São Paulo tem o maior valor do país em março de 2025; alta generalizada eleva salário mínimo necessário para mais de R$ 7.300
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São Paulo continua sendo a capital com o maior custo da
cesta básica, atingindo R$ 880,72. Em seguida vêm Rio de Janeiro (R$ 835,50),
Florianópolis (R$ 831,92) e Porto Alegre (R$ 791,64). No outro extremo, as
capitais do Norte e Nordeste apresentaram os menores valores, com Aracaju (R$
569,48), João Pessoa (R$ 626,89), Recife (R$ 627,14) e Salvador (R$ 633,58).
Na comparação anual, todas as capitais registraram aumento
no preço dos alimentos básicos, com destaque para Fortaleza (9,69%) e Salvador
(8,51%). Apenas Porto Alegre teve uma elevação inferior a 2%, com alta de
1,83%.
Com base no valor da cesta mais cara — a de São Paulo — o
DIEESE estimou que o salário mínimo necessário para suprir as necessidades
básicas de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.398,94 em março de
2025, o equivalente a 4,87 vezes o salário mínimo em vigor, de R$ 1.518,00.
Além do aumento no custo dos produtos, o tempo de trabalho
necessário para adquirir a cesta também subiu. Em média, o trabalhador que
recebe um salário mínimo precisou de 106 horas e 19 minutos para comprar os
itens essenciais, frente a 104 horas e 43 minutos em fevereiro. Em São Paulo,
essa jornada foi ainda maior: 127 horas e 38 minutos — o equivalente a 62,72%
do rendimento líquido mensal.
Variações nos preços dos produtos
Os produtos com maior impacto foram o café em pó, o tomate e
o leite integral. O café subiu em todas as capitais, com aumentos expressivos
em Belém (14,48%) e São Paulo (3,92%). Em 12 meses, o preço da bebida disparou,
com destaque para Goiânia (134,38%) e Brasília (125,29%).
O tomate também registrou alta em 13 capitais, especialmente
nas do Sul, com variações superiores a 50%. As quedas foram observadas em
cidades do Nordeste. Já o leite integral subiu em 10 capitais, puxado pela
entressafra, com destaque para Vitória (9,05%).
Entre os itens que apresentaram recuo de preços estão a
carne bovina de primeira — que caiu em 15 capitais — e o arroz agulhinha, com
queda em 15 cidades. O óleo de soja também apresentou recuo em 13 capitais,
apesar de ainda acumular alta em 12 meses.
São Paulo: cesta mais cara do país
Em São Paulo, a cesta básica teve aumento de 2,35% em março.
Em um ano, o custo acumulado foi de 8,30%. Sete dos 13 produtos analisados
subiram, com destaque para o tomate (25,91%) e o açúcar (9,71%). No acumulado
de 12 meses, o café lidera com alta de 50,75%, seguido pelo óleo de soja
(32,34%) e a carne bovina (28,17%).
Apesar de pequenas quedas em alguns itens, o peso da cesta
básica no orçamento do trabalhador paulista segue elevado. Em março, foi
necessário comprometer mais de 62% do salário mínimo líquido apenas para
garantir alimentação básica.
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