Audiência, que seria realizada no Ministério Público do Paraná, já
estava marcada para o dia 24, mas foi suspensa após um recurso do deputado
petista Paulo Teixeira (SP)
Ex-tesoureiro do PT João Vacari Neto comparece a CPI dos Fundos de Pensão da Camara dos deputados, em Brasília |
A defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto,
condenado por corrupção na Operação Lava Jato, informou à Justiça Federal no
Paraná que ele vai ficar em silêncio caso tenha de depor no inquérito que
investiga a suspeita de ocultação de patrimônio do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, envolvendo um tríplex no Guarujá
(SP).
Como Vaccari está preso em Curitiba, o Ministério Público
de São Paulo precisa solicitar ao juiz Sérgio Moro autorização para tomar seu
depoimento.
A audiência, que seria realizada no Ministério Público do
Paraná, já estava marcada para o dia 24, mas foi suspensa após um recurso do
deputado petista Paulo Teixeira (SP) contra o promotor paulista Cássio
Conserino, responsável pelo caso, ser acatado pelo Conselho Nacional do
Ministério Público. O órgão suspendeu os atos da investigação – inclusive os
depoimentos do ex-presidente Lula e da ex-primeira-dama, marcados para a
terça-feira passada.
Na petição a Moro, a defesa pede que o depoimento não
seja realizado para evitar custos de deslocamento de Vaccari.
Bancoop. Marisa Letícia adquiriu cotas do
empreendimento da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop)
no período em que Vaccari presidia a instituição, de 2004 a 2010. A
cooperativa, contudo, se tornou insolvente e, em 2009, o empreendimento foi
repassado para a empreiteira OAS. O ex-tesoureiro é réu na Justiça Federal de
São Paulo no processo que aponta desvio de R$ 70 milhões dos cofres da Bancoop
durante sua gestão.
Segundo divulgou o Instituto Lula, com a transferência do
empreendimento da cooperativa para a empreiteira OAS, a mulher do ex-presidente
não aderiu ao contrato com a nova incorporadora e a família decidiu abrir mão
do apartamento e receber de volta o valor investido.
Na próxima terça-feira, o plenário do Conselho Nacional
do Ministério Público vai analisar a liminar do conselheiro Valter Shuenquener
que acatou parcialmente o pedido do deputado petista Paulo Teixeira e suspendeu
os depoimentos da investigação. Os promotores responsáveis pelo caso afirmaram
que vão recorrer da decisão do conselheiro para tentar reverter a suspensão das
audiências. / F.M. e MATEUS COUTINHO
Estadão
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