Radio Evangélica

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Venezuela planeja realizar nove eleições em 2025

Calendário eleitoral enfrenta críticas da oposição, que denuncia fraude no último pleito presidencial.

Federico PARRA
A Venezuela anunciou planos para organizar nove eleições em 2025, entre elas a do Parlamento e um referendo sobre uma reforma constitucional, em meio às acusações de fraude da oposição contra a vitória do presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de julho de 2024. A informação foi divulgada pela AFP.

O Parlamento, dominado pelo governo chavista, convocou todos os partidos políticos a apresentarem propostas de cronograma ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), instituição frequentemente acusada pela oposição de servir aos interesses do governo de Maduro.

Declarações Oficiais

"Somente para os cargos de eleição popular, o Conselho Nacional Eleitoral deve organizar e convocar três eleições [...] todas elas este ano", afirmou Jorge Rodríguez, chefe da Assembleia Nacional e figura de destaque do chavismo.

Entre as consultas previstas, estão votações sobre projetos comunais, uma iniciativa promovida por Maduro, além de discussões sobre a reforma constitucional, cuja proposta ainda não foi detalhada.

Acusações da Oposição

A oposição, liderada por María Corina Machado, acusa Maduro de ter "roubado" as eleições de 28 de julho, alegando que seu candidato, Edmundo González Urrutia, teria vencido com mais de 70% dos votos. A oposição apresentou cópias das atas eleitorais para sustentar a denúncia.

No entanto, o CNE proclamou Maduro vencedor com 52% dos votos, sem divulgar a contagem detalhada, contrariando as exigências legais de transparência.

Renovação e Expansão Eleitoral

O calendário eleitoral para 2025 prevê não apenas a renovação do Parlamento, mas também eleições para prefeitos, governadores e legisladores municipais e regionais, cargos atualmente dominados pelo chavismo.

Além disso, será realizada, segundo o governo, a eleição do primeiro governador da Guiana Essequiba, território administrado pela vizinha Guiana e reivindicado pela Venezuela.

Propostas e Polêmicas

Jorge Rodríguez enfatizou que caberá ao CNE analisar as propostas para decidir o formato das eleições. "Fazemos todas as eleições juntas? Fazemos separadas? Quais são os parâmetros legais e requisitos?", questionou o dirigente.

Paralelamente, o chavismo tem promovido medidas que aumentam as tensões políticas, incluindo leis que preveem penas de até 30 anos de prisão por crimes "políticos", inelegibilidade perpétua para cargos públicos e julgamentos à revelia.

A comunidade internacional e a oposição venezuelana acompanham o cenário com atenção, enquanto cresce a expectativa em torno das definições do calendário eleitoral.

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