Radio Evangélica

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Brasil Projeta Safra Recorde de Grãos em 2025/26, Mas Clima Adverso Acende Alerta

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O Brasil se prepara para uma safra de grãos histórica em 2025/26, com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetando uma produção de 354,8 milhões de toneladas. O volume representa um salto significativo, impulsionado por um aumento de 3,3% na área cultivada, que deve atingir 84,4 milhões de hectares. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (13) no 2º Levantamento de Grãos da Safra 2025/26, que aponta uma produtividade média nacional de 4.203 quilos por hectare. Contudo, a Conab mantém o monitoramento atento às condições climáticas, que já apresentam desafios em importantes regiões produtoras.

Visão Geral: Crescimento e Desafios Climáticos

A segunda estimativa para a safra de grãos 2025/26 reafirma o potencial produtivo do agronegócio brasileiro. Com a área cultivada expandindo para 84,4 milhões de hectares, a expectativa é de um volume recorde. No entanto, a Conab ressalta a necessidade de acompanhar de perto os eventos climáticos. Irregularidades nas chuvas em Mato Grosso e atrasos em Goiás, além de eventos adversos no Paraná, são fatores que podem influenciar o desempenho final das lavouras, exigindo qualificação contínua das informações.

Soja: Expansão da Área e Ritmo de Plantio

Para a soja, carro-chefe da produção agrícola brasileira, o levantamento da Conab indica um incremento de 3,6% na área a ser semeada em 2025/26, totalizando 49,1 milhões de hectares. A produção estimada é de impressionantes 177,6 milhões de toneladas. O plantio da oleaginosa, conforme o Progresso de Safra da estatal, segue dentro da média dos últimos cinco anos, mas com atraso em comparação com a temporada anterior, especialmente em Goiás e Minas Gerais, onde os índices de chuvas não foram satisfatórios. Em Mato Grosso, a instabilidade climática de outubro resultou em condições de implantação não ideais, com déficit hídrico comprometendo o estabelecimento inicial da cultura em algumas áreas.

Milho: Redução na Produção Total, Mas Primeira Safra Otimista

A produção total de milho em 2025/26, somando as três safras, está estimada em 138,8 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 1,6% em relação ao ciclo anterior. Contudo, a primeira safra do cereal mostra um cenário mais positivo, com a área cultivada crescendo 7,1% e uma produção prevista de 25,9 milhões de toneladas. O plantio do primeiro ciclo já atingiu 47,7% da área, superando ligeiramente a média dos últimos cinco anos. Apesar de baixas temperaturas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul terem retardado o desenvolvimento inicial, o potencial produtivo não foi comprometido. No Paraná, chuvas intensas, ventos fortes e granizo no início de novembro podem impactar lavouras, e a Conab segue avaliando os possíveis efeitos.

Arroz: Menor Área Cultivada Impacta Produção

A estimativa da Conab para a produção de arroz na atual temporada é de 11,3 milhões de toneladas, uma redução de 11,5% em relação à safra anterior, influenciada principalmente pela menor área cultivada. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, a semeadura alcança mais de 78% do previsto. Apesar de atrasos em algumas áreas devido ao excesso de chuvas que impediram a entrada de maquinário, as lavouras têm se desenvolvido satisfatoriamente, embora com irregularidade no volume e intensidade das precipitações.

Feijão: Estabilidade na Colheita Total, Mas Queda na Primeira Safra

Para o feijão, a Conab projeta uma colheita total de 3,1 milhões de toneladas, somando as três safras, volume semelhante ao obtido no ciclo passado. A primeira safra da leguminosa, no entanto, deve apresentar uma redução de 7,3% na área plantada, totalizando 841,9 mil hectares, com expectativa de produção de 977,9 mil toneladas, 8% inferior à safra passada. O plantio segue em andamento nos principais estados produtores, com São Paulo já concluído, Paraná com 91% e Minas Gerais com 44%.

Trigo: Condições Favoráveis, Mas Alerta para Investimentos

Entre as culturas de inverno, a safra de trigo 2025 ainda está em fase de colheita, com produção estimada em 7,7 milhões de toneladas. As condições climáticas foram geralmente favoráveis ao desenvolvimento da cultura nas principais regiões produtoras. No entanto, a Conab observa que a redução nos investimentos em insumos, como fertilizantes e defensivos, tornou as lavouras mais suscetíveis a doenças e limitou o aproveitamento do potencial produtivo, resultando em espigas menores e com menor número de grãos. Chuvas intensas no Paraná, no início de novembro, também podem influenciar as lavouras remanescentes.

Mercado e Perspectivas: Demanda Aquecida e Exportações em Alta

No cenário de mercado, a Conab prevê um aumento de 4,5% no consumo interno de milho na safra 2025/26, atingindo 94,6 milhões de toneladas, impulsionado pela maior demanda para produção de etanol. As exportações do cereal também devem avançar, podendo chegar a 46,5 milhões de toneladas. Para a soja, com a expectativa de redução nas exportações dos Estados Unidos e o aumento da demanda global, o Brasil projeta um crescimento expressivo nas exportações, que podem atingir 112,1 milhões de toneladas na temporada 2025/26, um aumento de 5,11%. A elevação na mistura obrigatória de biodiesel ao diesel e a crescente demanda por proteína vegetal devem levar o volume de soja destinado ao esmagamento a 59,37 milhões de toneladas em 2026, um aumento de 1,37%.

Otimismo Cauteloso para o Agronegócio Brasileiro

Apesar dos desafios climáticos pontuais e da necessidade de monitoramento constante, o agronegócio brasileiro demonstra resiliência e um forte potencial de crescimento para a safra 2025/26. As projeções da Conab, divulgadas no 2º Levantamento de Grãos da Safra 2025/26, indicam um cenário de produção recorde e exportações robustas, consolidando a posição do Brasil como um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. A atenção às condições de clima e a gestão eficiente dos recursos serão cruciais para transformar essas estimativas em realidade.

Escrita Maia: A Voz de Pedra da Mesoamérica

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A civilização maia, que floresceu na Mesoamérica — abrangendo o sul do México, Guatemala, Belize e Honduras —, desenvolveu o mais sofisticado e completo sistema de escrita da América pré-colombiana. Longe de ser uma simples coleção de pictogramas, a escrita maia era um sistema logosilábico complexo, capaz de registrar a linguagem falada com a mesma precisão dos sistemas do Velho Mundo, como o sumério e o egípcio.

Saiba mais: A Astronomia Maia: Ciência, Céu e Profecia

Estrutura e Complexidade

A genialidade da escrita maia reside em sua dupla natureza. Ela combinava dois tipos principais de signos:

  1. Logogramas: glifos que representam palavras inteiras ou conceitos. Por exemplo, havia um glifo específico para a palavra B’ALAM (jaguar), frequentemente representado com a cabeça do animal. Estima-se que cerca de 300 logogramas comuns foram identificados.
  2. Sinais silábicos (fonogramas): representavam combinações de consoante + vogal (como ba, ke, mo). Esses sinais permitiam aos escribas soletrar palavras foneticamente, complementando os logogramas para garantir a leitura correta.

Os escribas maias demonstravam grande liberdade criativa: uma mesma palavra podia ser escrita de várias formas — apenas com um logograma, apenas com sílabas ou de forma combinada. Os glifos eram dispostos em blocos glíficos, organizados em colunas duplas, lidas de cima para baixo e da esquerda para a direita.

O que os Maias Escreveram?

A escrita permeava quase todos os aspectos da vida da elite maia. Os registros preservados até hoje foram encontrados em diversas superfícies:

  • Estelas e monumentos de pedra: narravam a história das dinastias, registrando nascimentos, ascensões ao trono, alianças, guerras e rituais reais.
  • Códices: apenas quatro sobreviveram à destruição espanhola — os códices de Dresden, Madrid, Paris e Grolier —, contendo almanaques, profecias e dados astronômicos.
  • Cerâmica e artefatos: muitos vasos eram pintados com glifos que identificavam o proprietário, o artista e o uso do objeto, como “este é o vaso para beber cacau de...”.

A Saga da Decifração

Durante séculos, a escrita maia foi um enigma. O bispo espanhol Diego de Landa, no século XVI, tentou criar um “alfabeto maia”, mas errou ao interpretar o sistema como puramente alfabético. Ironicamente, seu trabalho — mesmo equivocado — forneceu pistas decisivas para futuras descobertas.

O avanço real veio apenas no século XX, com o linguista russo Yuri Knorozov, que demonstrou o caráter silábico da escrita. Sua teoria, inicialmente rejeitada, foi confirmada por estudos posteriores. Já Tatiana Proskouriakoff provou que as inscrições não tratavam apenas de mitos, mas de personagens históricos reais.

Hoje, cerca de 90% dos glifos maias podem ser lidos, revelando uma civilização de notável sofisticação intelectual e histórica.

 

Referências Bibliográficas

COE, Michael D. Breaking the Maya Code. Londres: Thames & Hudson, 1992.

MARTIN, Simon; GRUBE, Nikolai. Chronicle of the Maya Kings and Queens: Deciphering the Dynasties of the Ancient Maya. Londres: Thames & Hudson, 2000.

HOUSTON, Stephen D.; STUART, David. The Way Glyph: Evidence for Co-essences among the Classic Maya. Research Reports on Ancient Maya Writing, n. 30, 1996.

CARTWRIGHT, Mark. “Escrita Maia”. World History Encyclopedia, 2019. Disponível em: https://www.worldhistory.org/translations/pt/1-13958/escrita-maia/. Acesso em: 10 nov. 2025.

KETTUNEN, Harri; HELMKE, Christophe. Introduction to Maya Hieroglyphs. Wayeb, 2020. Disponível em: https://www.wayeb.org/resourceslinks/. Acesso em: 10 nov. 2025.

Escolhidos Antes do Tempo: Uma Jornada Profunda em Efésios 1:4

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Você já parou para pensar sobre seu lugar no universo? Em meio a bilhões de galáxias e uma história que se estende por milênios, é fácil se sentir pequeno, quase acidental. No entanto, a Bíblia nos oferece uma perspectiva que vira essa sensação de cabeça para baixo. Em uma única e poderosa frase, o apóstolo Paulo nos convida a espiar por trás da cortina do tempo e do espaço.

Em Efésios 1:4, lemos: "Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor."

Este não é apenas um versículo; é uma declaração de identidade cósmica. Vamos desvendar juntos as camadas de significado contidas nesta promessa extraordinária.

1. O Eco da Eternidade: "Nos Elegeu Nele Antes da Fundação do Mundo"

Pense nisso por um momento. Antes que o tempo, como o conhecemos, tivesse seu primeiro tique-taque, antes que a primeira estrela brilhasse na escuridão, Deus já conhecia você. Ele não apenas o conhecia, mas o escolheu.

Esta escolha divina não foi uma reação a algo que faríamos. Não foi baseada em nosso futuro sucesso, em nossa bondade ou em qualquer mérito que pudéssemos um dia reivindicar. Foi uma decisão soberana, nascida da Sua pura graça. O texto diz que Ele nos escolheu "nele", ou seja, em Cristo. Nossa eleição, nossa identidade e nossa esperança estão inseparavelmente ancoradas em Jesus.

Essa verdade é um alicerce para a alma. Ela nos garante que nossa salvação não depende de nossos sentimentos vacilantes ou de nosso desempenho diário. Ela está firmada em um decreto eterno, feito por um Deus que não muda. Você não é um acaso cósmico; você é um projeto divino, amado desde antes do início de tudo.

2. Um Propósito de Transformação: "Para que Fôssemos Santos e Irrepreensíveis"

A escolha de Deus tem um destino. Ele não nos escolheu apenas para nos livrar de uma condenação, mas para nos conduzir a uma gloriosa transformação. O propósito é claro: nos tornar "santos e irrepreensíveis".

  • Santos: A palavra "santo" (hagios) significa ser "separado" para um propósito especial. Fomos chamados para fora da conformidade com o mundo para pertencermos exclusivamente a Deus. A santidade não é uma lista de proibições, mas o perfume de um relacionamento florescente com um Deus santo. É o processo contínuo de nos tornarmos mais parecidos com Aquele a quem amamos.
  • Irrepreensíveis: A palavra "irrepreensível" (amomos) carrega a ideia de ser "sem mancha", como uma oferta perfeita. Embora a perfeição absoluta só seja alcançada na eternidade, este é o alvo para o qual o Espírito Santo nos guia a cada dia.

Deus não está apenas interessado em onde passaremos a eternidade, mas em quem estamos nos tornando no caminho até lá.

3. A Melodia do Universo: "Diante Dele em Amor"

Esta pequena frase final é a que dá cor e calor a todo o quadro. Todo o grandioso plano de Deus, desde a eleição na eternidade passada até a nossa perfeição na eternidade futura, é conduzido por uma única força motriz: o amor.

A escolha de Deus não foi um ato frio e distante; foi o gesto de um Pai amoroso que desejava ardentemente ter filhos com quem pudesse compartilhar Sua própria vida e amor. Fomos escolhidos em amor e para o amor.

Da mesma forma, nossa jornada de santificação só é possível quando vivida nesta atmosfera. A santidade sem amor se torna legalismo rígido. A verdadeira evidência de que fomos escolhidos e estamos sendo transformados não é uma arrogância de perfeição, mas um amor que cresce — um amor profundo por Deus e um amor sacrificial por aqueles ao nosso redor.

Conclusão: Vivendo a Partir da Eternidade

Efésios 1:4 nos convida a viver a partir de uma nova realidade. Você não é definido por suas falhas ou sucessos, mas pela escolha eterna de um Deus que o amou antes do tempo.

Que possamos descansar na segurança dessa escolha, abraçar com alegria o propósito da nossa transformação e permitir que o amor seja o ar que respiramos e a marca que deixamos no mundo. Sua história não começou no seu nascimento, mas no coração de Deus, na eternidade. E isso muda tudo.

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Produção pecuária cresce no 3º trimestre e indica recuperação do setor

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Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram crescimento generalizado na produção pecuária do país no 3º trimestre de 2025. Segundo as Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos, houve aumento no abate de bovinos, suínos e frangos, além de maior captação de leite e couro. A única queda registrada ocorreu na produção de ovos, que apresentou leve retração em relação ao trimestre anterior.

O abate de bovinos somou 11,23 milhões de cabeças, alta de 7,0% em relação ao mesmo período de 2024 e 6,7% na comparação com o trimestre anterior. O volume total de carcaças bovinas atingiu 2,95 milhões de toneladas, representando um avanço de 6,1% frente ao ano passado e 10,9% sobre o trimestre anterior. Esse desempenho mantém a trajetória de recuperação observada desde o início do ano, impulsionada pela demanda interna e pelas exportações de carne.

No segmento de suínos, o abate chegou a 15,80 milhões de cabeças, aumento de 5,3% em relação ao terceiro trimestre de 2024 e de 4,7% sobre o trimestre anterior. O peso das carcaças totalizou 1,49 milhão de toneladas, acompanhando a tendência de crescimento do setor e refletindo, segundo analistas, a estabilidade dos custos de produção e o avanço das exportações.

A avicultura também demonstrou desempenho positivo. O abate de frangos foi de 1,69 bilhão de cabeças, com expansão de 2,8% na comparação anual e de 3,0% em relação ao trimestre anterior. A produção de carcaças somou 3,59 milhões de toneladas, um crescimento de 3,0% e 1,0%, respectivamente.

Entre os produtos derivados, a aquisição de leite cru por estabelecimentos sob inspeção sanitária alcançou 7,01 bilhões de litros, alta de 10,3% frente ao 3º trimestre de 2024 e de 7,5% sobre o trimestre anterior. Esse resultado reforça o aquecimento da atividade leiteira no período, associado à recuperação dos preços pagos ao produtor e às condições climáticas mais favoráveis.

Os curtumes também registraram expansão. A aquisição de couro chegou a 11,44 milhões de peças inteiras, aumento de 8,4% em relação ao 3º trimestre do ano anterior e de 6,5% sobre o trimestre precedente. Já o volume de couro efetivamente curtido subiu 3,7% na comparação anual.

A única retração ocorreu na produção de ovos de galinha, que totalizou 1,23 bilhão de dúzias. Embora represente crescimento de 2,3% em relação ao mesmo período de 2024, houve queda de 0,8% frente ao trimestre anterior, possivelmente devido ao ajuste de oferta após meses de produção elevada.

Segundo o IBGE, os dados ainda são preliminares e podem sofrer revisões. Mesmo assim, o conjunto dos resultados indica recuperação consistente da produção pecuária, sustentada pela retomada da demanda, pela eficiência produtiva e pela integração das cadeias agroindustriais no país.

A nova lei determina o uso obrigatório do DTE pelas empresas brasileiras

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A Receita Federal do Brasil vai transformar a rotina fiscal de todas as empresas do país a partir de 1º de janeiro de 2026. Com base na Lei Complementar nº 214/2025 e no Decreto nº 70.235/1972, o Domicílio Tributário Eletrônico (DTE) passa a ser o canal único e oficial de comunicação entre o Fisco e o contribuinte empresarial, independentemente do porte da empresa.

O DTE, acessado obrigatoriamente pelo pelo Portal e-CAC, substituirá os métodos físicos de notificação e intimação fiscal. Isso significa que avisos, cobranças e comunicações da Receita Federal serão exclusivamente digitais. A lei determina ainda que a ciência das comunicações acontece automaticamente com o envio da mensagem eletrônica, mesmo que o contribuinte não acesse a caixa postal. Ou seja, os prazos legais começam a contar a partir do registro do envio, trazendo uma nova dinâmica para a responsabilidade das empresas diante das obrigações fiscais.

Especialistas em direito tributário apontam que a medida, além de modernizar a gestão pública, visa dar mais segurança, agilidade e transparência às relações fiscais no Brasil. Por outro lado, a Receita Federal alerta: quem ignorar o acompanhamento do DTE poderá sofrer multas, perder prazos de defesa em processos ou sofrer outras penalidades, já que desconhecimento não anula responsabilidades legais.

Para evitar problemas, as empresas deverão adotar rotinas rígidas de acesso e monitoramento da Caixa Postal eletrônica, mantendo os dados cadastrais sempre atualizados e garantindo um fluxo interno de conferência das notificações fiscais. A Receita tem orientado setores contábeis a informar clientes e adequar os procedimentos internos às exigências do novo sistema.

A mudança marca uma página importante na digitalização da administração tributária brasileira. Para dúvidas ou orientações, a recomendação é procurar um contador ou acessar o site da Receita Federal.

Referências

BRASIL. Lei Complementar nº 214, de 16 de janeiro de 2025. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 jan. 2025.

BRASIL. Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Dispõe sobre o processo administrativo fiscal e dá outras providências. Atualizado. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d70235cons.htm. Acesso em: 12 nov. 2025. 

Setor de Serviços Renova Recorde em Setembro com Crescimento de 0,6%

Oitava alta consecutiva consolida recuperação acima do nível pré-pandemia

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O setor de serviços brasileiro mantém seu trajeto de expansão com avanço de 0,6% em setembro de 2025, marcando o oitavo resultado positivo consecutivo. Esse desempenho renova o ápice histórico da série de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), consolidando uma recuperação robusta que coloca o setor 19,5% acima dos patamares pré-pandemia, quando a economia enfrentava os primeiros impactos do isolamento social em março de 2020.

Acumulado do Ano Consolida Tendência Positiva

No acumulado de nove meses, o volume de serviços cresceu 2,8% em relação ao mesmo período de 2024, refletindo uma dinâmica consistente de recuperação. Nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 3,1%, mantendo o ritmo que vinha sendo observado até agosto. A receita nominal, por sua vez, apresentou variação ainda mais expressiva, com alta de 8,4% na comparação anual e 7,7% no acumulado do ano.

Esses números indicam que não se trata apenas de uma expansão em volume, mas também de uma substancial melhoria nas receitas do setor, sugerindo tanto aumento da demanda quanto possível repasse de preços pelos prestadores de serviços.

Transportes Lideram a Expansão

Entre as cinco atividades principais de serviços, três delas avançaram em setembro. Os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio protagonizaram o desempenho mais robusto, com crescimento de 1,2% — o segundo resultado positivo seguido. Esse segmento acumula ganho de 1,5% nos últimos dois meses, impulsionado principalmente pelo transporte rodoviário de cargas, que cresceu 7,9% na comparação com setembro de 2024.

A aviação também merece destaque, com expansão de 20,2% na receita anual, refletindo a retomada robusta do turismo doméstico e internacional após a pandemia.

Informação e comunicação foi o segundo setor com melhor desempenho, avançando 1,2%, recuperando-se da queda de 0,5% registrada em agosto. Esse segmento acumula alta de 5,5% no acumulado do ano, impulsionado pela forte demanda por serviços de tecnologia da informação, desenvolvimento de software e hospedagem na internet.

Outros serviços completou o trio de vencedores com aumento de 0,6%, marcando o terceiro avanço consecutivo, com ganho acumulado de 2,5% em dois meses.

Recuos em Setores Específicos

Por outro lado, serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 0,6% em setembro, enquanto serviços prestados às famílias sofreram queda de 0,5%. Esse último segmento foi impactado pela redução na receita de espetáculos musicais e outras atividades relacionadas.

Dispersão Geográfica do Crescimento

A expansão não se limitou a regiões específicas. Entre as 27 unidades da federação, 15 tiveram crescimento no volume de serviços em setembro, comparado com agosto (com ajuste sazonal). São Paulo liderou em impacto absoluto com 1,1% de aumento, seguido pelo Distrito Federal com impressionantes 8,3%.

Mato Grosso do Sul registrou a maior queda, com recuo de 7,4%, seguido por Paraná (-1,4%), Santa Catarina (-1,2%), Ceará (-1,4%) e Piauí (-6,1%).

Na comparação anual, 23 das 27 unidades apresentaram expansão, com São Paulo novamente à frente com 5,9%, seguido pelo Distrito Federal (15,1%), Rio Grande do Sul (6,4%) e Mato Grosso (8,3%).

Turismo Acelera com Avanço de 4,6% no Ano

O segmento de atividades turísticas também responde positivamente ao cenário econômico, com expansão de 0,1% em setembro frente a agosto (segundo avanço consecutivo). Na comparação com setembro de 2024, o crescimento foi muito mais expressivo: 4,6% — o 16º resultado positivo seguido.

No acumulado de janeiro a setembro, o turismo cresceu 5,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pelo aumento na receita de transporte aéreo de passageiros, serviços de hospedagem e alimentação. Rio Grande do Sul destacou-se regionalmente com expansão de 12,3% no acumulado do ano, enquanto São Paulo contribuiu com 5,7%.

Transportes de Carga Consolidam Recuperação

O segmento de transporte de cargas continua sua trajetória de crescimento robusta, avançando 0,7% em setembro (quinto resultado positivo consecutivo) e acumulando ganho de 3,1% em dois meses. Na comparação com setembro de 2024, o segmento expandiu 5,5%, consolidando o quinto avanço anual consecutivo.

Destaque especial merece o fato de que o transporte de cargas está 39,7% acima do nível pré-pandemia (março de 2020), refletindo tanto a retomada da atividade econômica quanto o crescimento do comércio eletrônico.

O transporte de passageiros, por sua vez, registrou avanço mais modesto de 0,4% em setembro, mas apresentou alta de 10,2% quando comparado com setembro de 2024 (13º resultado positivo seguido).

Perspectivas

Os dados de setembro sinalizam que o setor de serviços brasileiro consolidou sua recuperação pós-pandêmica e segue em trajetória de crescimento sustentado. A disseminação dos avanços entre diferentes atividades, regiões e tipos de serviços aponta para uma expansão econômica baseada em múltiplos pilares, não dependente de poucos setores.

A força do segmento de tecnologia e comunicação, combinada com a retomada do turismo e a robustez do transporte de cargas, sugere uma economia de serviços cada vez mais moderna e integrada ao comércio global — cenário favorável para manutenção de um crescimento econômico mais estável nos próximos trimestres.

Mercado Imobiliário em 2025: Crescimento, Inovação e Sustentabilidade impulsionam o setor

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O setor imobiliário brasileiro entra em 2025 com um cenário de otimismo e transformação. Mesmo diante de juros elevados e desafios econômicos, o mercado mostra vitalidade, impulsionado pela digitalização, pela sustentabilidade e pela retomada de programas habitacionais.

Panorama Nacional e Dados de Crescimento

Nos primeiros seis meses de 2025, o mercado imobiliário apresentou aumento de 6,8% em lançamentos e 9,6% em vendas residenciais em comparação a 2024, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Foram 186 mil unidades lançadas e 206 mil vendidas, o que demonstra alta absorção, mesmo com a queda de 4,1% na oferta de imóveis.

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) segue como o principal motor de crescimento, representando cerca de metade das vendas e lançamentos, com avanço superior a 25% nas unidades comercializadas. Em São Paulo, o Valor Geral de Vendas (VGV) cresceu 47% no início do ano, puxado especialmente pelos segmentos de médio, alto padrão e luxo, que registraram valorização expressiva.

Tendências que Redefinem o Setor

As novas dinâmicas do mercado evidenciam uma mudança estrutural. A sustentabilidade tornou-se elemento central, com destaque para construções verdes, eficiência energética, uso racional da água e práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança).

A transformação digital é outro marco: inteligência artificial, big data e blockchain estão revolucionando todas as etapas do processo imobiliário — da busca por imóveis até a assinatura eletrônica de contratos. Plataformas automatizadas tornam a compra, venda e locação mais seguras e personalizadas.

Além disso, os modelos híbridos de moradia e locação, como aluguel com opção de compra, ganham força entre consumidores que buscam flexibilidade. Os imóveis multifuncionais, adaptados para o trabalho remoto e o lazer, continuam em alta, refletindo mudanças no estilo de vida pós-pandemia.

Políticas Públicas e Financiamento

O governo federal anunciou medidas para ampliar a participação do crédito imobiliário no PIB, com potencial de liberar até R$ 111 bilhões em novas linhas de financiamento e juros mais acessíveis para a classe média. A criação da Faixa 4 do MCMV, voltada a famílias com renda de até R$ 12 mil, reforça essa tendência, tornando a casa própria mais acessível.

Destaques Regionais

A região Nordeste liderou o crescimento de vendas com alta de 27,3%, seguida pelo Norte, que avançou 16,5%. Já o mercado de luxo, embora com menor volume, manteve a valorização dos imóveis, impulsionado por investidores e consumidores de alto poder aquisitivo.

Perspectivas para o Futuro

Combinando inovação, sustentabilidade e políticas de crédito mais inclusivas, o mercado imobiliário de 2025 projeta-se como um dos pilares da recuperação econômica brasileira. As tendências apontam para um setor mais tecnológico, verde e conectado às novas formas de viver e investir.

Referências

CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Mercado imobiliário cresce em lançamentos e vendas no 1º semestre de 2025. CNN Brasil, 2025. Disponível em: https://cnnbrasil.com.br. Acesso em: 10 nov. 2025.

REGISTRO DE IMÓVEIS. Mercado imobiliário cresce no 1º trimestre de 2025. Registro de Imóveis Brasil, 2025. Disponível em: https://registrodeimoveis.org.br. Acesso em: 10 nov. 2025.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INCORPORADORAS IMOBILIÁRIAS. Mercado imobiliário de São Paulo inicia 2025 em forte expansão. ABRAINC, 2025. Disponível em: https://abrainc.org.br. Acesso em: 10 nov. 2025.

TARJAB. Mercado Imobiliário 2025: confira 4 tendências!. Tarjab, 2025. Disponível em: https://tarjab.com.br. Acesso em: 10 nov. 2025.

CRECI-SC. Conheça sete tendências para o mercado imobiliário em 2025. CRECI-SC, 2025. Disponível em: https://creci-sc.gov.br. Acesso em: 10 nov. 2025.

LAGE PORTILHO JARDIM. Tendências e temas “quentes” do mercado imobiliário para 2025. Lage Portilho Jardim, 2025. Disponível em: https://lageportilhojardim.com.br. Acesso em: 10 nov. 2025.

INFOMONEY. Novo crédito imobiliário 2025: condições, quem pode pedir e novidades. InfoMoney, 2025. Disponível em: https://infomoney.com.br. Acesso em: 10 nov. 2025.

Arte e Música nos Andes: Tradição, Resistência e Vozes Indígenas

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A arte e a música andina, presentes desde os povos pré-hispânicos até os artistas indígenas contemporâneos, revelam mais do que formas estéticas — são expressões vivas de uma cosmovisão espiritual e comunitária. Essas manifestações mantêm conceitos fundamentais como dualidade, complementaridade e conexão com a natureza, que seguem inspirando criadores no presente.

Cerâmica e Metais: Narrativas e Poder

As cerâmicas Moche, Nazca e Inca, expostas em museus e galerias, narravam mitos e cosmologias por meio de formas simbólicas e rituais. O processo artesanal, associado à Pachamama (Terra Mãe), refletia as dimensões sagradas dos três mundos andinos: Ukhu Pacha, Kay Pacha e Hanan Pacha.

Na metalurgia, o ouro e a prata simbolizavam forças complementares — o Sol (Inti) e a Lua (Quilla). Essa relação expressava o princípio do yanantin, que representa a união dos opostos e o equilíbrio do cosmos.[1][2]

Leitura complementar: O Legado Ambíguo do Míssil Balístico V2

Música dos Andes: Entre Simbolismo e Comunidade

Em rituais e festas, instrumentos como a quena e o sikus evocam a espiritualidade ancestral. O modo coletivo de tocar sikus simboliza a reciprocidade social e a harmonia entre indivíduos e natureza.

A pesquisadora Naine Terena observa que “no audiovisual indígena, o impacto na comunidade e no público vai além do entretenimento — a arte mobiliza, fortalece e preserva identidades”.[3]

Segundo a historiadora Cristiana Bertazoni, a persistência das tradições musicais andinas, mesmo após a colonização espanhola, comprova a força espiritual e cultural desses povos.[4]

Vozes Contemporâneas: Jaider Esbell e Denilson Baniwa

O artista Jaider Esbell (etnia Makuxi) via a arte indígena contemporânea como um instrumento de autodefinição e resistência:

“A arte indígena contemporânea é tudo o que sempre se negou e representa uma identidade coletiva e individual.”

Denilson Baniwa propõe a fusão entre ancestralidade e tecnologia, promovendo o que chama de “insurgências culturais e outras histórias da arte” — um contraponto à narrativa eurocêntrica dominante.

Leitura complementar: O Imperador Asteca e o Poder Divino na Guerra

Estética e Identidade: Entre o Passado e o Presente

A simetria, geometria e reciprocidade dos padrões andinos refletem princípios de equilíbrio universal, reinterpretados por artistas indígenas atuais. Como lembra Vivianne Sousa, “o fortalecimento da arte indígena é parte fundamental da nossa história e identidade”.[9]

Referências Bibliográficas

COBO, Bernabé. Historia del Nuevo Mundo. Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas, 1964.

GOLIA, Maria. Art and Religion in Ancient Mesoamerica and the Andes. London: Thames and Hudson, 2009.

ZUIDEMA, R. Tom. Inca Religion and the Nature of Space-Time in the Andes. Journal of Latin American Lore, v. 7, n. 1, p. 1–20, 1981.

RIBAS, W. K. Resistência, valorização e resgate da tradição cultural andina. Revista Ciências Humanas, v. 8, n. 2, 2008. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/. Acesso em: 9 nov. 2025.

SOUSA, Vivianne. Identidade e visibilidade: quantos artistas indígenas você conhece? Instituto Aurora, 18 abr. 2022. Disponível em: https://institutoaurora.org/. Acesso em: 9 nov. 2025.

USINA. Além da visualidade: entrevista com Jaider Esbell. Revista USINA, 15 mar. 2018. Disponível em: https://revistausina.com/. Acesso em: 9 nov. 2025.

PERIÓDICOS UFPE. Arte indígena contemporânea: entrevista a Denilson Baniwa. UFPE Periódicos, 1 nov. 2021. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/. Acesso em: 9 nov. 2025.

MAGNELLI, André. Ciclo de Humanidades. Entrevista com Jaider Esbell – Arte indígena contemporânea: modos de fazer, potências do ser. Ateliê de Humanidades, 4 nov. 2021. Disponível em: https://ateliedehumanidades.com/. Acesso em: 9 nov. 2025.

TERENA, Naine. Depoimento: Naine Terena. Revista Continente, 31 mar. 2017. Disponível em: https://revistacontinente.com.br/. Acesso em: 9 nov. 2025.

BERTAZONI MARTINS, Cristiana. Entrevista – Os Incas e a zona Andina, episódio 57. YouTube, 12 jun. 2023. Disponível em: https://youtube.com/. Acesso em: 9 nov. 2025.

O Significado e a Etimologia do Nome Amapá

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Este artigo analisa a origem e o significado do topônimo “Amapá”, abordando suas raízes etimológicas na língua Tupi-Guarani e sua relação com a geografia, a flora e a história do estado homônimo, localizado na região amazônica. A pesquisa demonstra como o nome expressa aspectos linguísticos, culturais e ambientais característicos da paisagem e da ocupação humana na Amazônia.

A compreensão da origem e do significado dos topônimos é uma ferramenta essencial para desvendar camadas da história, cultura e geografia de uma região. Os nomes de lugares não são designações arbitrárias; eles carregam narrativas complexas, refletindo as interações entre grupos humanos, o ambiente natural e os processos históricos que moldaram o território.

Saiba mais: A História do Pará: das aldeias indígenas aos grandes projetos de desenvolvimento

Origem Etimológica do Nome Amapá

A etimologia do nome Amapá é predominantemente atribuída à língua Tupi-Guarani, uma das famílias linguísticas indígenas de maior influência no Brasil. As fontes históricas e linguísticas atribuem o termo à árvore conhecida como amapazeiro, cientificamente identificada como Hancornia amapá (Rodrigues, 1986; Navas, 2012).

O termo tupi original seria amapá-y ou amapã, traduzido como “terra que goteja” ou “lugar das águas”, em referência à seiva leitosa (látex) e à abundância de chuvas na região.

Significado na Língua Indígena (Tupi-Guarani)

A palavra amapá, na língua Tupi-Guarani, designa uma árvore nativa da Amazônia, utilizada por comunidades indígenas por seu látex e frutos comestíveis. Essa prática de nomear lugares com base em elementos da flora e fauna revela a profunda conexão dos povos originários com o ambiente (Porro, 1992).

Saiba mais: O Urbanismo Maia e sua Engenharia Avançada — outro exemplo de relação entre língua, natureza e cultura.

História do Estado do Amapá e a Origem do Nome

O território do atual estado do Amapá foi alvo de disputas entre portugueses, holandeses, franceses e ingleses desde o século XVII, em razão de sua localização estratégica na foz do rio Amazonas. O nome aparece em mapas portugueses e franceses a partir do século XVIII, refletindo a assimilação do termo indígena pelos colonizadores (Mello, 1989).

Influência da Formação Geográfica e Natural na Nomenclatura

A paisagem natural do Amapá está intrinsecamente ligada ao seu nome. O amapazeiro tem abundância em solos férteis e úmidos típicos do clima equatorial da região, o que o tornou um símbolo da flora amazônica (Garcia, 2005).

Saiba mais: O Novo Cenário Imobiliário em 2025: tecnologia e sustentabilidade — como o clima e o ambiente influenciam as ocupações humanas.

Significado Cultural e Histórico

O nome Amapá representa a persistência da herança indígena na formação da identidade brasileira. Ele simboliza o vínculo entre natureza e cultura, e sua permanência demonstra a influência dos povos originários na construção da cartografia e da memória nacional (Santos, 2001).

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Conclusão

A análise etimológica do nome Amapá revela uma ligação profunda entre a língua Tupi-Guarani e a paisagem amazônica. O topônimo evoca tanto o ambiente físico da “terra das chuvas” quanto uma herança histórica que sobrevive na identidade do estado. Sua persistência na toponímia brasileira reflete o entrelaçamento de linguagem, cultura e natureza na formação do território amazônico.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Características geográficas e territoriais do Amapá. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

GARCIA, J. B. A flora do Amapá e seus múltiplos usos: uma perspectiva etnobotânica. Macapá: Editora da UNIFAP, 2005.

GUERRA, A. J. T. Dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

MELLO, A. História do Amapá: das origens à contemporaneidade. Belém: Paka-Tatu, 1989.

NAVAS, S. C. Toponímia indígena no Brasil: aspectos etimológicos e culturais. São Paulo: Annablume, 2012.

PORRO, A. As línguas indígenas do Brasil: um panorama histórico. São Paulo: EDUSP, 1992.
RODRIGUES, A. D. Línguas brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Loyola, 1986.

SANTOS, E. C. A colonização portuguesa na Amazônia e a formação dos topônimos. Belém: EDUFPA, 2001.

terça-feira, 11 de novembro de 2025

INPC de Outubro Cai para 0,03% e Mostra Desaceleração da Inflação para Famílias de Menor Renda

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que mede a variação do custo de vida das famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimosrecuou para 0,03% em outubro de 2025, após ter subido 0,52% em setembro. De acordo com o IBGE, esse é o menor resultado mensal desde o início do ano e reflete a queda no custo da energia elétrica residencial, influenciada pela mudança na bandeira tarifária.

No acumulado de 12 meses, o índice ficou em 4,49%, abaixo dos 5,1% registrados até setembro, mostrando uma tendência de desaceleração da inflação entre os consumidores de menor renda.

Energia e Habitação Foram os Principais Vetores de Queda

A principal influência negativa sobre o INPC de outubro veio do grupo Habitação, que caiu 0,32%, puxado pela redução de 2,39% na energia elétrica residencial. A migração da bandeira vermelha patamar 2 para o patamar 1 reduziu o adicional pago pelos consumidores para R$ 4,46 a cada 100 kWh, o que contribuiu com –0,06 ponto percentual no índice geral.

Enquanto os produtos alimentícios tiveram variação nula (0%), os não alimentícios subiram de forma moderada (+0,04%), mantendo o ritmo de desaceleração observado nos últimos meses.

INPC e IPCA: Medindo Inflações Diferentes

O INPC e o IPCA são indicadores complementares. Ambos medem a inflação, mas se destinam a públicos distintos e possuem pesos diferentes para os grupos de consumo.

Índice  

Público alvo

Acumulado 12 meses (out/25)

Peso alimentos

Peso passagem aérea

INPC

1 a 5 salários mínimos

4,49%

~25%

Menor peso

IPCA

1 a 40 salários mínimos

4,68%

~21%

Maior peso

Enquanto o IPCA abrange famílias de até 40 salários mínimos, o INPC reflete com mais precisão o impacto da inflação sobre a população de menor renda, que gasta proporcionalmente mais com alimentação e energia elétrica.

Por isso, variações em produtos básicos — como arroz, feijão, leite e gás de cozinha — têm maior influência sobre o INPC, enquanto bens e serviços como passagens aéreas e pacotes de turismo pesam mais no IPCA.

Impactos Econômicos e Sociais

O INPC é referência direta para reajustes salariais e benefícios sociais, incluindo o salário mínimo, aposentadorias e pensões pagas pelo INSS.
A queda observada em outubro pode, portanto, limitar o reajuste real do salário mínimo e dos benefícios previdenciários em 2026, já que o cálculo oficial considera a inflação acumulada no período anterior.

Segundo o economista Antônio Correia, ouvido pela Agência Brasil, “a desaceleração da inflação é positiva do ponto de vista do poder de compra, mas ao mesmo tempo reduz o espaço para aumentos reais nos rendimentos vinculados ao INPC”.

Projeções e Expectativas para o Fim de 2025

O mercado financeiro projeta que o INPC encerre o ano entre 4,4% e 4,89%, de acordo com estimativas divulgadas pela CNN Brasil e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Esses números permanecem em linha com o IPCA, mas ligeiramente acima do teto da meta oficial de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Analistas apontam que o desempenho recente da energia elétrica e dos alimentos deve continuar aliviando os preços no curto prazo. Contudo, a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano ainda impõe restrições ao consumo e ao crédito, limitando o ritmo de recuperação da economia.

Perspectiva: Inflação Menor, Mas Cautela nas Expectativas

Embora o resultado de outubro mostre forte desaceleração da inflação, especialistas recomendam cautela. O comportamento dos preços administrados e dos alimentos in natura, ainda sujeitos a variações sazonais, pode influenciar os índices dos próximos meses.

De modo geral, o cenário é considerado favorável, com inflação convergindo para dentro da meta, o que reforça a eficácia da política monetária e indica estabilidade de preços para o restante de 2025.

Referências

AGÊNCIA BRASIL. INPC recua para 0,03% em outubro e acumula 4,49% em 12 meses. Brasília: EBC, 2025. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-11/inpc-recua-para-003-em-outubro-e-acumula-449-em-12-meses. Acesso em: 11 nov. 2025.

DEBIT. INPC acumulado em 2025. São Paulo, 2025. Disponível em: https://www.debit.com.br/tabelas/inpc-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor.

IPEA. Projeção de inflação: IPCA de 4,4% e INPC de 4,2% para 2025. Brasília, 2025. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/busca-geral?q=INPC.