Radio Evangélica

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Dólar cai pela 10ª vez seguida e fecha em R$ 5,83

Bolsa recua 0,61%, mas tem primeira alta mensal desde agosto

Na contramão do mercado internacional, o mercado financeiro teve um dia de alívio nesta sexta-feira (31). O dólar caiu pela 10ª vez seguida e fechou no menor valor em mais de dois meses. A bolsa de valores recuou após a forte alta de quinta-feira (30), mas teve a primeira alta mensal desde agosto.

O dólar comercial encerrou esta sexta vendido a R$ 5,837, com queda de R$ 0,015 (-0,25%). A cotação iniciou o dia em alta, chegando a R$ 5,87 na primeira hora de negociação, mas passou a cair após a abertura do mercado norte-americano. Na mínima do dia, por volta das 11h, a moeda norte-americana atingiu R$ 5,81.

A divisa está no menor nível desde 26 de novembro do ano passado. Com queda de 1,37% na semana, o dólar fechou janeiro com uma queda de 5,54%. Esse foi o maior recuo mensal desde junho de 2023, quando caiu 5,60%.

O mercado de ações teve um dia de realização de lucros. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 126.135 pontos, com queda de 0,61%. O indicador foi influenciado por ações de mineradoras e de bancos, com investidores vendendo papéis para embolsarem os ganhos da quinta-feira. Apesar do recuo nesta sexta, a bolsa de valores subiu 3,1% na semana e 4,95% em janeiro.

O dólar caiu apesar da confirmação pelo novo presidente norte-americano, Donald Trump, de que imporá tarifas de 25% aos produtos do México e do Canadá e de 10% aos produtos da China a partir deste sábado (1º). Embora a moeda norte-americana tenha ensaiado uma subida durante a tarde, a cotação voltou a cair na hora final de negociação e terminou em baixa.

* Com informações da Reuters

Fonte: Agência Brasil

Brasil assume liderança global em juros reais após corte na Argentina

País supera Rússia e Argentina no ranking mundial e reflete impacto da política monetária no cenário econômico

O Brasil passou a liderar o ranking de países com os maiores juros reais do mundo após o Banco Central da Argentina reduzir sua taxa básica. De acordo com um relatório do MoneYou publicado nesta sexta-feira (31), a decisão argentina de cortar os juros de 32% para 29% resultou em uma queda da taxa real para 6,14%, posicionando o país na terceira colocação.

Com essa mudança, o Brasil agora ocupa o primeiro lugar, registrando juros reais de 9,18%, seguido pela Rússia, com 8,91%. O patamar brasileiro reflete a recente elevação da Selic em 1 ponto percentual, alcançando 13,25%, conforme decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na última quarta-feira (29).

Os juros reais correspondem à taxa de juros nominal descontada da inflação, sendo um indicador mais preciso sobre o impacto da política monetária na economia. O cálculo considera a inflação projetada para os próximos 12 meses e os juros futuros estimados pelo mercado, uma vez que essas variáveis influenciam diretamente o ritmo econômico e as decisões do Banco Central sobre a Selic.

Para o Brasil, a metodologia utilizada no relatório baseia-se na inflação prevista para os próximos 12 meses, estimada em 5,5% pelo Boletim Focus. Além disso, considera a taxa de juros DI negociada no mercado para vencimentos em janeiro de 2026, refletindo as expectativas futuras para a economia do país.

A liderança do Brasil no ranking de juros reais reforça a posição conservadora do Banco Central diante da inflação, mas também gera preocupações sobre os impactos no crescimento econômico e na concessão de crédito.

Fonte: CNN Brasil

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Argentina registra superávit orçamentário pela primeira vez em mais de uma década

Presidente Javier Milei celebra resultado como marco de austeridade em meio a desafios econômicos

REUTERS/Agustin Marcarian
A Argentina alcançou, em 2024, seu primeiro superávit orçamentário em mais de uma década, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério da Economia. O superávit de 1,76 trilhão de pesos, correspondente a 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB), representa uma vitória significativa para o presidente libertário Javier Milei, que assumiu o cargo em dezembro de 2023 com uma plataforma de rigor fiscal.

Além disso, o saldo fiscal primário — que exclui os pagamentos da dívida pública — foi superavitário em 10,41 trilhões de pesos, equivalente a 1,8% do PIB. "O déficit zero é uma realidade. As promessas estão sendo cumpridas", declarou Milei em suas redes sociais.

Desde o início de seu mandato, o presidente tem implementado cortes nos gastos públicos como medida para conter a inflação, que chegou a alcançar um pico de quase 300% ao ano em abril de 2023. Em nota, o Ministério da Economia garantiu que a âncora fiscal do governo será mantida pelo menos até 2025.

Apesar do saldo positivo no ano, os números de dezembro mostraram déficits tanto no saldo fiscal primário quanto no financeiro, atribuídos a fatores sazonais. O ministro da Economia, Luis Caputo, explicou que o último mês do ano é tradicionalmente marcado por maiores despesas públicas, o que resultou em um déficit primário de 1,30 trilhão de pesos e um déficit financeiro de 1,56 trilhão de pesos.

Com esses resultados, o governo Milei consolida avanços em direção à estabilidade fiscal, mesmo diante de um cenário econômico desafiador.

Fonte: Reuters

Banco Central anuncia primeira intervenção no câmbio em 2025

Autoridade monetária venderá US$ 2 bi com compromisso de recompra

Raffa Neddermeyer/Agência Brasil
Após quase três semanas sem atuar no câmbio, o Banco Central (BC) anunciou, no início da noite desta sexta-feira (17), a primeira intervenção cambial em 2025. Na próxima segunda-feira (20), a autoridade monetária venderá até US$ 2 bilhões das reservas internacionais em leilões de linha, quando assume o compromisso de recomprar o dinheiro daqui a alguns meses.

Estão previstos dois leilões de até US$ 1 bilhão cada. O dinheiro do primeiro leilão retornará às reservas internacionais em 4 de novembro; e o do segundo leilão, em 2 de dezembro.

A última intervenção do BC no câmbio havia ocorrido em 30 de dezembro, quando a autoridade monetária vendeu US$ 1,815 bilhão das reservas internacionais à vista. Nessa modalidade, a venda é definitiva, e o dinheiro não volta às reservas.

O último leilão de linha (com compromisso de recompra) foi realizado em 20 de dezembro, quando a autoridade monetária vendeu US$ 2 bilhões. Em dezembro, o BC vendeu US$ 32,59 bilhões das reservas externas, o maior volume mensal de intervenções cambiais desde a criação do regime de metas de inflação, em 1999.

Nesta sexta-feira, o dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 6,066, com alta de R$ 0,012 (+0,2%). A cotação oscilou bastante durante o dia, chegando a R$ 6,08 por volta das 11h e caindo para R$ 6,03 por volta das 13h, antes de passar a subir durante a tarde e fechar em leve alta.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Ibovespa dispara com cenário favorável e fecha em alta de 2,81%

Otimismo global e valorização do petróleo impulsionam o mercado brasileiro

Divulgação B3
O Ibovespa teve um dia de forte recuperação nesta quarta-feira (15), fechando o pregão com alta expressiva de 2,81%, aos 122.650 pontos. O principal índice da bolsa brasileira foi beneficiado por dados econômicos que criaram um ambiente mais favorável para a tomada de risco por parte dos investidores.

Dois fatores principais contribuíram para o desempenho do índice: a divulgação de números mais fracos do setor de serviços no Brasil, indicando um possível alívio nas pressões inflacionárias, e dados sobre a inflação nos Estados Unidos que vieram dentro das expectativas, reforçando a perspectiva de que o Federal Reserve pode adotar uma postura menos agressiva em sua política monetária.

Destaques no Ibovespa

As ações de bancos foram os grandes destaques da sessão, com ganhos generalizados no setor financeiro. As units do BTG Pactual apresentaram uma valorização expressiva, liderando os ganhos do dia.

A Vale também teve um desempenho positivo, subindo 1,45% e marcando o segundo dia consecutivo de alta. Já a Petrobras acompanhou o movimento de alta no preço do petróleo, que disparou e superou a marca dos US$ 80 por barril. Os papéis preferenciais (PN) da estatal subiram 1,28%, enquanto os ordinários (ON) avançaram 1,31%.

Apesar da disparada do índice, analistas destacam que o volume financeiro do Ibovespa ficou aquém do esperado, especialmente em um dia marcado pelo vencimento de opções, que costuma aumentar o giro do mercado. O índice movimentou R$ 19,2 bilhões, pouco acima dos R$ 15 bilhões registrados na véspera. Já na B3, o total negociado foi de R$ 70,2 bilhões.

Dólar encerra em queda

No mercado de câmbio, o dólar à vista recuou 0,36%, encerrando o dia cotado a R$ 6,0241. Este foi o menor patamar desde 12 de dezembro, quando o Banco Central realizou sua primeira intervenção no mercado à vista.

A desvalorização da moeda americana foi impulsionada por dados mais fracos do núcleo de inflação nos Estados Unidos, que trouxeram alívio ao mercado global. Embora o índice de preços ao consumidor (CPI) tenha superado as expectativas, o núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, apresentou números abaixo do esperado.

Essa combinação de fatores resultou em um enfraquecimento do dólar em relação a várias moedas globais, especialmente aquelas ligadas a commodities, como o real brasileiro. O petróleo, por sua vez, registrou alta superior a 2%, o que também contribuiu para a valorização do real.

Bolsas internacionais em alta

Os mercados acionários de Nova York e Europa acompanharam o otimismo global, fechando o dia em alta firme. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones avançou 1,65%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq tiveram ganhos de 1,83% e 2,45%, respectivamente.

O bom humor foi reforçado pelos resultados corporativos de grandes bancos americanos, que surpreenderam positivamente, e pelos dados de inflação que indicaram uma possível desaceleração no aperto monetário do Federal Reserve.

Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 1,43%, com os bancos liderando os ganhos. Ações como as do Barclays e do Société Générale tiveram altas expressivas, impulsionadas tanto pelos dados de inflação nos EUA quanto pelos resultados financeiros positivos de instituições americanas.

Perspectivas e cautela no mercado

Embora o dia tenha sido de alta expressiva no Ibovespa, especialistas alertam para a necessidade de cautela. Apesar dos sinais positivos no cenário internacional, o volume financeiro abaixo do esperado pode indicar que o movimento de alta foi mais pontual do que estrutural.

Além disso, investidores seguem atentos aos desdobramentos da temporada de balanços corporativos e à política monetária, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Fonte: Bora Investir

Venezuela planeja realizar nove eleições em 2025

Calendário eleitoral enfrenta críticas da oposição, que denuncia fraude no último pleito presidencial.

Federico PARRA
A Venezuela anunciou planos para organizar nove eleições em 2025, entre elas a do Parlamento e um referendo sobre uma reforma constitucional, em meio às acusações de fraude da oposição contra a vitória do presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de julho de 2024. A informação foi divulgada pela AFP.

O Parlamento, dominado pelo governo chavista, convocou todos os partidos políticos a apresentarem propostas de cronograma ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), instituição frequentemente acusada pela oposição de servir aos interesses do governo de Maduro.

Declarações Oficiais

"Somente para os cargos de eleição popular, o Conselho Nacional Eleitoral deve organizar e convocar três eleições [...] todas elas este ano", afirmou Jorge Rodríguez, chefe da Assembleia Nacional e figura de destaque do chavismo.

Entre as consultas previstas, estão votações sobre projetos comunais, uma iniciativa promovida por Maduro, além de discussões sobre a reforma constitucional, cuja proposta ainda não foi detalhada.

Acusações da Oposição

A oposição, liderada por María Corina Machado, acusa Maduro de ter "roubado" as eleições de 28 de julho, alegando que seu candidato, Edmundo González Urrutia, teria vencido com mais de 70% dos votos. A oposição apresentou cópias das atas eleitorais para sustentar a denúncia.

No entanto, o CNE proclamou Maduro vencedor com 52% dos votos, sem divulgar a contagem detalhada, contrariando as exigências legais de transparência.

Renovação e Expansão Eleitoral

O calendário eleitoral para 2025 prevê não apenas a renovação do Parlamento, mas também eleições para prefeitos, governadores e legisladores municipais e regionais, cargos atualmente dominados pelo chavismo.

Além disso, será realizada, segundo o governo, a eleição do primeiro governador da Guiana Essequiba, território administrado pela vizinha Guiana e reivindicado pela Venezuela.

Propostas e Polêmicas

Jorge Rodríguez enfatizou que caberá ao CNE analisar as propostas para decidir o formato das eleições. "Fazemos todas as eleições juntas? Fazemos separadas? Quais são os parâmetros legais e requisitos?", questionou o dirigente.

Paralelamente, o chavismo tem promovido medidas que aumentam as tensões políticas, incluindo leis que preveem penas de até 30 anos de prisão por crimes "políticos", inelegibilidade perpétua para cargos públicos e julgamentos à revelia.

A comunidade internacional e a oposição venezuelana acompanham o cenário com atenção, enquanto cresce a expectativa em torno das definições do calendário eleitoral.

Setor de serviços registra queda em novembro de 2024

Volume de serviços recua 0,9% em relação a outubro

Desempenho do Setor em Novembro de 2024

Tânia Rêgo/Agência Brasil
O volume de serviços no Brasil apresentou retração de 0,9% em novembro de 2024 frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Mesmo com o recuo, o setor mantém-se 16,9% acima do nível registrado em fevereiro de 2020, período pré-pandemia. No entanto, o resultado coloca o setor 0,9% abaixo de outubro de 2024, que marcou o pico histórico da série.

Em comparação a novembro de 2023, na série sem ajuste sazonal, houve um avanço de 2,9%, marcando o oitavo resultado positivo consecutivo. No acumulado do ano, o setor registra crescimento de 3,2%, enquanto o acumulado dos últimos 12 meses apresenta alta de 2,9%, atingindo o maior patamar desde novembro de 2023 (3,5%).

Desempenho por Atividades

O desempenho do setor foi heterogêneo entre as atividades de divulgação:

  • Serviços de Informação e Comunicação: Registraram crescimento de 1,0% em novembro, impulsionados pelo aumento na receita de telecomunicações, desenvolvimento de softwares e consultoria em tecnologia da informação.
  • Serviços Prestados às Famílias: Apresentaram alta de 1,7%, com destaque para restaurantes, hotéis e espetáculos culturais, acumulando crescimento de 6,7% de maio a novembro de 2024.
  • Transportes, Serviços Auxiliares aos Transportes e Correios: Sofreram queda de 2,7%, com retração em transporte aéreo (-13,7%) e rodoviário de cargas (-5,5%).
  • Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares: Caíram 2,6%, pressionados pela menor receita em atividades de apoio às empresas e intermediação de negócios.
  • Outros Serviços: Tiveram crescimento de 1,8%, embora com desempenho misto entre os segmentos.

Atividades Turísticas em Declínio

O índice de atividades turísticas registrou queda de 1,8% em novembro, devolvendo parte do avanço acumulado nos meses de setembro e outubro (5,5%). Apesar disso, o segmento está 11,1% acima do patamar pré-pandemia.

Entre os estados, São Paulo (-2,6%), Paraná (-2,3%) e Ceará (-3,7%) lideraram as retrações no turismo. Em contrapartida, Rio Grande do Sul (6,6%), Rio de Janeiro (0,8%) e Goiás (3,5%) apresentaram resultados positivos.

No acumulado do ano, o volume de atividades turísticas cresceu 2,9%, com destaque para São Paulo (2,9%), Rio de Janeiro (5,9%) e Bahia (7,9%).

Impacto Regional

A queda no volume de serviços foi registrada em 18 das 27 unidades da federação, destacando-se as retrações em São Paulo (-0,9%), Paraná (-2,9%) e Pernambuco (-3,7%). Por outro lado, Minas Gerais (0,9%) e Alagoas (4,2%) apresentaram os principais avanços.

Na comparação anual, 22 estados registraram crescimento, com destaque para São Paulo (4,0%), Rio de Janeiro (2,8%) e Santa Catarina (7,6%). Entre os que apresentaram retrações, Rio Grande do Sul (-6,6%) e Mato Grosso (-11,9%) foram os mais impactados.

Análise do Acumulado do Ano

No acumulado de janeiro a novembro, o setor de serviços registra alta de 3,2%. Os principais destaques positivos são:

  • Informação e Comunicação: Crescimento de 6,4%, impulsionado por telecomunicações e desenvolvimento de softwares.
  • Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares: Alta de 6,7%, com contribuições de agenciamento de publicidade e atividades jurídicas.
  • Serviços Prestados às Famílias: Avanço de 4,7%, liderado por restaurantes e espetáculos culturais.

Já o segmento de transportes apresentou queda de 1,0%, pressionado pelo desempenho negativo no transporte rodoviário de cargas e atividades portuárias.

Expectativas e Desafios

Embora o setor de serviços mantenha níveis superiores ao período pré-pandemia, a desaceleração em novembro de 2024 acende um alerta para a recuperação sustentável. Fatores como aumento da demanda em serviços de tecnologia e o crescimento no turismo ainda trazem otimismo, mas os desafios permanecem em segmentos como transportes e serviços profissionais.


Fonte: IBGE

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Trump sacode o cenário internacional com declarações polêmicas

Ex-presidente mantém postura imprevisível e reforça polarização global

Ting Shen
Donald Trump ainda não retornou oficialmente à Casa Branca, mas já está provocando abalos no cenário internacional, reafirmando seu estilo direto e muitas vezes polêmico. Reconhecido por sua imprevisibilidade – que agora se tornou previsível para muitos líderes mundiais –, o ex-presidente eleito para um mandato não consecutivo demonstra que ainda é capaz de surpreender com suas declarações incisivas, desconcertando aliados e encantando sua base de apoio.

Recentemente, Trump ironizou o Canadá, aliado histórico dos Estados Unidos e membro da Otan, ao sugerir que o país deveria se tornar o 51º estado americano ou, alternativamente, pagar tarifas, estratégia de pressão recorrente do ex-presidente. Suas declarações, vistas por alguns como exageradas, são interpretadas por seus apoiadores como um meio de forçar negociações e resultados rápidos.

Em entrevista à ABC News, Mike Waltz, novo assessor de segurança nacional de Trump, afirmou que o ex-presidente “leva muito a sério as ameaças contra os Estados Unidos”, destacando a crescente influência da China no Canal do Panamá e o fortalecimento da Rússia no Ártico. Waltz reforçou que Trump manterá “todas as opções na mesa” para proteger os interesses americanos, em contraste com a abordagem de Joe Biden.

Estilo disruptivo e desafios diplomáticos

O retorno de Trump ao protagonismo político já rompeu com as transições presidenciais tradicionais. Em uma cena inédita, o emir do Catar – figura chave nas negociações de cessar-fogo em Gaza – se reuniu recentemente tanto com representantes de Trump quanto com membros do governo Biden, sinalizando a complexidade das dinâmicas diplomáticas atuais.

Embora o estilo de Trump permaneça marcado por declarações bombásticas, há indícios de que ele pode adotar abordagens mais tradicionais em algumas áreas. A nomeação de Keith Kellogg, tenente-general aposentado e respeitado, como enviado à Ucrânia, e de Marco Rubio como provável secretário de Estado, são exemplos de um possível alinhamento com as correntes tradicionais do Partido Republicano.

Trump, no entanto, mantém seu tom característico ao afirmar que poderia resolver a guerra na Ucrânia em um único dia, possivelmente pressionando Kiev a ceder território à Rússia. Apesar disso, Waltz sinalizou inicialmente o fortalecimento da Ucrânia para melhorar sua posição em futuras negociações, apontando para uma abordagem mais calculada.

Diplomacia em foco

Entre as reações internacionais, Lia Quartapelle, presidente do comitê de relações exteriores da Itália, comentou que encontrou “disposição para discussões construtivas” com os republicanos durante uma visita recente a Washington. A manutenção do apoio à Ucrânia por parte dos Estados Unidos foi um ponto central das conversas, o que, segundo ela, foi surpreendente diante da retórica combativa de Trump.

Enquanto aliados tentam decifrar suas estratégias, Trump segue energizando seu eleitorado com sua postura de “América em primeiro lugar”. Em um cenário global cada vez mais polarizado, sua influência continua a moldar tanto os rumos internos quanto as relações internacionais dos Estados Unidos.

Fonte: AFP

 

Aluguel subiu 13,5% em 2024

Índice FipeZap supera a inflação oficial

Diego Moreira/Arquivo/Governo do estado de São Pualo
O preço médio do aluguel residencial no país subiu 13,5% em 2024, de acordo com o Índice FipeZap. O valor do metro quadrado (m²) alcançou R$ 48,12, de acordo com o levantamento. A alta supera a inflação oficial, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, é uma desaceleração em relação aos dois anos anteriores: 2022 (16,55%) e 2023 (16,16%).

A pesquisa é parceria entre a plataforma de anúncio de imóveis Zap e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ligada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). O levantamento acompanha os preços de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras, sendo 22 capitais, com base em informações de anúncios veiculados na internet.

alta de 13,5% no ano passado é quase o triplo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, que acumulou 4,83% em 2024. Além disso, é o dobro do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas (FGV), comumente chamado de “inflação do aluguel”, pois costuma corrigir anualmente os contratos de moradia. O IGP-M encerrou 2024 em 6,54%.

De acordo com a Fipe, em 2024 o aluguel subiu mais que o preço médio de venda de imóveis residenciais, que expandiu 7,73%. 

Um quarto mais caro

O estudo aponta que o aluguel do imóvel de um quarto foi o que mais subiu, 15,18%, superando a evolução dos domicílios de dois (12,71%), três (12,52%) e quatro ou mais dormitórios (14,17%). “Em 2022, o que vimos no mercado de locação foi a recomposição dos preços do período pandêmico, em que os proprietários suspenderam os reajustes de preços; em 2023 e, mais fortemente em 2024, o setor passou a ser favorecido pelo contexto macroeconômico. O emprego que é um fator importante para o mercado de locação, em 2024, atingiu seu recorde, impactando positivamente o setor”, avalia a economista do DataZap, Paula Reis.

Em relação ao preço do metro quadrado (m²), o imóvel de um quarto também é mais caro (R$ 63,15). O domicílio de dois quartos era anunciado a R$ 44,84, em média.

Entre as capitais, Salvador teve o maior aumento médio no aluguel, 33,07%, seguida por Campo Grande (26,55%) e Porto Alegre (26,33%). São Paulo (11,51%) e Rio de Janeiro (8%) tiveram expansões de preço abaixo da média do Índice FipeZap. Maceió teve o menor aumento (3,35%), sendo a única capital que ficou abaixo da inflação oficial do IBGE.

Os pesquisadores esclarecem que o índice FipeZap considera preços de anúncios para novos aluguéis. “Não incorpora em seu cálculo a correção dos aluguéis vigentes, cujos valores são reajustados periodicamente de acordo com o especificado em contrato. Como resultado, o índice capta de forma mais dinâmica a evolução da oferta e da demanda por moradia ao longo do tempo”, pontua a instituição.

Maior cidade do país, São Paulo é a capital com o metro quadrado (m²) residencial mais caro para locação. Confira o ranking:

São Paulo: R$ 57,59/m²

Florianópolis: R$ 54,97/m²

Recife: R$ 54,95/m²

São Luís: R$ 52,09/m²

Belém: R$ 51,83/m²

Maceió: R$ 51,51/m²

Rio de Janeiro: R$ 48,81/m²

Manaus: R$ 48,22/m²

Brasília: R$ 46,80/m²

Salvador: R$ 44,22/m²

Vitória: R$ 43,71/m²

Belo Horizonte: R$ 41,85/m²

Curitiba: R$ 41,59/m²

João Pessoa: R$ 41,45/m²

Porto Alegre: R$ 40,00/m²

Cuiabá: R$ 39,83/m²

Goiânia: R$ 39,53/m²

Natal: R$ 36,01/m²

Campo Grande: R$ 32,66/m²

Fortaleza: R$ 32,61/m²

Aracaju: R$ 24,90/m²

Teresina: R$ 22,49/m²

 

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Previdência Social atualiza valores de benefícios do INSS

Auxílios e pensões especiais sobem 4,77% ou 7,51%, conforme caso

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) publicou nesta segunda-feira (13) a tabela com os novos valores dos benefícios pagos pelo órgão em 2025. Dependendo do caso, o benefício foi corrigido pelo reajuste do salário mínimo, de 7,51%, ou pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2024, de 4,77%.

Os novos valores foram publicados em portaria conjunta dos Ministérios da Fazenda e da Previdência Social no Diário Oficial da União. A portaria também oficializou o teto de R$ 8.157,40 do INSS em 2025 e as novas faixas da tabela de desconto no contracheque, divulgadas na sexta-feira (10).

Os novos valores, referentes a janeiro, só serão pagos a partir do fim deste mês ou do início de fevereiro. Para quem recebe o salário mínimo, o pagamento dos benefícios vai de 27 de janeiro a 7 de fevereiro. O pagamento dos benefícios acima do mínimo com a correção de 4,77% vai de 3 a 7 de fevereiro. A data de pagamento varia conforme o número final do cartão de benefício, desconsiderando o dígito verificador, que aparece após o traço.

Benefícios com reajuste de 7,51%:

•     Benefício de Prestação Continuada (BPC) / Lei Orgânica de Assistência Social (Loas): de 1.412 para R$ 1.518 (um salário-mínimo);

•     Auxílio-reclusão, pago a famílias de presos de baixa renda em regime fechado: de R$ 1.412 para R$ 1.518 (um salário-mínimo);

•     Auxílio a pescadores, mestres de rede e patrão de pesca: de R$ 1.412 para R$ 1.518 (um salário-mínimo);

•     Pensão especial para vítimas da talidomida: de R$ 1.412 para R$ 1.518 (um salário-mínimo);

•     Pensão especial a dependentes das vítimas da hemodiálise em Caruaru (PE): de R$ 1.412 para R$ 1.518 (um salário-mínimo);

•     Benefícios a seringueiros e seus dependentes: de R$ 2.824 para R$ 3.036 (dois salários-mínimos);

•     Teto de indenizações do INSS ganhas nos Juizados Especiais Federais: de R$ 84.720 para R$ 91.080 (60 salários-mínimos).

Benefícios e faixas com reajuste de 4,77%:

•     Cota do salário-família: de R$ 62,04 para R$ 65;

•     Remuneração mensal para ter direito ao salário-família e ao auxílio-reclusão: de R$ 1.819,26 para R$ 1.906,04;

•     Pensão especial para pessoas com hanseníase internadas compulsoriamente: de R$ 2.012,32 para R$ 2.128,31;

•     Diária para deslocamento a perícia médica ou reabilitação profissional longe da residência do segurado: de R$ 130,10 para R$ 136,31;

•     Teto do INSS: de R$ 7.786,02 para R$ 8.157,41;

•     Faixas da tabela de contribuição ao INSS: todas as faixas subiram para os seguintes valores:

 Salário de Contribuições

Alíquota

Parcela a deduzir do INSS

 Até R$ 1.518,00

 7,5%

 R$ 0,00

 De R$ 1.518,01 a R$ 2.793,88

 9%

 R$ 22,7

 De R$ 2.793,89 a R$ 4.190,83

 12%

 R$ 106,59

 De R$ 4.190,84 a R$ 8.157,41

 14%

 R$ 190,40

 

Fonte: Agência Brasil

Mercado financeiro projeta inflação de 5% em 2025

Estimativa foi divulgada hoje pelo Banco Central

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O mercado financeiro aumentou ligeiramente a projeção da inflação para este ano.  A edição do Boletim Focus desta segunda-feira (13) projeta um índice, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 5%, ante os 4,99% da semana passada. Há quatro semanas a projeção era 4,6% para 2025.

A pesquisa Focus é realizada por economistas do mercado financeiro e divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC). Para 2026, o boletim também projeta um ligeiro aumento na inflação para 4,05, ante os 4,03 da semana anterior.

No ano passado, o IPCA, que leva em conta a variação do custo de vida de famílias com rendimento de até 40 salários mínimos, fechou em 4,83%, acima do teto da meta prevista para 4,5%.

Desde 1999, quando o Brasil passou a adotar o regime de metas de inflação, o IPCA, considerado a inflação oficial do país, ultrapassou oito vezes o limite máximo da meta. A último registro foi no ano passado, segundo dados divulgados na última sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para 2027, a projeção do mercado financeiro é inflação de 3,9% e para 2028, de 3,56%.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) - a soma dos bens e serviços produzidos no país – o boletim manteve a projeção de crescimento para 2025 da semana passada. Segundo o mercado financeiro, o PIB no próximo ano deve ficar em 2,02%. Para 2026, a projeção é crescimento de 1,8%. Já para 2027 e 2028, a projeção de expansão do PIB é 2%, para os dois anos.

Taxa de juros

Em relação à taxa básica de juros, a Selic, o Boletim Focus manteve a projeção da semana passada de 15%, para 2025. Há quatro semanas a projeção era de 14%. Para 2026, a estimativa do mercado financeiro é que a Selic fique em 12%. Para 2026 e 2027, as projeções são de que a taxa fique em 10,25% e 10%, respectivamente.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

No final do ano passado, o colegiado aumentou a Selic em 1 ponto percentual (p.p), com a justificativa de que a reação do mercado financeiro ao pacote fiscal do governo federal tornou o cenário inflacionário mais adverso, demandando uma política "ainda mais contracionista”.

As reações negativas do mercado financeiro ao pacote de corte de gastos, anunciados pelo governo em novembro do ano passado, fez com que o dólar saltasse, ultrapassando o patamar dos R$ 6 pela primeira vez na história.

Ainda de acordo com o Copom, o cenário mais adverso para a convergência da inflação à meta para 2025, de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5% pode demandar novos aumentos de 1 ponto percentual na Selic nas próximas duas reuniões do comitê: em janeiro, nos dias 28 e 29, e em março, nos dias 18 e 19.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Câmbio

Em relação ao câmbio, a previsão de cotação do dólar ficou em R$ 6,00 para 2025. No fim de 2026, a previsão é que a moeda norte-americana também fique em R$ 5,40. Para 2026, o câmbio também deve ficar, de acordo com o Boletim Focus, em R$ 6,00, um aumento em relação aos R$ 5,90 projetados na semana passada. Para 2027, a projeção é R$ 5,82 para o dólar e R$ 5,88, para 2028.

 

Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Desaprovação de Lula atinge novo recorde

Economia pressiona popularidade do Presidente

Marcelo Camargo/Agência Brasil
A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu, em dezembro, o maior patamar de seu atual mandato. Segundo dados da pesquisa LatAm Pulse, realizada pela AtlasIntel para a Bloomberg News, 49,8% dos entrevistados disseram desaprovar o presidente, um aumento em relação aos 47,3% registrados no mês anterior. Por outro lado, a aprovação permaneceu estatisticamente estável, em 48%.

Esse é o primeiro levantamento em que a desaprovação supera a aprovação desde que Lula reassumiu o cargo em 2023, refletindo o pessimismo crescente em relação à economia brasileira. Apesar de dois anos de crescimento robusto e do desemprego no menor nível histórico, os brasileiros enfrentam juros elevados e inflação persistente, enquanto investidores demonstram preocupação com o aumento da dívida pública e o déficit fiscal.

Mais da metade dos entrevistados classificou a situação econômica do país como "ruim", enquanto apenas cerca de um terço a considerou "boa". Medidas econômicas recentes, como o plano de corte de gastos anunciado em novembro, não foram suficientes para reverter o sentimento negativo. A proposta de isentar do imposto de renda os trabalhadores de baixa renda recebeu amplo apoio popular, mas, para 58% dos entrevistados, a iniciativa não alterou sua percepção do governo.

A resposta do mercado também foi desfavorável: a liquidação de ativos locais derrubou o real a uma baixa histórica frente ao dólar, pressionando a inflação e levando o Banco Central a retomar o aumento das taxas de juros.

Na tentativa de conter a crise, Lula iniciou 2025 promovendo mudanças em sua equipe. O ministro da Comunicação foi substituído por um assessor veterano de campanhas, e a equipe econômica já trabalha em um segundo pacote de cortes de gastos para restaurar a confiança de investidores.

A pesquisa da AtlasIntel foi realizada entre 26 e 31 de dezembro, com 2.873 entrevistados e margem de erro de dois pontos percentuais. Esses resultados colocam o governo Lula em alerta, evidenciando os desafios de equilibrar demandas populares e expectativas do mercado em um cenário econômico turbulento.



Fonte: Bloomberg

Tabela do Imposto de Renda segue congelada em 2025

Sem reforma, quem ganha acima de dois salários mínimos pagará IR neste ano

Joédson Alves/Agência Brasil
A promessa de atualização da tabela do Imposto de Renda (IR), feita pelo governo em 2024, não será cumprida neste início de ano. Sem a aprovação da reforma do IR, que só deverá ser enviada ao Congresso após a votação do Orçamento de 2025, as faixas progressivas permanecem congeladas. Na prática, isso significa que trabalhadores que recebem acima de R$ 2.824, o equivalente a pouco menos de dois salários mínimos, continuarão pagando o tributo.

Em novembro, o governo anunciou a intenção de elevar a faixa de isenção para R$ 5 mil, medida que faria parte da segunda fase da reforma tributária. No entanto, a proposta ficou para 2025 após "inconsistências" nos cálculos da Receita Federal, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O texto da reforma poderá ser enviado ao Congresso em fevereiro ou março, caso o orçamento seja aprovado a tempo.

A faixa de isenção foi atualizada pela última vez em fevereiro de 2024, de R$ 2.640 para R$ 2.824. Contudo, as demais faixas de tributação permanecem inalteradas desde 2015, o que penaliza contribuintes com rendimentos mais baixos, já que o salário mínimo aumentou significativamente ao longo do período.

O governo também propôs uma alíquota de 10% para rendimentos mensais acima de R$ 50 mil, o que ajudaria a compensar o impacto fiscal da ampliação da faixa de isenção. Contudo, a viabilidade da medida ainda depende de cálculos mais precisos e da aprovação do Congresso.

Enquanto a reforma não avança, as regras atuais permanecem. Embora o limite oficial da isenção esteja fixado em R$ 2.259,20, a Receita Federal aplica um desconto simplificado de R$ 564,80, garantindo a isenção para quem recebe até R$ 2.824. Essa opção, no entanto, pode não ser vantajosa para contribuintes que tenham direito a outras deduções, como dependentes, pensão alimentícia, e despesas com saúde e educação.

A estagnação da tabela progressiva gera questionamentos sobre o impacto para trabalhadores e a classe média, pressionando o governo a buscar alternativas que conciliem justiça tributária com equilíbrio fiscal.

Confira a tabela progressiva mensal do IRPF, já com o desconto aplicado ao salário

Base de Cálculo (R$)

Alíquota (%)

Parcela para Deduzir (R$)

Até 2.259,20

0%

0

De 2.259,21 até 2.826,65

7,5%

169,44

De 2.826,66 até 3.751,05

15%

381,44

De 3.751,06 até 4.664,68

22,5%

662,77

Acima de 4.664,68

27,5%

896

 

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Varejo registra queda em novembro, mas mantém alta anual

Recuo pontual em novembro contrasta com avanço acumulado no ano e nos últimos 12 meses

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O volume de vendas do comércio varejista registrou queda de 0,4% em novembro de 2024 na comparação com outubro, de acordo com dados do IBGE ajustados sazonalmente. O resultado interrompeu a alta de 0,4% registrada no mês anterior. Apesar disso, na série sem ajuste sazonal, o varejo avançou 4,7% em relação a novembro de 2023, marcando a 18ª taxa consecutiva no campo positivo.

O comércio varejista ampliado, que inclui itens como veículos e materiais de construção, também apresentou retração de 1,8% na comparação mensal ajustada. Contudo, na perspectiva anual, o segmento cresceu 2,1%, acumulando alta de 4,4% no ano e de 4,0% nos últimos 12 meses.

Setores destacam oscilações de desempenho

A análise por setor evidenciou contrastes. Cinco das oito atividades pesquisadas recuaram em relação a outubro: Móveis e eletrodomésticos (-2,8%), Artigos farmacêuticos (-2,2%) e Livros, jornais e papelaria (-1,5%) lideraram as quedas. Por outro lado, Equipamentos de escritório (3,5%) e Combustíveis (1,5%) registraram os melhores desempenhos positivos.

Na comparação com novembro de 2023, setores como Artigos farmacêuticos (+10,2%) e Tecidos e vestuário (+8,0%) sustentaram o crescimento anual, enquanto Livros e papelaria (-10,6%) apresentaram as maiores perdas.

Apesar do recuo mensal, o varejo mantém tendência positiva em 2024, impulsionado pelo acumulado de altas anuais em grande parte dos setores. A análise detalhada reforça os desafios e as oportunidades que permeiam o segmento, especialmente diante de oscilações econômicas e mudanças no comportamento do consumidor.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Receita esclarece que não cobrará imposto por Pix

Operações acima de R$ 5 mil devem ser informadas a partir deste mês

Marcelo Camargo/Agência Brasil
O reforço na fiscalização de transferências via Pix e cartão de crédito não significa criação de impostos, esclareceu a Receita Federal. Em comunicado, o Fisco desmentiu informações falsas que circularam nas redes sociais nos últimos dias sobre cobrança de imposto para transferências digitais.

Em 1º de janeiro, entraram em vigor as novas regras da Receita Federal para a fiscalização de transferências financeiras. A principal mudança foi a extensão do monitoramento de transações financeiras às transferências Pix que somam pelo menos R$ 5 mil por mês para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas.

Além das transações Pix, esses limites também valem para as operadoras de cartão de crédito e as instituições de pagamento, como bancos digitais e operadoras de carteiras virtuais. Elas deverão notificar à Receita operações cuja soma mensal ultrapassa esse teto. Os bancos tradicionais, as cooperativas de crédito e instituições que operam outras modalidades de transação já tinham de informar à Receita sobre esses valores.

Gerenciamento de risco

Segundo a Receita, a instrução normativa que reforçou a fiscalização permite “oferecer melhores serviços à sociedade”. Como exemplo, o comunicado cita que os valores fiscalizados entrarão da declaração pré-preenchida do Imposto de Renda de 2026 (ano-base 2025), reduzindo divergências e erros que levam o contribuinte à malha fina.

O comunicado esclareceu que a Receita modernizou a fiscalização para incluir novos tipos de instituições do sistema financeiro, como fintechs e carteiras virtuais. No caso do cartão de crédito, o Fisco extinguiu a Declaração de Operações com Cartões de Crédito (Decred), criada em 2003, e a substituiu por um módulo para cartões de crédito dentro da e-Financeira, plataforma que reúne arquivos digitais de cadastro, abertura e fechamento de contas e operações.

A e-Financeira opera dentro do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), criado em 2007 e que processa, por exemplo, as notas fiscais eletrônicas.

Sigilo bancário e fiscal

No comunicado, a Receita também explicou que o reforço na fiscalização não desrespeitará as leis que regulam os sigilos bancário e fiscal, sem identificar a natureza ou a origem das transações. “A medida visa a um melhor gerenciamento de riscos pela administração tributária, a partir da qual será possível oferecer melhores serviços à sociedade, em absoluto respeito às normas legais dos sigilos bancário e fiscal.”

A Receita reiterou que a e-Financeira não identifica o destinatário das transferências de uma pessoa ou empresa para terceiros, via Pix ou Transferência Eletrônica Disponível (TED). O sistema, explicou o Fisco, soma todos os valores que saíram da conta, inclusive saques. Se ultrapassado o limite de R$ 5 mil para pessoa física ou de R$15 mil para pessoa jurídica, a instituição financeira informará a Receita Federal.

Em relação aos valores que ingressam em uma conta, a e-Financeira apenas contabiliza as entradas, sem individualizar sequer a modalidade de transferência, se por Pix ou outra. Todos os valores, informou a Receita, são consolidados, devendo ser informados os totais movimentados a débito e a crédito em determinada conta, sem especificar os detalhes das transações.

As instituições financeiras enviarão os relatórios à Receita Federal a cada seis meses. As informações referentes ao primeiro semestre deverão ser prestadas até o último dia útil de agosto. Os dados do segundo semestre serão apresentados até o último dia útil de fevereiro, prazo que permitirá a inclusão na declaração pré-preenchida do Imposto de Renda, na metade de março.

 

Fonte: Agência Brasil

Poupança tem saída de R$ 15,4 bilhões em 2024

É melhor resultado em quatro anos

José Cruz/Agência Brasil
As retiradas da poupança superaram os depósitos em R$ 15,44 bilhões, informou hoje (8), em Brasília, o Banco Central (BC). Os dados constam do relatório de poupança divulgado pelo BC e mostram que, no ano passado, os brasileiros aplicaram na poupança R$ 4,17 trilhões e sacaram R$ 4, 21 trilhões. Esse é o melhor resultado nos últimos quatro anos.

Em 2023, o resultado, segundo o BC, ficou negativo em R$ 87,81 trilhões, enquanto que, em 2022 e 2021, ficou negativo em R$ 103,24 e R$ 35,5 trilhões, respectivamente.

No ano passado, a poupança registrou um rendimento de R$ 64,29 trilhões e um saldo de R$ 1,031 trilhões.

Depósitos

O relatório mostra ainda que, em dezembro do ano passado, os depósitos da caderneta de poupança superaram os saques. No mês passado, foram aplicados R$ 400,14 bilhões. As retiradas somaram R$ 395,18 bilhões. Com isso, a captação líquida da aplicação fechou o mês passado em R$ 4,96 bilhões e o rendimento foi de R$ 5,6 bilhões.

Ainda de acordo com o BC, os recursos aplicados da caderneta em crédito imobiliário (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo - SBPE) registraram depósitos de R$ 343,25 bilhões e saques de R$ 340,57 bilhões, enquanto os valores aplicados no crédito rural atingiram R$ 56,891 bilhões e as retiradas R$ 54,605 bilhões.

Em relação à captação líquida, o relatório mostra que, em dezembro, os valores do SBPE ficaram em R$ 2,672 bilhões, enquanto os recursos aplicados no crédito rural tiveram captação líquida de R$ 2,286 bilhões.

No mês passado, a poupança rendeu R$ 4,077 bilhões e a poupança rural R$ 1,513 bilhão.

Fonte: Agência Brasil

Produção industrial registra nova queda em novembro, mas mantém crescimento no acumulado do ano

Após queda de 0,6% em novembro, setor industrial mantém avanço de 3,2% no acumulado do ano, impulsionado por bens de consumo duráveis e bens de capita

Pixa Bay
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira apresentou redução de 0,6% em novembro de 2024, em relação a outubro, na série com ajuste sazonal. Este é o segundo mês consecutivo de queda, acumulando uma retração de 0,8% nesse período.

Entretanto, na comparação com novembro de 2023, a indústria nacional cresceu 1,7%, marcando a sexta taxa positiva consecutiva nessa base de comparação. Com isso, o setor acumula alta de 3,2% nos primeiros onze meses do ano e 3,0% no acumulado dos últimos 12 meses.

Principais influências negativas

Ainda de acordo com o IBGE, 19 dos 25 ramos industriais pesquisados registraram queda na produção em novembro. Os destaques negativos ficaram por conta dos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,5%), que interromperam dois meses de crescimento, e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,5%), que acumularam redução de 6,9% nos últimos dois meses.

Outras quedas significativas foram observadas nos setores de confecção de vestuário (-8,5%), produtos alimentícios (-1,2%), produtos químicos (-2,1%), móveis (-5,7%) e bebidas (-2,7%).

Categorias econômicas

Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo semi e não duráveis registraram a maior queda em novembro, com retração de 2,8%, intensificando a redução de 1,1% no mês anterior. Também apresentaram resultados negativos os setores de bens de consumo duráveis (-2,1%), bens de capital (-1,7%) e bens intermediários (-0,7%).

Contribuições positivas

Por outro lado, seis atividades mostraram expansão na produção em novembro. O setor de máquinas e equipamentos foi o principal destaque positivo, com crescimento de 2,3%, acumulando ganho de 5,8% nos últimos dois meses.

Na comparação com novembro de 2023, os segmentos de bens de consumo duráveis (+19,5%) e bens de capital (+14,0%) apresentaram as maiores altas, seguidos por bens intermediários (+1,6%).

Resultados no acumulado do ano

No acumulado entre janeiro e novembro de 2024, a indústria brasileira registra crescimento de 3,2%. Os maiores destaques positivos são os setores de veículos automotores (+12,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (+14,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+12,4%).

Já no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa anualizada ficou em 3,0%, demonstrando uma intensificação no ritmo de crescimento ao longo do segundo semestre de 2024.

Apesar das quedas pontuais nos últimos meses, o desempenho geral da indústria brasileira ao longo do ano segue positivo, especialmente em categorias como bens de consumo duráveis e bens de capital, impulsionadas pela alta na produção de eletrodomésticos e automóveis.

Fonte: IBGE