Forma de Governo
A Suécia é uma monarquia constitucional desde a adoção da
Constituição de 1974, que reformulou significativamente o papel do monarca
(Regeringsformen, 1974). O poder político é exercido pelo governo, liderado
pelo primeiro-ministro, e pelo Riksdag, o Parlamento unicameral com 349 membros
eleitos democraticamente (Tersmeden, 2020). O monarca, atualmente o Rei Carlos
XVI Gustavo, atua como chefe de Estado simbólico, com funções como abrir
sessões parlamentares, representar a Suécia em eventos internacionais e
presidir cerimônias oficiais, como a entrega dos Prêmios Nobel (Nergelius,
2015).
A sucessão ao trono é hereditária e segue a primogenitura
absoluta desde 1980, permitindo que o primeiro filho ou filha do monarca herde
o trono, independentemente do gênero (Sundberg, 2018). Isso colocou a Princesa
Vitória, filha mais velha do rei, como herdeira aparente, um marco na igualdade
de gênero na monarquia sueca.
Religião
Até o ano 2000, a Igreja da Suécia, de confissão luterana,
era a religião oficial do Estado, refletindo a histórica influência do
protestantismo no país (Eckerdal, 2012). Após a separação entre Igreja e
Estado, a Igreja da Suécia perdeu seu status oficial, mas continua sendo a
maior denominação religiosa, com cerca de 60% da população afiliada, embora a
prática religiosa seja baixa em uma sociedade amplamente secular (Willander,
2020).
A Constituição sueca exige que o monarca seja membro da
Igreja da Suécia, garantindo uma ligação simbólica entre a monarquia e o
luteranismo (Regeringsformen, 1974). O Rei Carlos XVI Gustavo e sua família
participam de eventos religiosos importantes, como batismos e serviços
nacionais, reforçando essa conexão. A liberdade religiosa é garantida, e a
diversidade religiosa, incluindo islamismo e catolicismo, cresceu devido à
imigração (Eckerdal, 2012).
História e Contexto
A monarquia sueca tem origens nos tempos vikings, com reis
lendários como Érico, o Vitorioso, no século X (Harrison, 2009). A dinastia
atual, Bernadotte, começou em 1818 com Carlos XIV João, um marechal napoleônico
escolhido como rei para fortalecer a Suécia após a perda da Finlândia para a
Rússia (Barton, 2002). Ao longo dos séculos, a monarquia evoluiu de absoluta
para constitucional, com a Constituição de 1974 eliminando quase todas as
prerrogativas políticas do monarca (Nergelius, 2015).
O Rei Carlos XVI Gustavo, no trono desde 1973, é o sétimo
monarca da dinastia Bernadotte. Ele é conhecido por seu compromisso com a
sustentabilidade e por manter um perfil discreto, adequado à cultura sueca de
igualdade (Tersmeden, 2020). A Princesa Vitória, sua herdeira, é altamente
preparada, com formação acadêmica e treinamento militar, sendo vista como uma
futura rainha moderna (Sundberg, 2018).
Papel Cultural e Desafios
A monarquia é um símbolo de continuidade e identidade
nacional, especialmente em eventos como o Dia Nacional da Suécia (6 de junho) e
os Prêmios Nobel (Harrison, 2009). No entanto, sua relevância é debatida em uma
sociedade igualitária. Pesquisas recentes indicam que cerca de 60% dos suecos
apoiam a monarquia, enquanto partidos como os Verdes e a Esquerda defendem a
transição para uma república (Willander, 2020).
A família real, composta pelo rei, pela Rainha Sílvia, pela
Princesa Vitória e outros, reside no Palácio de Drottningholm e utiliza o
Palácio Real de Estocolmo para eventos oficiais. O financiamento da monarquia,
por meio do apanágio (cerca de 150 milhões de coroas suecas em 2023), também é
alvo de escrutínio (Tersmeden, 2020).
Conclusão
A monarquia sueca, sob a dinastia Bernadotte, combina
tradição histórica com adaptação à modernidade. Como monarquia constitucional,
mantém um papel cerimonial, enquanto a religião luterana, embora menos
dominante, permanece ligada à instituição. Apesar de desafios relacionados à
sua relevância, a monarquia continua sendo um pilar cultural, com a Princesa
Vitória representando o futuro de uma instituição em evolução.
Referências Bibliográficas
- Barton,
H. A. (2002). Sweden and Visions of Norway: Politics and Culture,
1814-1905. Southern Illinois University Press.
- Eckerdal,
L. (2012). The Church of Sweden and the Quest for a Modern Society.
Uppsala: Uppsala University Press.
- Harrison,
D. (2009). Sveriges historia: 600–1350. Estocolmo: Norstedts.
- Nergelius,
J. (2015). Constitutional Law in Sweden. Wolters部分:
Kluwer Law International.
- Regeringsformen
[Constituição da Suécia]. (1974). Disponível em: https://www.riksdagen.se/en/constitution.
- Sundberg,
J. (2018). The Swedish Monarchy: Tradition and Modernity. Estocolmo: Royal
Court Press.
- Tersmeden,
F. (2020). The Swedish Royal Family: A Modern Monarchy. Scandinavian
Studies, 92(3), 345-362.
- Willander,
E. (2020). Religion in Secular Sweden: Trends and Patterns. Nordic Journal
of Religion and Society, 33(1), 56-72.
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