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Eduardo Knapp 28.jan.2016/Folhapress |
O Ministério Público de São Paulo finalizou nesta quarta
(9) e apresentou à Justiça a denúncia contra o ex-presidente Lula no caso do
tríplex do Guarujá. O petista foi denunciado sob acusação de ocultamento de
patrimônio, uma modalidade de lavagem de dinheiro, e falsidade ideológica.
Também foram denunciados a mulher de Lula, Marisa
Letícia, e o filho mais velho dele, Fábio Luís, ambos por lavagem de dinheiro.
A Promotoria ainda acusou formalmente o ex-presidente da
empreiteira OAS José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, e
outros funcionários da construtora.
Ao todo foram denunciadas 16 pessoas. Se a acusação for
aceita pela Justiça, Lula passa a ser réu em ação criminal.
O tríplex foi reformado
para a família de Lula, com gastos de cerca de R$ 1 milhão, pela
empreiteira OAS.
Em 2004, a mulher de Lula, Marisa Letícia, havia comprado
um apartamento simples, da Bancoop, e declarado à Receita.
O tríplex, no entanto, nunca apareceu no patrimônio da
família. O Instituto Lula diz que o empresário Léo Pinheiro fez as reformas
para Lula, mas a família preferiu não ficar com o imóvel.
A peça com a acusação contra Lula foi preparada pelos
promotores Cássio
Conserino, Fernando Henrique Moraes de Araújo e José Carlos Blat.
O Ministério Público manteve a peça em sigilo e convocou
uma entrevista para esta quinta (10) para explicar a denúncia.
OUTRO
LADO
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que
desconhece o conteúdo da denúncia. "Essa ação só confirma a parcialidade
com que o assunto está sendo conduzido. Essa denúncia foi anunciada no dia 22
janeiro para a revista 'Veja', antes de ele [promotor Cássio Conserino]
concluir as investigações. O Conselho Nacional do Ministério Público já disse
que ele não é o promotor natural do caso e isso será levado à Justiça."
Zanin afirma ainda que "este ato confirma o conflito
de atribuições entre Ministério Público Estadual de São Paulo e o Ministério
Público Federal de Curitiba [que estariam investigando os mesmos fatos]".
Os advogados de Lula estão questionando no STF (Supremo
Tribunal Federal) a investigação conduzida em duas frentes.
Em nota, Zanin afirmou que "hoje Conserino apenas
formalizou o resultado, deixando claro que a apuração não foi isenta,
decorrendo tão somente da parcialidade e da intenção deliberada de macular a
imagem de Lula, imputando crime a pessoa que o promotor sabe ser inocente"
"Conserino transformou duas visitas a um apartamento
no Guarujá em ocultação de patrimônio. A família do ex-Presidente Lula nunca
escondeu que detinha uma cota-parte de um empreendimento da Bancoop, tendo
solicitado o resgate desta cota no final de 2015", segundo o advogado.
De acordo com o defensor, "o promotor responde a
sindicância disciplinar no Ministério Público de São Paulo, que é acompanhada
pelo CNMP, justamente por ter antecipado o resultado antes de ter chegado ao
fim das investigações".
Folha de São Paulo
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