Radio Evangélica

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

A Arquitetura Grega: A Opulência e o Detalhe da Ordem Coríntia

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A arquitetura grega clássica é uma das mais influentes da história, tendo estabelecido padrões estéticos e estruturais que ecoam até os dias de hoje. Baseada em um rigoroso sistema de ordens arquitetônicas, ela combinava técnica, proporção e simbolismo. Entre as três principais — Dórica, Jônica e Coríntia —, a Ordem Coríntia se destacou como a mais refinada e ornamentada, símbolo máximo da arte e da sofisticação do mundo helênico.

Origem e Características da Ordem Coríntia

Acredita-se que a ordem Coríntia tenha sido criada pelo arquiteto e escultor Calímaco, no século V a.C., em Atenas. Segundo o relato do arquiteto romano Vitrúvio, a inspiração teria vindo de uma cesta de oferendas deixada sobre o túmulo de uma jovem em Corinto, da qual brotaram folhas de acanto que se entrelaçaram de forma harmoniosa — um símbolo da fusão entre natureza e arte.

O capitel coríntio é o elemento mais marcante dessa ordem. Diferente do estilo simples e robusto da Dórica ou das volutas elegantes da Jônica, o Coríntio exibe uma composição exuberante de folhas de acanto dispostas em duas ou mais camadas, com pequenas volutas nos cantos superiores. Essa riqueza de detalhes confere às colunas um ar de leveza e movimento naturalista, tornando-as ícones de beleza e requinte.

As colunas coríntias são também mais delgadas e altas, com fustes canelados e bases ornamentadas. O entablamento, parte superior sustentada pelas colunas, costuma apresentar frisos esculpidos em relevo e cornijas ricamente decoradas, evidenciando o alto nível técnico e artístico dos arquitetos gregos.

Simbolismo e Uso na Antiguidade

Mais do que uma questão estética, a ordem Coríntia representava poder, luxo e prestígio. Por isso, foi amplamente utilizada em edifícios públicos, templos e monumentos que buscavam expressar grandeza e autoridade.

Um dos exemplos mais antigos é o Monumento Corágico de Lisícrates (c. 334 a.C.), em Atenas, considerado o primeiro uso conhecido da ordem Coríntia em um edifício externo. Contudo, seu auge se deu no Templo de Zeus Olímpico, também em Atenas — uma obra monumental que levou séculos para ser concluída e que se tornou símbolo da magnificência grega e do poder imperial romano.

Durante o período helenístico e, posteriormente, o romano, o estilo Coríntio foi amplamente adotado em templos, basílicas e arcos triunfais, representando a continuidade da tradição grega sob a nova estética imperial de Roma.

O Legado da Ordem Coríntia na Arquitetura Mundial

A influência da ordem Coríntia atravessou milênios. Durante o Renascimento, o Barroco e o Neoclassicismo, arquitetos europeus reviveram suas formas para simbolizar grandiosidade, harmonia e permanência.

Hoje, colunas coríntias são comuns em edifícios governamentais, tribunais, universidades e monumentos ao redor do mundo. Essa permanência comprova como a visão estética dos gregos — especialmente o ideal de equilíbrio entre forma e função — segue viva e inspiradora.

A ordem Coríntia, portanto, é mais do que um estilo arquitetônico: é uma expressão da busca humana pela beleza e perfeição, um testemunho de como a arte pode atravessar o tempo e continuar moldando o imaginário coletivo.

Referências Bibliográficas

SUMMERSON, John. A Linguagem Clássica da Arquitetura. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2006.

KOSTOF, Spiro. A History of Architecture: Settings and Rituals. New York: Oxford University Press, 2010.

POLLITT, J. J. Art and Experience in Classical Greece. Cambridge: Cambridge University Press, 1972.

VITRÚVIO. De Architectura Libri Decem (Os Dez Livros de Arquitetura). Roma, século I a.C.

LAWRENCE, A. W. Greek Architecture. New Haven: Yale University Press, 1996.

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Fazenda reduz previsão do PIB e destaca agropecuária como motor do crescimento em 2025

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O Ministério da Fazenda anunciou nesta quinta-feira (13) a redução da projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2025, de 2,3% para 2,2%. Segundo o Boletim Macrofiscal divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a decisão reflete o impacto dos juros elevados e do desempenho mais fraco da economia no terceiro trimestre, além dos efeitos defasados da política monetária restritiva. Para 2026, a expectativa é de crescimento mantido em 2,4%.

Inflação ainda acima da meta

A projeção para a inflação oficial, medida pelo IPCA, também foi revisada para baixo, passando de 4,8% para 4,6% em 2025. Mesmo assim, o índice deve ficar acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%. A estimativa para 2026 foi ajustada de 3,6% para 3,5% e a SPE prevê que a inflação pode convergir para 3,2% até o segundo trimestre de 2027. Entre os fatores que colaboram para esse cenário estão a valorização do real, menor inflação no atacado de produtos agropecuários e industriais, excesso de oferta global de bens e aplicação da bandeira tarifária amarela nas contas de energia elétrica.

Destaque da agropecuária e dinâmica setorial

Segundo o boletim, a revisão do PIB revela dinâmicas distintas entre os setores. O maior destaque é a agropecuária, cuja previsão de crescimento aumentou de 8,3% para 9,5%. Por outro lado, a indústria teve a estimativa revista de 1,4% para 1,3%, e o setor de serviços caiu de 2,1% para 1,9%. Para 2026, é esperado que a indústria e os serviços recuperem ritmo, compensando a desaceleração da agropecuária.

Cenário externo: impacto das tarifas dos EUA

No ambiente internacional, o boletim da SPE alerta para desafios como as incertezas comerciais e geopolíticas. Entre agosto e outubro de 2025, as exportações brasileiras para os Estados Unidos sofreram uma queda de US$ 2,5 bilhões — retração de 24,9% devido ao aumento das tarifas impostas pelo país norte-americano. O Ministério da Fazenda afirmou que o governo tem intensificado esforços de diversificação dos mercados e implementado políticas de apoio ao setor exportador. O documento também destaca que o diálogo diplomático entre os presidentes do Brasil e dos EUA pode ajudar a amenizar o impacto dessas tarifas.

Outros índices e política fiscal

A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referência para a correção do salário mínimo, foi reduzida de 4,7% para 4,5% em 2025. Já o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu de 2,6% para 1,4%, refletindo a desvalorização do dólar frente ao real. O Boletim Macrofiscal, publicado a cada dois meses, serve como referência para o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, importante para a execução do orçamento e a definição de medidas de bloqueio ou contingenciamento, de acordo com o desempenho fiscal do país.


Fonte: Agência Brasil

Varejo brasileiro registra queda de 0,3% em setembro

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O comércio varejista brasileiro apresentou contração de 0,3% em setembro de 2025 na comparação com agosto, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do recuo mensal, o setor conseguiu manter uma trajetória de crescimento ao longo do ano, com expansão acumulada de 1,5% entre janeiro e setembro, e avanço de 2,1% nos últimos 12 meses.

Performance Mensal Desafiadora

A variação negativa de setembro marca uma retração frente ao crescimento de 0,1% registrado em agosto. A média móvel trimestral permaneceu praticamente estável, variando apenas -0,1%, sinalizando uma consolidação em patamares modestos. Comparando com setembro de 2024, no entanto, o varejo apresentou recuperação, com crescimento de 0,8%, consolidando a sexta taxa positiva consecutiva nessa base de comparação.

No comércio varejista ampliado — que inclui veículos, material de construção e atacado de alimentos — a variação foi ligeiramente menos negativa, com avanço de 0,2% em relação a agosto, embora a média móvel trimestral tenha mostrado dinamismo superior, atingindo 1,0% de crescimento.

Setores em Queda Predominam

A passagem de agosto para setembro foi marcada pela predominância de taxas negativas entre os oito principais setores varejistas. Seis atividades registraram contrações:

  • Livros, jornais, revistas e papelaria: -1,6%
  • Tecidos, vestuário e calçados: -1,2%
  • Combustíveis e lubrificantes: -0,9%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -0,9%
  • Móveis e Eletrodomésticos: -0,5%
  • Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,2%

Por outro lado, apenas dois segmentos registraram crescimento: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,3%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,5%).

Setores com Melhor Desempenho Interanual

Na comparação ano a ano, o cenário muda significativamente. Quatro setores apresentaram crescimento em relação a setembro de 2024:

  • Móveis e eletrodomésticos: 7,5%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 5,8%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 5,0%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 2,8%

Estes dois últimos segmentos também lideraram a contribuição para a taxa global do varejo no período. Por outro lado, quatro atividades ainda acumulam perdas: Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,1%), Tecidos, vestuário e calçados (-1,6%), Combustíveis e lubrificantes (-0,8%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,6%).

Varejo Ampliado com Sinais Mistos

No segmento ampliado, Veículos e motos, partes e peças enfrentaram queda de 1,6% em comparação com setembro de 2024, registrando o quarto mês consecutivo de contração. Este foi o principal fator negativo da variação global do ampliado.

Em contraste, o Atacado especializado de produtos alimentícios, bebidas e fumo surpreendeu com forte crescimento de 7,7%, encerrando uma sequência de treze meses de quedas consecutivas e representando a principal contribuição positiva do segmento ampliado.

Disparidades Regionais

A análise por unidade da federação revela heterogeneidade nas tendências varejistas. Na comparação mensal com ajuste sazonal, 15 das 27 unidades registraram quedas, com destaque negativo para Maranhão (-2,2%), Roraima (-2,0%) e Distrito Federal (-1,7%). Em contraponto, 11 unidades apresentaram crescimento, lideradas por Tocantins (3,2%), Amapá (2,9%) e Bahia (2,4%).

Na comparação com setembro de 2024, o quadro é mais favorável: 20 das 27 unidades tiveram resultados positivos, destacando Amapá (10,0%), Rio Grande do Norte (7,9%) e Bahia (5,9%).

Perspectivas

Os dados de setembro sugerem um varejo brasileiro em consolidação, com crescimento moderado ano a ano, mas enfrentando pressões mensais. A diversificação de desempenhos por setor e região aponta para dinâmicas setoriais complexas, onde alguns segmentos — como farmácia e produtos de uso pessoal — mantêm tendência positiva, enquanto outros — como combustíveis e material de construção — enfrentam desafios estruturais.

Capacidade de Armazenagem Agrícola no Brasil Cresce 1,8% em 2025

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O Brasil registrou um aumento significativo em sua capacidade de armazenamento agrícola, alcançando 231,1 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2025. Este volume representa um crescimento de 1,8% em relação ao semestre anterior, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de estabelecimentos de armazenagem também cresceu, atingindo 9.624 unidades, um acréscimo de 1,2% frente ao segundo semestre de 2024.

A expansão foi observada em quase todas as Grandes Regiões do país, com destaque para o Norte (4,2%), Centro-Oeste (1,9%), Sudeste (1,1%) e Sul (0,5%). Apenas o Nordeste manteve estabilidade no número de estabelecimentos (0,0%). O Rio Grande do Sul lidera em quantidade de unidades armazenadoras, com 2.454, seguido por Mato Grosso (1.787) e Paraná (1.382).

Estoques de Produtos Agrícolas: Soja em Destaque, Milho em Queda

A pesquisa do IBGE também detalhou os estoques dos cinco principais produtos agrícolas. A soja se destacou com o maior volume, totalizando 48,8 milhões de toneladas e um aumento de 12,8% em comparação com o segundo semestre de 2024. Em contrapartida, os estoques de milho apresentaram uma queda expressiva de 44,6%, somando 18,1 milhões de toneladas. O arroz registrou alta de 23,5% (6,1 milhões de toneladas), enquanto trigo e café tiveram quedas de 9,0% (2,4 milhões de toneladas) e 22,9% (0,6 milhão de toneladas), respectivamente. No total, a pesquisa monitorou 79,4 milhões de toneladas de produtos.

Silos e Graneleiros Impulsionam a Capacidade Nacional

A predominância dos silos na estrutura de armazenagem nacional é evidente, com uma capacidade de 123,2 milhões de toneladas, correspondendo a 53,3% da capacidade útil total. Os silos registraram um acréscimo de 2,2% em sua capacidade em relação ao semestre anterior. Os armazéns graneleiros e granelizados também contribuíram significativamente, atingindo 84,2 milhões de toneladas (36,4% da capacidade total), com um aumento de 2,0%. Em contraste, os armazéns convencionais, estruturais e infláveis tiveram uma queda de 0,8%, somando 23,8 milhões de toneladas e representando 10,3% da capacidade total.

Mato Grosso Lidera em Capacidade, Sorriso é o Município com Maior Volume

Mato Grosso mantém sua posição de destaque com a maior capacidade de armazenagem do país, totalizando 63,0 milhões de toneladas. Deste montante, 57,9% são armazéns graneleiros e 37,8% são silos. Rio Grande do Sul e Paraná seguem com 38,7 e 35,9 milhões de toneladas, respectivamente, com silos sendo o tipo predominante nesses estados.

Entre os dez municípios com maior capacidade instalada, sete estão em Mato Grosso. Sorriso se destaca como o município com a maior capacidade do Brasil, com 5,6 milhões de toneladas, onde os armazéns graneleiros respondem por 75,7% do total. Em Goiás, Rio

UF

Número de Estabelecimentos

Capacidade Total (t)

Convencional (1) (t)

Graneleiro (t)

Silo (t)

BRASIL

9.624

231.143.370

23.771.546

84.185.649

123.186.175

RO

177

2.891.655

322.645

626.258

1.942.752

AC

23

96.720

12.900

0

83.820

AM

8

452.225

10.080

396.368

45.777

RR

19

374.340

12.200

0

362.140

PA

109

3.115.480

147.446

782.450

2.185.584

AP

10

228.836

54.168

28.668

146.000

TO

204

4.441.767

324.882

1.184.700

2.932.185

MA

95

3.312.630

58.010

1.820.000

1.434.620

PI

123

3.784.840

281.353

1.278.582

2.224.905

CE

70

948.994

531.567

52.758

364.669

RN

11

59.062

59.062

0

0

PB

14

318.401

89.761

11.380

217.260

PE

27

401.422

148.173

4.609

248.640

AL

9

77.329

16.829

19.800

40.700

SE

8

90.452

31.012

13.440

46.000

BA

167

5.561.798

519.686

2.171.495

2.870.617

MG

467

9.713.475

3.911.803

2.119.163

3.682.509

ES

86

1.365.166

719.402

508.000

137.764

RJ

10

137.996

5.778

11.653

120.565

SP

665

12.655.051

2.898.859

2.968.098

6.788.094

PR

1.382

35.907.475

4.878.860

10.557.861

20.470.754

SC

353

6.566.280

467.080

1.111.774

4.987.426

RS

2.454

38.722.819

2.983.321

8.217.307

27.522.191

MS

593

14.380.635

685.717

4.243.118

9.451.800

MT

1.787

62.983.691

2.692.193

36.470.987

23.820.511

GO

735

22.121.415

1.654.663

9.549.180

10.917.572

DF

18

433.420

254.100

38.000

141.320

 Verde é o principal polo, enquanto Ponta Grossa se sobressai no Paraná e Santos, em São Paulo, é crucial para a armazenagem portuária.

Crescimento Histórico: Mais de 110% de Aumento desde 1997

A série histórica da Pesquisa de Estoques do IBGE revela um crescimento robusto na capacidade útil total instalada, que aumentou 110,1% desde 1997, passando de 110,0 para os atuais 231,1 milhões de toneladas. Enquanto os armazéns convencionais viram sua capacidade cair 56,0%, os graneleiros e silos registraram crescimentos impressionantes de 146,6% e 463,0%, respectivamente, impulsionados pela expansão da produção nacional de grãos.