![]() |
| Imagem desenvolvida por IA |
Cerâmica e Metais: Narrativas e Poder
As cerâmicas Moche, Nazca e Inca, expostas em museus e
galerias, narravam mitos e cosmologias por meio de formas simbólicas e
rituais. O processo artesanal, associado à Pachamama (Terra Mãe), refletia
as dimensões sagradas dos três mundos andinos: Ukhu Pacha, Kay Pacha
e Hanan Pacha.
Na metalurgia, o ouro e a prata simbolizavam forças
complementares — o Sol (Inti) e a Lua (Quilla). Essa relação
expressava o princípio do yanantin, que representa a união dos opostos e
o equilíbrio do cosmos.[1][2]
Leitura complementar: O
Legado Ambíguo do Míssil Balístico V2
Música dos Andes: Entre Simbolismo e Comunidade
Em rituais e festas, instrumentos como a quena e o sikus
evocam a espiritualidade ancestral. O modo coletivo de tocar sikus simboliza a
reciprocidade social e a harmonia entre indivíduos e natureza.
A pesquisadora Naine Terena observa que “no
audiovisual indígena, o impacto na comunidade e no público vai além do
entretenimento — a arte mobiliza, fortalece e preserva identidades”.[3]
Segundo a historiadora Cristiana Bertazoni, a
persistência das tradições musicais andinas, mesmo após a colonização
espanhola, comprova a força espiritual e cultural desses povos.[4]
Vozes Contemporâneas: Jaider Esbell e Denilson Baniwa
O artista Jaider Esbell (etnia Makuxi) via a arte
indígena contemporânea como um instrumento de autodefinição e resistência:
“A arte indígena contemporânea é tudo o que sempre se
negou e representa uma identidade coletiva e individual.”
Já Denilson Baniwa propõe a fusão entre ancestralidade
e tecnologia, promovendo o que chama de “insurgências culturais e outras
histórias da arte” — um contraponto à narrativa eurocêntrica dominante.
Leitura complementar: O
Imperador Asteca e o Poder Divino na Guerra
Estética e Identidade: Entre o Passado e o Presente
A simetria, geometria e reciprocidade dos padrões
andinos refletem princípios de equilíbrio universal, reinterpretados por
artistas indígenas atuais. Como lembra Vivianne Sousa, “o
fortalecimento da arte indígena é parte fundamental da nossa história e
identidade”.[9]
Referências Bibliográficas
COBO, Bernabé. Historia del Nuevo Mundo. Madrid:
Consejo Superior de Investigaciones Científicas, 1964.
GOLIA, Maria. Art and Religion in Ancient Mesoamerica and
the Andes. London: Thames and Hudson, 2009.
ZUIDEMA, R. Tom. Inca Religion and the Nature of
Space-Time in the Andes. Journal of Latin American Lore, v. 7, n. 1,
p. 1–20, 1981.
RIBAS, W. K. Resistência, valorização e resgate da tradição
cultural andina. Revista Ciências Humanas, v. 8, n. 2, 2008. Disponível
em: https://periodicos.pucminas.br/.
Acesso em: 9 nov. 2025.
SOUSA, Vivianne. Identidade e visibilidade: quantos artistas
indígenas você conhece? Instituto Aurora, 18 abr. 2022. Disponível em: https://institutoaurora.org/. Acesso
em: 9 nov. 2025.
USINA. Além da visualidade: entrevista com Jaider Esbell. Revista
USINA, 15 mar. 2018. Disponível em: https://revistausina.com/.
Acesso em: 9 nov. 2025.
PERIÓDICOS UFPE. Arte indígena contemporânea: entrevista a
Denilson Baniwa. UFPE Periódicos, 1 nov. 2021. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/. Acesso em:
9 nov. 2025.
MAGNELLI, André. Ciclo de Humanidades. Entrevista com Jaider
Esbell – Arte indígena contemporânea: modos de fazer, potências do ser. Ateliê
de Humanidades, 4 nov. 2021. Disponível em: https://ateliedehumanidades.com/.
Acesso em: 9 nov. 2025.
TERENA, Naine. Depoimento: Naine Terena. Revista
Continente, 31 mar. 2017. Disponível em: https://revistacontinente.com.br/.
Acesso em: 9 nov. 2025.
BERTAZONI MARTINS, Cristiana. Entrevista – Os Incas e a
zona Andina, episódio 57. YouTube, 12 jun. 2023. Disponível em: https://youtube.com/. Acesso em: 9 nov. 2025.

Nenhum comentário:
Postar um comentário