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Forma de Governo
A Noruega opera sob uma monarquia constitucional
parlamentarista, estabelecida pela Constituição de 1814, a segunda constituição
escrita mais antiga ainda em uso no mundo. Nesse sistema, o poder político
emana do povo, que elege representantes para o Storting (Parlamento norueguês),
composto por 169 membros, com eleições a cada quatro anos. O governo, liderado
pelo primeiro-ministro, exerce o poder executivo e deve manter a confiança do
Storting para governar. Formalmente, o rei nomeia o governo, mas, na prática,
desde a introdução do parlamentarismo em 1884, essa nomeação segue a vontade do
Parlamento, refletindo a escolha do povo.
Embora a Constituição atribua ao rei poderes executivos
significativos, como a ratificação de leis e resoluções reais, esses poderes
são exercidos pelo Conselho de Estado (gabinete) em nome do monarca. O rei
também desempenha funções cerimoniais, como receber e enviar emissários para
países estrangeiros e hospedar visitas de chefes de estado. Além disso, ele é o
Comandante Supremo das Forças Armadas Norueguesas e Grão-Mestre da Ordem Real
Norueguesa de Santo Olavo e da Ordem do Mérito Norueguês. No entanto, o
controle efetivo das forças armadas e das decisões políticas está nas mãos do
governo eleito, evidenciando o caráter simbólico da monarquia.
Religião Oficial
A religião na Noruega tem raízes profundas no cristianismo
luterano, que foi a religião oficial do Estado até 2012. Historicamente, os
noruegueses eram adeptos do paganismo nórdico, mas a cristianização começou no
século X e se consolidou no século XI, sob reis como Olavo II, o Santo. Após a
Reforma Protestante em 1536, imposta pelo rei dinamarquês Cristiano III (quando
a Noruega estava sob domínio dinamarquês), o luteranismo tornou-se dominante, e
a Igreja Evangélica Luterana da Noruega foi estabelecida como a igreja estatal.
Em 2012, uma emenda constitucional separou formalmente a
Igreja do Estado, e o luteranismo deixou de ser a religião oficial. No entanto,
a Igreja Evangélica Luterana ainda é considerada a "Igreja Nacional"
e recebe apoio financeiro do Estado, assim como outras comunidades religiosas.
A partir de 2017, a Igreja tornou-se uma entidade jurídica independente, e os
mais de 1.700 pastores e outros cargos eclesiásticos deixaram de ser
funcionários públicos nomeados pelo Estado. Apesar disso, a Constituição exige
que o rei professe a fé luterana, e até 2012, pelo menos metade do governo
também deveria ser luterana – uma exigência que foi removida com as reformas.
Atualmente, cerca de 61,7% da população norueguesa pertence
à Igreja Evangélica Luterana (dados de 2024), mas a religiosidade ativa é
baixa: apenas cerca de 3% frequentam a igreja regularmente aos domingos, e 10%
mensalmente. Outras religiões, como o islamismo (3,4%) e o catolicismo (3,1%),
estão crescendo, especialmente devido à imigração. Cerca de 18,3% da população
não está afiliada a nenhuma religião, refletindo uma sociedade cada vez mais
secular.
O Papel do Rei
O rei Harald V, da Casa de Glücksburg, desempenha um papel
predominantemente simbólico e cerimonial, sendo um importante símbolo de
unidade nacional. Ele ratifica leis, preside cerimônias oficiais e representa a
Noruega em eventos internacionais. Um exemplo de sua influência simbólica é o
discurso anual de Ano Novo, onde ele frequentemente aborda questões sociais e
políticas de forma sutil, mas impactante. Durante crises, como na Segunda
Guerra Mundial, a monarquia mostrou sua relevância: o rei Haakon VII, avô de
Harald V, recusou-se a aceitar a ocupação nazista em 1940, exilando-se em
Londres e liderando a resistência norueguesa, o que reforçou o apoio popular à
monarquia.
Apesar de seu papel limitado no governo, o rei mantém uma
influência cultural e emocional. Harald V, que assumiu o trono aos 54 anos,
modernizou a monarquia, introduzindo maior transparência, como a publicação das
despesas reais e a criação de uma página oficial na internet. Ele também
quebrou tradições ao casar-se com uma plebeia, Sonja Haraldsen, em 1968, após
um longo impasse com seu pai, o rei Olavo V. Sua decisão de permanecer no
trono, mesmo após problemas de saúde (como a cirurgia para implante de um
marca-passo em 2024), reflete seu compromisso com o juramento vitalício que fez
ao assumir o cargo.
O herdeiro aparente, o príncipe Haakon, casado com
Mette-Marit, desempenha funções cerimoniais e atua como regente na ausência do
rei. A linha de sucessão segue a primogenitura absoluta desde 1990, permitindo
que mulheres herdem o trono – um avanço que colocou a princesa Ingrid
Alexandra, filha de Haakon, como segunda na linha de sucessão.
Desafios e Popularidade
A monarquia norueguesa enfrenta desafios modernos, como os
escândalos recentes envolvendo membros da família real. Em 2024, Marius Borg
Høiby, enteado do príncipe Haakon, foi detido por agressão e danos à
propriedade, gerando críticas públicas. Além disso, o casamento da princesa
Märtha Louise com Durek Verrett, um autoproclamado xamã americano, em agosto de
2024, foi controverso devido às acusações contra Verrett e ao uso comercial de
títulos reais. Apesar disso, 62% dos noruegueses apoiam a continuidade da
monarquia, valorizando seu papel unificador.
Conclusão
A monarquia na Noruega é um pilar histórico e cultural que,
embora com poderes limitados, mantém uma relevância simbólica significativa. A
forma de governo parlamentarista garante que o poder esteja nas mãos do povo,
enquanto a Igreja Evangélica Luterana, embora não mais oficial, ainda
desempenha um papel central na identidade nacional. O rei Harald V, com sua
postura moderna e compromisso com a nação, continua a ser uma figura
respeitada, mesmo em meio a desafios contemporâneos.
Referências Bibliográficas
Beard, M. (2015). SPQR: A History of Ancient Rome. Profile
Books.
Goldsworthy, A. (2006). The Fall of Carthage: The Punic Wars
265–146 BC. Cassell.
Scullard, H. H. (1982). From the Gracchi to Nero: A History
of Rome from 133 BC to AD 68. Routledge.
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