Radio Evangélica

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Operação militar na Síria contra milícias leais a Assad

Confrontos deixam mortos e intensificam tensão na região costeira

As novas autoridades sírias realizaram nesta quinta-feira (26) uma operação militar contra milícias leais ao presidente deposto Bashar al-Assad na província de Tartus, localizada na região costeira do noroeste do país. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), a ação resultou na morte de três pessoas, identificadas como "homens armados leais ao antigo regime".

Assad foi deposto no dia 8 de dezembro por uma coalizão rebelde liderada pelo grupo islamista sunita Hayat Tahrir al Sham (HTS). Tartus, um reduto da minoria alauita — à qual Assad pertence —, foi palco da operação, que, segundo a agência estatal Sana, neutralizou "um número determinado" de integrantes das milícias pró-Assad.

Protestos e novos confrontos
O OSDH relatou também manifestações em diferentes regiões do país, como Latakia, Tartus, Homs e Aleppo, impulsionadas pela circulação de um vídeo que mostrava um ataque a um santuário alauita. Os protestos, que aconteceram na quarta-feira, resultaram em um manifestante morto e cinco feridos após a repressão das forças de segurança em Homs.

Além disso, confrontos violentos ocorreram em Tartus, envolvendo forças de segurança e apoiadores do antigo regime. O incidente deixou 14 agentes mortos e três homens armados neutralizados, segundo a ONG.

Temores de vingança coletiva
A queda de Bashar al-Assad trouxe alívio para parte da população, mas também alimentou temores, especialmente entre a comunidade alauita, que representa cerca de 9% da população síria. O cientista político Fabrice Balanche alertou para o risco de retaliações contra os alauitas, considerados hereges pelos islamistas.

Enquanto as novas autoridades buscam apaziguar as tensões no país após mais de 13 anos de guerra civil, manifestações e confrontos sinalizam que a instabilidade persiste. "Ouvimos pedidos de calma, mas a situação pode piorar", afirmou Ghidak Mayya, manifestante em Latakia.

Imagem: © Sameer Al-DOUMY

Informações da Agência France-Presse (AFP).


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