![]() |
| Imagem desenvolvida por IA |
Não há um consenso único, mas sim um conjunto de teorias que
exploram desde a língua dos povos originários até as características
geográficas da região e a influência de exploradores europeus. Cada uma dessas
hipóteses nos oferece uma janela para a percepção que os primeiros habitantes e
viajantes tiveram daquela terra.
Para conhecer mais sobre símbolos e identidade regional,
veja também A Bandeira do Maranhão: História e Significados.
Abaixo, exploramos as três interpretações mais difundidas
para o significado da palavra Maranhão.
A Teoria do “Mar que Corre”
A teoria mais aceita academicamente e poeticamente rica liga
o nome à língua Tupi-Guarani. A palavra seria uma adaptação de termos como
“Pará-nã” ou “Mbará-nã”.
- “Pará”
ou “Mbará” significa mar ou rio grande;
- “Nã”
traduz-se como corrente ou “que corre”.
Portanto, Maranhão significaria “mar que corre” ou “grande
rio que corre como o mar”.
Essa descrição encaixa-se perfeitamente com a impressão
causada pelo fenômeno da pororoca e pela força das águas na foz do Rio Amazonas
— historicamente conhecida como “Grande Maranhão” —, onde o encontro violento
com o Oceano Atlântico cria correntes avassaladoras.
Para uma abordagem comparativa de etimologias de nomes de
regiões brasileiras, veja O Nome Para: Significado, Origem e Curiosidades dos Nomes de
Estados e Regiões — lá você encontrará reflexões que dialogam
diretamente com essa hipótese.
A Referência ao Cajueiro (Origem Espanhola)
Outra hipótese bastante popular conecta o nome à palavra “Marañón”.
Muitas vezes confunde-se essa palavra como sendo de origem indígena, mas, na
verdade, “Marañón” é o nome dado ao caju e ao cajueiro na língua
espanhola.
A teoria sugere que os primeiros exploradores espanhóis que
navegaram pela costa norte do Brasil (como Vicente Yáñez Pinzón) notaram a
imensa abundância de cajueiros na região litorânea. Ao batizarem o local ou o
rio, teriam usado o termo “Marañón”.
Com o tempo e a colonização portuguesa, a pronúncia teria
sido adaptada para “Maranhão”. Vale notar que, em Tupi, o caju é chamado de aka'yu,
reforçando que a origem do termo “Marañón” é, de fato, externa.
Se interessar por estudos sobre nomes de estados e suas
origens culturais e linguísticas, confira também O Significado e Etimologia do Nome “Amapá” — é um bom
paralelo de análise de etimologias regionais.
A Hipótese do “Emaranhado”
Uma terceira linha de interpretação, desta vez com base na
língua portuguesa, sugere que o nome seja uma variação da palavra “emaranhado”.
Embora linguistas considerem esta uma “etimologia popular”
(sem base filológica comprovada), ela faz muito sentido geográfico. A descrição
refere-se à complexa rede hidrográfica da região, com seus inúmeros rios,
igarapés, lagos e, principalmente, os vastos manguezais que formam um
verdadeiro labirinto de canais e vegetação.
Para os navegadores que chegavam à costa, a paisagem parecia
um grande “emaranhado” de terras e águas.
Vale também a leitura de A Origem do Nome Amazonas: Da Mitologia à Geografia —
esse texto aborda como geografia e mitologia se misturam na formação de nomes,
o que dialoga com essa hipótese de “emaranhado”.
Conclusão
Embora a teoria do “mar que corre” seja a mais difundida
entre os estudiosos do Tupi, a ausência de um registro histórico definitivo
permite que todas as hipóteses coexistam no imaginário popular.
Essa incerteza não diminui a força do nome; pelo contrário,
enriquece a identidade do estado, refletindo tanto a grandiosidade de sua
natureza quanto a profundidade cultural de sua história.
O nome Maranhão, assim como o próprio estado, é um mosaico
de possibilidades.
Para aprofundar a reflexão sobre nomes e identidades
regionais, você também pode explorar:
• A Bandeira do Maranhão: História e Significados
• O Nome Para: Significado, Origem e Curiosidades dos Nomes de
Estados e Regiões
Referências Bibliográficas
CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do Folclore
Brasileiro. 12. ed. São Paulo: Global Editora, 2012.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do Paraíso: Os Motivos
Edênicos no Descobrimento e Colonização do Brasil. 7. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1994.
NAVARRO, Eduardo de Almeida. Dicionário de Tupi Antigo: A
Língua Indígena Clássica do Brasil. 1. ed. São Paulo: Global Editora, 2013.
SAMPAIO, Theodoro. O Tupi na Geografia Nacional. 5.
ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

Nenhum comentário:
Postar um comentário