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A presidente Dilma Rouseff e o vice-presidente Michel Temer Foto: Alan Marques/Folhapress |
Em evento no Palácio do Planalto, representantes de
movimentos de luta pela reforma agrária criticaram nesta sexta-feira (1º) a
atuação do juiz Sergio Moro e incitaram a invasão de latifúndios no país caso a
regularização de terras para assentamentos não avance.
Durante a cerimônia, em que a presidente Dilma Rousseff
assinou atos que autorizam a regularização de áreas rurais para a reforma
agrária e para comunidades quilombolas, também pediram o combate à bancada dos
ruralistas e da bala da Câmara dos Deputados.
"Vamos ocupar as propriedades deles, as casas deles
no campo. Vamos ocupar os gabinetes, mas também as fazendas deles. Se eles são
capazes de incomodar um ministro do Supremo Tribunal Federal, vamos incomodar
as casas deles, as fazendas e as propriedades deles. Vai ter reforma agrária,
vai ter luta e não vai ter golpe", afirmou o secretário de finanças e administração
da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Aristides
Santos.
Em discurso duro, o coordenador nacional do MST
(Movimento dos Sem-Terra), Alexandre Conceição, chamou Moro de golpista e disse
que, com sua caneta de magistrado, ele faz "maldades contra o povo
brasileiro".
Ele acusou o juiz de ter, há três anos, determinado a
prisão de integrantes do movimento social. "O juiz Sergio Moro, esse
golpista, prendeu nossos companheiros há três anos sem justificativa.Nós não
cometemos crimes, quem comete crime é o latifúndio e o juiz Sergio Moro, que
faz com a sua caneta maldades contra o povo brasileiro", disse.
Conceição também chamou o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de "bandido" e criticou os
veículos de imprensa.
Segundo ele, os meios de comunicação querem o impeachment
da presidente para que a população mais rica chegue ao Palácio do Planalto.
"O Palácio do Planalto não pertence a 1% da
população brasileira", disse. "Nós vamos ocupar as ruas em defesa de
seu mandato, presidente. A senhora é uma mulher honrada e não pode ser julgada
por um bandido como o Eduardo Cunha", disse.
Conceição cobrou ainda a liberação de mais recursos para
o Incra e para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. "É preciso que
haja a recomposição efetiva do Incra e do MDA para que eles possam ajudar a
construir um processo de agroindustrialização para que a nossa produção possa
ser beneficiada e para que nossa juventude não precise mais sair do campo para
viver com drogas nas cidades. O campo precisa ser um lugar excelente",
disse.
Por Gustavo Uribe e Mariana Haubert para a Folha de São
Paulo
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