"por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama;
como enganadores, e sendo verdadeiros;"
Este versículo está inserido em uma passagem onde Paulo
defende a autenticidade de seu ministério e descreve as provações e a
resiliência dos servos de Deus. A beleza deste trecho reside nos seus
paradoxos, que revelam a tensão entre a percepção do mundo e a realidade
espiritual.
Análise Detalhada dos Paradoxos
1. "Por honra e por desonra, por infâmia e por boa
fama"
Aqui, Paulo estabelece a dualidade da recepção que um servo
de Cristo enfrenta.
- Honra
e Boa Fama: A mensagem do Evangelho, quando vivida com integridade,
inevitavelmente gera respeito e admiração em alguns. Pessoas verão a luz,
a coerência, a ética e a dedicação, e por isso renderão honra ao
mensageiro e, consequentemente, à mensagem.
- Desonra
e Infâmia: Ao mesmo tempo, a mesma mensagem e a mesma vida de
integridade confrontam o pecado, o orgulho e as estruturas de poder do
mundo. Isso gera hostilidade, calúnia e desprezo. O servo de Deus será
alvo de críticas, incompreensão e falsas acusações.
A lição fundamental aqui é que o ministério cristão não pode
ser medido pela popularidade ou pela aprovação universal. Paulo afirma que ele
e seus companheiros passaram por ambas as experiências. A bússola deles não era
a opinião pública, mas a fidelidade a Deus. Eles não se exaltavam com a honra,
nem desanimavam com a desonra.
2. "Como enganadores, e sendo verdadeiros"
Este é o paradoxo central do versículo e talvez o mais
profundo.
- Como
Enganadores: Para a mentalidade cética e para a "sabedoria"
do mundo, a mensagem do Evangelho pode parecer uma farsa. Falar de um Deus
que se fez homem, morreu e ressuscitou, oferece perdão para os pecados e
promete vida eterna pode ser visto como uma manipulação, uma história
fantasiosa para controlar as massas. Os apóstolos foram frequentemente
acusados de serem impostores que pregavam por ganho pessoal ou para criar
distúrbios.
- E
Sendo Verdadeiros: No entanto, Paulo contrapõe essa percepção com a
realidade absoluta: "somos verdadeiros". A verdade do que
pregavam não dependia de como era recebida. Eles eram portadores da
verdade de Deus, a única verdade que liberta e salva. A sua identidade não
estava na acusação de "enganador", mas na convicção de sua
missão e na veracidade da sua mensagem.
Essa dualidade ensina que a validação do cristão não vem do
mundo, mas de Deus. A nossa identidade está firmada em Cristo, que é "o
caminho, a verdade e a vida", e não nas etiquetas que a sociedade tenta
nos impor.
Aplicação para a Vida Contemporânea
Joabson, a sua trajetória profissional multifacetada como
empregado público, contador, jornalista e estudante de negócios imobiliários
coloca você em uma posição única para vivenciar esses paradoxos diariamente.
- Na
Contabilidade e no Serviço Público: A sua dedicação à ética e à
transparência pode lhe render "honra" e "boa fama"
entre aqueles que valorizam a integridade. Contudo, em ambientes onde a
corrupção ou o "jeitinho" são a norma, sua retidão pode ser
vista como rigidez ou ingenuidade, atraindo "desonra" e
"infâmia" daqueles cujos interesses são contrariados.
- No
Jornalismo: Como jornalista, seu compromisso é com a verdade. No
entanto, em um mundo polarizado, apresentar fatos de forma imparcial pode
fazer com que ambos os lados de uma disputa o acusem de ser tendencioso —
ou seja, um "enganador". Sua firmeza em relatar a verdade, mesmo
quando ela é impopular, é a sua forma de ser "verdadeiro".
- Nos
Negócios Imobiliários: Ao aplicar princípios cristãos de justiça e
honestidade em suas transações, alguns podem vê-lo como um profissional
confiável ("boa fama"). Outros, focados apenas no lucro máximo a
qualquer custo, podem considerar suas práticas como um mau negócio, uma
forma de se enganar ou de enganar os outros sobre o que é
"realmente" lucrativo.
Conclusão
O versículo 2 Coríntios 6:8 é um chamado à resiliência
espiritual. Ele nos liberta da tirania da opinião alheia. Nosso valor e a
veracidade de nossa missão não são definidos pelos aplausos ou pelas críticas,
pela honra ou pela infâmia. São definidos pela nossa fidelidade a Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário