidade. Por isso, permanece atual e relevante, sendo leitura
obrigatória para quem deseja compreender melhor a literatura brasileira e os
desafios do amadurecimento.
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