Para um profissional multifacetado como você, que transita
entre a gestão pública, contabilidade, negócios imobiliários e o jornalismo, a
capacidade do autor de tecer uma narrativa coesa a partir de fontes complexas
(textos cuneiformes, artefatos arqueológicos e estudos modernos) é, por si só,
uma inspiração. Ferreira nos convida a uma jornada de descoberta que abrange
desde a geografia e a economia até as mais intrincadas crenças religiosas e
mitológicas sumérias.
Vamos mergulhar em alguns dos fascinantes caminhos que esta
obra nos oferece:
Os Primeiros Passos da Civilização: Força e
Sustentabilidade
O livro inicia sua exploração com o Capítulo 1 –
Geografia e Clima da Suméria, revelando como o ambiente natural,
aparentemente hostil, foi o grande catalisador para o desenvolvimento sumério.
A vida às margens dos rios Tigre e Eufrates impulsionou a criação de sistemas
de irrigação complexos – canais e diques –, transformando áreas pantanosas em
terras férteis. Essa luta e adaptação ao ambiente árido não só garantiram a
sobrevivência, mas também moldaram a identidade cultural e política dessa
civilização.
Em seguida, o Capítulo 2 – Sociedade Suméria desvenda
a estrutura hierárquica e a organização política. Ferreira detalha uma
sociedade rigidamente estratificada, onde reis e sacerdotes eram vistos como
divinos e detinham o poder, enquanto a base era composta por camponeses,
artesãos e, em menor grau, escravos. A economia, detalhadamente apresentada,
era uma teia complexa de agricultura irrigada, pecuária, manufatura e um
comércio vibrante que trazia matérias-primas e exportava produtos acabados. É
particularmente interessante a abordagem sobre a evolução de um sistema de
troca para a utilização de metais valiosos como "moeda", com os
templos atuando como centros de transação e registro.
Para aprofundar na base da subsistência, o Capítulo 7 –
Agricultura e Irrigação na Suméria oferece um panorama impressionante das
técnicas que permitiram aos sumérios prosperar. O domínio da água através de
canais, poços e sistemas de elevação – como a roda d'água – possibilitou o
cultivo abundante de cevada, trigo e outros alimentos. O autor destaca como a
engenhosidade tecnológica, incluindo o uso do arado e a seleção de sementes,
gerou excedentes que foram cruciais para o desenvolvimento de outras atividades
econômicas e sociais, pavimentando o caminho para a urbanização e o comércio.
No entanto, o livro não se furta a mencionar os desafios impostos pela
exploração intensiva do solo e as desigualdades sociais que surgiram.
O Alvorecer do Conhecimento e da Organização: Pilares da
Complexidade
Um dos maiores legados sumérios ganha vida no Capítulo 4
– Idioma e Escrita Cuneiforme. M. V. Ferreira explora a origem e a evolução
dessa que é uma das mais antigas formas de escrita, inicialmente pictográfica e
que se adaptou para registrar complexidades linguísticas. A obra enfatiza a
importância crucial do cuneiforme para a preservação e transmissão do
conhecimento – de transações comerciais a épicos literários como o de
Gilgamesh, e de códigos legais a práticas religiosas. A existência de
bibliotecas, como a famosa de Assurbanípal, ressalta o valor que os sumérios
atribuíam ao registro e à cultura escrita.
A seguir, o Capítulo 5 – Principais Cidades da Suméria
nos leva a uma viagem pelas metrópoles que foram o coração dessa civilização.
Ur, Uruk, Nippur e Lagash são apresentadas com suas particularidades: Ur, um
centro comercial e religioso próspero; Uruk, o berço da escrita cuneiforme e de
templos colossais; Nippur, a cidade sagrada dedicada a Enlil, polo de produção
artística e literária; e Lagash, com sua rica história política e sua fama como
"celeiro da Suméria". O autor habilmente contextualiza cada cidade
dentro do panorama geral da civilização, mostrando como suas individualidades
contribuíram para o florescimento sumério.
A organização social e a busca pela ordem são aprofundadas
no Capítulo 9 – Leis e Justiça na Suméria. O livro detalha um sistema
legal surpreendentemente complexo, com leis codificadas (como o Código de
Ur-Nammu, um dos mais antigos do mundo) e tribunais formais. As punições, que
variavam de multas à pena capital, refletiam a necessidade de manter a estabilidade
social. A obra discute o papel dos juízes, a formalidade dos julgamentos e,
inclusive, a crença na intervenção divina nas decisões legais, oferecendo um
vislumbre da seriedade com que a justiça era tratada.
Cultura, Arte e os Desafios da Existência: Expressão e
Sobrevivência
O Capítulo 3 – Cultura e Tradições Sumérias nos
oferece um olhar íntimo sobre o cotidiano sumério. Ferreira descreve como
vestimentas e adornos não eram meramente estéticos, mas elementos de distinção
social e religiosa. A culinária é explorada através da variedade de cultivos e
animais, com destaque para a produção e o consumo regular de cerveja, tanto nas
refeições quanto em festividades religiosas. A obra ainda se aprofunda nos
rituais e cerimônias religiosas, como o Ano Novo e o Akitu, que eram realizados
para garantir a proteção e a bênção das divindades.
A expressividade suméria é magnificamente abordada no Capítulo
8 – Arte e Artesanato na Suméria. O autor explora as diversas técnicas e
materiais utilizados, desde a cerâmica e a escultura até a metalurgia e a
tecelagem. Objetos como os cilindros-selo (usados para identificar propriedades
e com fins mágicos), as estatuetas votivas (oferendas aos deuses) e a
sofisticada joalheria são detalhados. A riqueza dos detalhes e a funcionalidade
desses artefatos revelam a sofisticação cultural e a forte ligação entre arte e
espiritualidade.
Por fim, as dinâmicas de poder e as lutas pela sobrevivência
são o foco do Capítulo 10 – Guerras e Conflitos na Suméria. Ferreira
discute as motivações por trás dos conflitos entre cidades-estado (disputas
territoriais, controle de recursos, ambição política) e as guerras contra
invasores estrangeiros como os Gutianos, Acadianos e Elamitas. O livro
contextualiza essas batalhas, mostrando seu impacto na civilização e a complexa
relação entre a resistência suméria e o aspecto religioso presente em cada
confronto.
O Universo Mítico e Religioso: A Alma Suméria
A parte mais espiritual do e-book reside no Capítulo 11 –
Mitologia Suméria. O autor nos guia pelas origens dessa mitologia, sua
hierarquia de deuses e deusas antropomórficos, e a constante influência de
crenças vizinhas. Deuses principais como Anu (o deus do céu), Enlil (do ar e
tempestade), Enki (da água, sabedoria e magia), Inanna (do amor, fertilidade,
guerra e sexualidade), e Utu (do sol e justiça) são apresentados com seus
atributos, histórias e a profunda importância que tinham na vida suméria.
Essa exploração se aprofunda no Capítulo 12 – Relatos
Mitológicos Importantes. M. V. Ferreira mergulha em narrativas que formam o
cerne da mitologia suméria: a "Enuma Elish", o épico babilônico da
criação; a célebre "Epopeia de Gilgamesh", com suas reflexões sobre a
imortalidade e a condição humana; a "Descida de Inanna ao Submundo";
e as lendas de Adapa e Etana. Cada história é contada com detalhes, revelando
os temas universais e os simbolismos que essas narrativas carregam. A
cosmologia suméria, com sua visão tríplice do universo (céu, terra e submundo)
e a crença na criação a partir do caos, é um ponto alto da obra.
Para completar a compreensão da vida religiosa, o Capítulo
13 – Rituais e Cultos Religiosos na Mitologia Suméria detalha a importância
central da religião. O autor descreve como a vida religiosa e secular eram
indissociáveis, com rituais diários, oferendas, cânticos e danças. Os templos,
considerados as moradas dos deuses, e os sacerdotes, como intermediários cruciais
entre o divino e o humano, são elementos fundamentais dessa dinâmica. Os
sacrifícios de animais, as oferendas e as procissões religiosas, como o
festival Akitu, são apresentados de forma vívida, ilustrando a devoção suméria.
O Fim de uma Era, o Legado Eterno: A Essência da
Continuidade
Por fim, o Capítulo 14 – Declínio da Civilização Suméria
não é um epílogo sombrio, mas uma análise perspicaz. O autor aponta para uma
combinação complexa de fatores – políticos (fragmentação, conflitos internos),
ambientais (mudanças climáticas, degradação do solo), sociais (desigualdade) e
externos (invasões de povos vizinhos) – que levaram ao enfraquecimento e
eventual absorção da cultura suméria. Contudo, Ferreira conclui de forma
poderosa, ressaltando que o declínio não significou o fim da influência
suméria, cujo legado se perpetuou na linguagem, religião, arte, arquitetura e
literatura das civilizações posteriores, moldando o curso da história humana.
"Caminhos do Passado: História e Mitologia dos
Sumérios" é uma obra que se destaca pela sua abrangência, clareza e
profundidade de pesquisa. M. V. Ferreira consegue transformar um tema complexo
em uma leitura envolvente, repleta de informações detalhadas e referências
bibliográficas que enriquecem a compreensão. Para você, Joabson João, que busca
expandir seus horizontes e integrar diferentes áreas do conhecimento, este
livro é um recurso inestimável que conecta história, cultura, economia e sociedade
de uma maneira que instiga a reflexão e o aprendizado contínuo.
Se você se sentiu cativado por essa fascinante viagem pela
Suméria e deseja aprofundar-se ainda mais nos mistérios e legados de uma das
civilizações mais importantes da história, não hesite em adquirir seu próprio
exemplar.
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