Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
Do UOL, em Maceió
No primeiro
pronunciamento após pesquisa Datafolha apontar para uma queda de popularidade,
a presidente Dilma Rousseff afirmou em Salvador, nesta quinta-feira (4), que
está orgulhosa das manifestações que ocorreram no país nos últimos dias e
voltou a dizer que ouviu as "vozes das ruas." Antes de discursar, a
presidente foi saudada de pé por prefeitos baianos e líderes sindicalistas, aos
gritos de "olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma".
"Escutamos essas
vozes, que soaram em todas as ruas. Elas devem nos orgulhar. Se nós compararmos
nossas manifestações do Brasil com a de outros países, nós vamos ver que nós
somos diferentes. Nós temos democracia e fomos capazes de ouvir as vozes das
ruas", disse, comparando os protestos brasileiros com aqueles realizados nos
países árabes. Segundo Dilma, a maioria dos políticos de sua geração lutou pela
redemocratização e é acostumada com os protestos e as vozes das ruas.
"Eu sou de uma
época em que havia uma imensa dificuldade de se expressar nas ruas. A grande
maioria dos que estão aqui hoje e, que tem mais ou menos a minha idade, sabem
que nós estamos falando. Lutamos pela redemocratização do nosso país. E sabemos
que não é isso que está acontecendo nesse país", afirmou.
A presidente também fez
comparações com os protestos brasileiros com os realizados nos Estados Unidos e
Europa, onde --segundo a presidente-- existem manifestações contra a perda de
direitos, como baixas nos salários e cortes nas aposentadorias.
"Aqui as ruas
falaram por mais direitos. E aqui quero dizer que esta presidenta ouviu a voz
das ruas, tanto porque essa voz é legítima, tanto porque nós temos uma
democracia. E faz parte da democracia a luta por mais direitos, principalmente
porque sabemos que olhamos para a coisa mais importante no compromisso
político: que é aqueles que mais precisam. Eu tenho de ouvir e me preocupar e
de pensar com aqueles que mais sofrem e menos tem."
Plano Safra
No Centro de Convenções
da Bahia, em Salvador, a presidente lançou o Plano Safra do Semiárido, voltado
para os agricultores familiares que convivem com a seca.
A principal medida do
plano é ampliar o crédito aos sertanejos e suspender as execuções das dívidas
dos produtores da região até o fim de 2014. Também será concedido desconto de
até 85% para a liquidação de operações de crédito contratadas até 2006 com
recursos do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) ou do Tesouro Nacional.
O plano também apresenta
estímulo à construção de silos para armazenagem de alimentos para que os
pecuaristas possam alimentar seus rebanhos na época da seca. Ações de reforço à
oferta de assistência técnica e extensão rural também foram apresentadas.O
governo federal também entregou 323 máquinas do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) a 269 municípios baianos.
"Temos que escutar
a vozes de todos os brasileiros, e temos ouvido as vozes dos produtores rurais.
Reconhecemos que, para retomar a produção e adotar novos programar produtivos,
é necessário que olhemos a situação dos endividamentos passados. Reconhecer
isso é fundamental. Estou encaminhando, em parceria com o senador Eunício
Oliveira [PMDB-CE], todas essas medidas de renegociação de dívidas ao
Congresso", afirmou Dilma.
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