Em um mundo onde a balança da justiça parece, tantas vezes, pender para o lado errado, onde a parcialidade e o favoritismo obscurecem o que é reto, a alma humana clama por equidade. Ansiamos por um padrão absoluto, uma garantia de que as ações, boas ou más, não se perdem no vazio. É nesse cenário de incertezas que a Escritura nos oferece uma âncora de esperança e um severo lembrete, encapsulado de forma sucinta em Colossenses 3:25:
"Pois quem faz o injusto receberá o que fez
injustamente; e não há parcialidade."
Esta declaração, escrita pelo apóstolo Paulo à igreja de
Colossos, transcende seu contexto histórico e ressoa com força em nossos dias.
Ela nos confronta com duas verdades fundamentais sobre o caráter de Deus e a
natureza da realidade espiritual: a certeza da retribuição e a absoluta
imparcialidade do Juiz.
O Princípio da Responsabilidade Inevitável
A primeira parte do versículo — "quem faz o injusto
receberá o que fez injustamente" — estabelece um princípio de causa e
efeito moral. É a lei da semeadura e da colheita aplicada à esfera da justiça.
Cada ato de fraude, cada palavra de calúnia, cada decisão que oprime o
vulnerável ou cada omissão diante da injustiça é registrada. Nada passa
despercebido.
O Consolo da Justiça Imparcial
A segunda parte do versículo — "e não há
parcialidade" — é, talvez, a mais poderosa fonte de consolo para os
injustiçados. Vivemos em sistemas humanos onde status, influência, riqueza e
conexões podem distorcer vereditos e perverter a justiça. Pessoas são
preteridas, exploradas e silenciadas.
Contudo, diante de Deus, esses critérios terrenos se
desfazem. O tribunal divino não se impressiona com títulos, cargos ou poder. O
Criador do universo enxerga o coração e julga a ação em sua essência. Para
aquele que foi lesado, traído ou oprimido, esta é a garantia de que sua causa
não está perdida. Pode ser que a justiça humana falhe, mas a justiça divina é
infalível e certa. Deus é o vingador dos que não podem se defender e o juiz que
retificará cada conta.
Esta imparcialidade divina nos liberta de duas prisões: a
amargura e o desejo de vingança. Não precisamos carregar o fardo de "fazer
justiça com as próprias mãos", pois podemos entregar nossa causa ao Juiz
justo, que fará o que é reto.
Vivendo à Luz da Justiça Eterna
Portanto, Colossenses 3:25 não é apenas uma doutrina
abstrata; é um chamado para um estilo de vida.
- Como
advertência: Inspira-nos a viver com um profundo senso de
responsabilidade, sabendo que cada ato nosso tem peso eterno e que
prestaremos contas a um Deus que não pode ser enganado.
- Como
consolo: Fortalece-nos a perseverar com integridade quando somos
vítimas da injustiça, confiando que nosso sofrimento é visto e que a
justiça final prevalecerá.
Que possamos conduzir nossos negócios, nossas relações e
nossa vida interior não apenas sob o olhar da sociedade, mas sob o olhar
Daquele para quem não há parcialidade. Pois, no fim, a verdadeira medida de
nossas vidas será aferida pela balança perfeita da Sua eterna e imutável
justiça.
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