Forma de Governo: Monarquia Constitucional
Parlamentarista
A Suécia é uma monarquia constitucional parlamentarista,
o que significa que o país é governado por um Parlamento (o Riksdag) e
um Primeiro-Ministro, enquanto o rei (ou a rainha) atua como chefe de Estado
simbólico. A Constituição sueca, especialmente o Instrumento de Governo
de 1974 (um dos quatro textos constitucionais), retirou do monarca qualquer
poder executivo ou legislativo.
Desde então, o soberano da Suécia não exerce nenhuma função
política ou de governo. Todas as decisões governamentais são tomadas pelo
Primeiro-Ministro, escolhido pelo Riksdag. O rei atua em nome da unidade
nacional, participando de cerimônias, recepções de Estado e viagens oficiais
representando a Suécia no exterior.
Os Poderes do Rei: Funções Representativas e Cerimoniais
O atual monarca é o Rei Carl XVI Gustaf, que assumiu
o trono em 1973. Desde a reforma constitucional de 1974, os poderes do rei
foram reduzidos ao mínimo. As principais funções do monarca sueco são:
- Abrir
oficialmente o ano parlamentar, em uma cerimônia formal no Riksdag.
- Receber
embaixadores estrangeiros, representando o país diplomaticamente.
- Presidir
reuniões do Conselho de Estado, em ocasiões cerimoniais.
- Conceder
prêmios e honrarias nacionais, como o Prêmio Nobel (embora este seja
concedido por instituições independentes, o rei participa da cerimônia).
- Participar
de eventos culturais, militares e sociais, simbolizando a continuidade
do Estado sueco.
O monarca não pode sancionar leis, dissolver o Parlamento ou
interferir em decisões políticas, mantendo um papel estritamente simbólico.
A Família Real e a Sucessão ao Trono
A Suécia é uma das pioneiras na igualdade de gênero na
monarquia. Em 1980, foi adotada a lei de primogenitura absoluta,
permitindo que a filha mais velha, independentemente do sexo, herde o trono.
Assim, a Princesa Victoria é a herdeira presuntiva do trono sueco, mesmo
tendo um irmão mais novo.
A família real desempenha papel importante na imagem pública
da monarquia. Eventos familiares, como casamentos e batizados reais, são
amplamente acompanhados pela população e fortalecem o vínculo cultural entre o
povo e a Casa de Bernadotte, dinastia reinante desde 1818.
Religião Oficial: Uma Separação Gradual
Historicamente, a Suécia foi um país com Igreja Estatal
Luterana, a Igreja da Suécia (Svenska kyrkan). Até o ano 2000, o rei
era o chefe da igreja, e a religião luterana era oficialmente associada ao
Estado. No entanto, a partir do novo milênio, a Suécia implementou a separação
entre Igreja e Estado.
Apesar disso, o monarca ainda deve ser membro da Igreja
Luterana, de acordo com a Lei de Sucessão. A tradição religiosa permanece nas
cerimônias da monarquia, mas sem implicações políticas. Hoje, a Suécia é uma
sociedade altamente secularizada, com liberdade religiosa plena garantida pela
constituição.
A Monarquia na Sociedade Sueca Contemporânea
A monarquia sueca é geralmente bem aceita pela população,
que a enxerga como um símbolo de unidade e estabilidade. Pesquisas de opinião
indicam que a maioria dos suecos apoia a manutenção da instituição,
especialmente por sua neutralidade política e pela imagem positiva da família
real.
O financiamento da monarquia é transparente. O rei recebe
uma dotação anual do Estado para cobrir despesas da Casa Real e do
Palácio, cujas contas são auditadas publicamente. Há críticas pontuais, mas, em
geral, o modelo é considerado eficiente e simbólico, sem grandes custos ou
escândalos recentes.
Conclusão: Uma Monarquia Moderna em um Estado Democrático
A monarquia sueca é um exemplo de como tradições seculares
podem conviver com a modernidade democrática. Com um papel estritamente
simbólico, o rei da Suécia atua como um embaixador nacional e símbolo da
história do país, sem comprometer os princípios republicanos de governança
representativa.
Essa coexistência entre monarquia e democracia mostra que,
mesmo em tempos de transformações sociais e políticas, instituições simbólicas
ainda podem exercer funções relevantes na construção da identidade nacional.
Referências Bibliográficas
- REGERINGSFORMEN
(1974:152). Constituição sueca disponível em: www.riksdagen.se.
- WÄSTBERG,
P. The Swedish Monarchy in Modern Society. Stockholm: Svenska
Institutet, 2018.
- ELMAN,
M. Scandinavian Constitutionalism and the Rise of Parliamentarism.
Journal of Modern European History, 2019.
- Swedish
Royal Court. www.kungahuset.se –
Site oficial da Família Real da Suécia.
- Statistiska
Centralbyrån (SCB) – Pesquisas de opinião pública sobre a monarquia.
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