Machado de Assis, Joaquim Nabuco e Princesa Isabel e os protagonistas de uma das maiores transformações sociais do país
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Autor: Victor Meirelles |
Várias personalidades se destacaram ao longo desse processo.
Joaquim Nabuco foi um dos principais expoentes do movimento abolicionista.
Advogado, político e diplomata, ele defendia o fim da escravidão por meio de
ações legais e argumentava que a permanência dessa instituição era incompatível
com os ideais de progresso e civilização. Sua obra O Abolicionismo
(1883) foi uma das mais influentes do período.
Outro nome relevante é o de Machado de Assis, escritor
consagrado e fundador da Academia Brasileira de Letras. Embora não fosse
militante do movimento abolicionista, Machado, neto de escravizados, expressava
em sua literatura uma crítica sutil às desigualdades sociais da época. Sua
visão de mundo contribuiu para ampliar a reflexão sobre o Brasil imperial e
suas estruturas.
A Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, teve papel
decisivo. Assinou a Lei Áurea durante sua terceira regência, sendo reconhecida
por muitos como uma figura central no processo de abolição. Já havia sancionado
leis anteriores que prepararam o caminho, como a Lei do Ventre Livre (1871) e a
dos Sexagenários (1885). Sua atitude firme ao sancionar a Lei Áurea lhe rendeu
aclamação popular e o título de "A Redentora".
Outras figuras também participaram do movimento
abolicionista, como o jornalista José do Patrocínio, o engenheiro André
Rebouças e o advogado Luís Gama. Embora cada um tenha atuado com diferentes
métodos e motivações, todos ajudaram a construir o ambiente político e social
que culminou na abolição.
A escravidão foi abolida por meio de um processo político
que envolveu o Parlamento, a Casa Imperial, a imprensa, intelectuais e grande
parte da sociedade civil. A Lei Áurea não teve artigos de compensação econômica
nem medidas imediatas de integração, o que gerou debates posteriores sobre seus
efeitos. No entanto, sua promulgação foi uma vitória da legalidade e do esforço
coletivo que marcou profundamente a história do Brasil.
Hoje, a data de 13 de maio é lembrada como um marco na
trajetória nacional, simbolizando a ação de líderes, pensadores e governantes
que contribuíram para o fim de um regime ultrapassado e contrário aos
princípios do direito natural e da dignidade humana.
Referências Bibliográficas
- NABUCO, Joaquim. O Abolicionismo. São Paulo: Martin Claret, 2000.
- SCHWARCZ, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
- FERREIRA,
Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. O Brasil Republicano: o
tempo do liberalismo excludente. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2003.
- ASSIS,
Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
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