Radio Evangélica

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Reflexão Bíblica – Hebreus 7:25

"Portanto, também pode salvar totalmente os que por ele se achegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles."

(Hebreus 7:25, ARA)

Contexto do versículo:

Hebreus 7 está centrado na superioridade do sacerdócio de Cristo em comparação com o sacerdócio levítico. O autor apresenta Jesus como Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque — uma figura misteriosa do Antigo Testamento, que simboliza um sacerdócio eterno e não baseado na linhagem de Arão. O versículo 25 é uma conclusão teológica poderosa do argumento que o autor vinha desenvolvendo: Cristo é superior, eterno e suficiente para salvar completamente.

"Pode salvar totalmente" – A plenitude da salvação:

O verbo "pode salvar" (do grego dýnamai sózein) aponta para a capacidade absoluta de Cristo de operar a salvação. Ele não apenas oferece meios de salvação, mas efetivamente salva com poder. O advérbio "totalmente" (ou "perfeitamente", dependendo da tradução; no grego, eis to panteles) pode ser entendido em duas dimensões:

  • No tempo: Jesus salva de forma eterna, não temporária. Sua obra não precisa ser repetida como os sacrifícios antigos.
  • Na extensão: Ele salva completamente, de todos os pecados, da culpa, do juízo e da separação de Deus.

Essa salvação não é limitada, condicional ou frágil. É perfeita, segura e irrevogável, porque está alicerçada não em nossos méritos, mas na vida e na obra de Cristo.

"Os que por ele se achegam a Deus" – A mediação exclusiva de Cristo:

A salvação é oferecida àqueles que “por ele” — ou seja, por meio de Cristo — se aproximam de Deus. Esse ponto é central na teologia do Novo Testamento: não há outro mediador entre Deus e os homens, senão Jesus Cristo (1Tm 2:5).

Chegar-se a Deus exige fé, arrependimento e a confiança na mediação de Cristo. Não se trata de méritos humanos, religião ou boas obras, mas de um relacionamento baseado na graça, pela fé no Salvador.

O verbo grego usado para "chegar-se" (proserchomai) implica acesso contínuo, ou seja, uma vida de comunhão constante com Deus, sustentada por essa intermediação viva e eficaz.

"Vivendo sempre para interceder por eles" – O sacerdócio contínuo de Cristo:

Aqui reside a profundidade do consolo cristão. Jesus vive eternamente e, por isso, seu sacerdócio nunca cessa. Isso contrasta com os sacerdotes humanos, que morriam e precisavam ser substituídos. Cristo é o sacerdote imortal, que permanece para sempre (Hb 7:23-24).

A intercessão de Cristo não significa que Ele esteja “pedindo” constantemente ao Pai para perdoar. Em vez disso, sua própria presença diante do trono, como o Cordeiro que foi morto e ressuscitou, é a base eterna da nossa aceitação diante de Deus. Ele é o advogado perfeito (1Jo 2:1), o que carrega em si as marcas do sacrifício que garante o nosso perdão.

Aplicações práticas:

  • Segurança na salvação: Não precisamos temer perder nossa salvação se realmente estivermos “chegando a Deus por meio de Cristo”. Ele é fiel para completar a obra que começou em nós (Fp 1:6).
  • Consolo nas fraquezas: Quando caímos ou nos sentimos fracos, podemos lembrar que temos um intercessor eterno, que conhece nossas dores e intercede por nós com compaixão (Hb 4:15-16).
  • Chamado à perseverança: Já que Cristo vive sempre, nossa vida cristã também deve ser contínua, marcada por fé constante, comunhão diária e renovação interior.
  • Gratidão e adoração: Saber que o Senhor do universo se dedica à nossa causa nos move à adoração profunda. Ele não apenas morreu por nós — Ele vive por nós.

Conclusão:

Hebreus 7:25 é uma das declarações mais poderosas do Novo Testamento sobre a suficiência e a eficácia da obra de Cristo. Ele salva totalmente, porque vive eternamente. Sua intercessão não tem fim, e por isso, nossa esperança é viva e segura.

Que esta verdade transforme nossa fé, nos dê descanso em meio às lutas e nos aproxime mais confiadamente do trono da graça.

“Aquele que morreu por você, também vive para você — e diante de Deus, Ele nunca se esquece do seu nome.”

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