Radio Evangélica

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Crédito no Brasil deve crescer 8,5% em 2025, aponta Febraban

Pesquisa indica revisão para baixo nas expectativas de crescimento, refletindo maior cautela econômica

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O crédito no Brasil deverá crescer 8,5% em 2025, com a carteira de recursos livres tendo expansão de 8,1% e a carteira direcionada de 9,0%, revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O levantamento, realizado com 21 bancos entre os dias 5 e 10 de fevereiro, indica uma acomodação das expectativas em relação ao crescimento registrado em 2024, quando a expansão da carteira de crédito foi de 10,9%, segundo o Banco Central. Em dezembro, a projeção era de 9% para 2025, demonstrando uma leve revisão para baixo.

A redução das expectativas se deve a um contexto econômico mais desafiador, com previsão de juros mais altos e inflação pressionada. A carteira de crédito com recursos livres teve sua projeção reduzida de 8,3% para 8,1%, refletindo maior cautela dos bancos na concessão de empréstimos. Já a carteira de crédito direcionado teve queda de 0,7 ponto percentual na projeção de expansão, passando de 9,7% para 9,0%. O crédito direcionado às famílias caiu de 9,8% para 8,9%, enquanto o crédito para empresas teve revisão mínima, de 9,1% para 9,0%.

No geral, a projeção de crédito para empresas recuou de 7,8% para 7,1%, enquanto para as famílias, a expectativa de crescimento passou de 9,1% para 8,6%. A pesquisa da Febraban é realizada a cada 45 dias após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), coletando projeções sobre diversas variáveis econômicas.

"Cenário fiscal e política monetária influenciarão crescimento do crédito", diz Febraban

Segundo Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, a revisão já era esperada devido à piora do cenário econômico. "Os números evoluem conforme a dinâmica da economia. O desempenho efetivo do crédito dependerá do cenário fiscal e de outras variáveis relevantes que podem alterar a perspectiva atual", explicou.

Para 2026, a pesquisa indica que o movimento de desaceleração do crédito deve continuar, com expansão projetada de 7,7%. O crédito com recursos livres deve crescer 7,1%, enquanto as linhas direcionadas devem apresentar alta de 8,6%. A inadimplência com recursos livres deve se manter estável em 4,6%.

Inadimplência e juros elevados impactam mercado

A projeção para a taxa de inadimplência da carteira livre caiu de 4,7% para 4,6%, ainda que permaneça acima do índice registrado no final de 2024 (4,1%). A tendência de estabilidade pode ser atribuída à maior seletividade na concessão de crédito.

Em relação à taxa Selic, 76,2% dos entrevistados esperam que os juros permaneçam elevados, acima de 14,25% ao ano em 2025, sem previsão de cortes. Na pesquisa anterior, apenas 47,4% tinham essa expectativa. A mediana das projeções aponta para uma Selic de 15,25% ao ano em junho, mantida neste patamar pelo menos até setembro.

Dólar e inflação também preocupam

A expectativa para a taxa de câmbio é de ligeira depreciação ao longo de 2025, com o dólar atingindo R$ 5,95 até setembro. Anteriormente, esperava-se que o câmbio ficasse próximo de R$ 6,00.

Com relação à inflação, 47,6% dos entrevistados acreditam que o índice ficará próximo de 5,5%, enquanto um terço espera que ultrapasse 6%.

PIB e projeções econômicas

A pesquisa aponta que 52,4% dos entrevistados projetam crescimento do PIB de 2,0% em 2025, um leve aumento em relação à pesquisa anterior (50%). Contudo, o viés é de baixa, com crescimento da parcela de analistas que preveem desaceleração maior, passando de 27,8% para 33,3%.

Expectativas para a política monetária nos EUA

No cenário internacional, 71,4% dos entrevistados acreditam que o Federal Reserve (Fed) fará cortes modestos nas taxas de juros em 2025, de 0,25 ponto percentual em uma ou duas oportunidades. Já 28,6% esperam que os juros permaneçam no patamar atual, sem descartar possíveis elevações ao longo do ano.

A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban segue sendo uma das principais referências sobre as perspectivas econômicas do setor bancário, refletindo as expectativas para o crédito e outros indicadores fundamentais da economia brasileira.

A íntegra da pesquisa pode ser acessada neste link

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