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No acumulado de 12 meses, o índice ficou em 4,49%,
abaixo dos 5,1% registrados até setembro, mostrando uma tendência de desaceleração
da inflação entre os consumidores de menor renda.
Energia e Habitação Foram os Principais Vetores de Queda
A principal influência negativa sobre o INPC de outubro veio
do grupo Habitação, que caiu 0,32%, puxado pela redução de 2,39%
na energia elétrica residencial. A migração da bandeira vermelha patamar
2 para o patamar 1 reduziu o adicional pago pelos consumidores para R$
4,46 a cada 100 kWh, o que contribuiu com –0,06 ponto percentual no
índice geral.
Enquanto os produtos alimentícios tiveram variação
nula (0%), os não alimentícios subiram de forma moderada (+0,04%),
mantendo o ritmo de desaceleração observado nos últimos meses.
INPC e IPCA: Medindo Inflações Diferentes
O INPC e o IPCA são indicadores complementares. Ambos medem
a inflação, mas se destinam a públicos distintos e possuem pesos
diferentes para os grupos de consumo.
|
Índice |
Público alvo |
Acumulado 12 meses (out/25) |
Peso alimentos |
Peso passagem aérea |
|
INPC |
1 a 5 salários mínimos |
4,49% |
~25% |
Menor peso |
|
IPCA |
1 a 40 salários mínimos |
4,68% |
~21% |
Maior peso |
Enquanto o IPCA abrange famílias de até 40
salários mínimos, o INPC reflete com mais precisão o impacto da
inflação sobre a população de menor renda, que gasta proporcionalmente
mais com alimentação e energia elétrica.
Por isso, variações em produtos básicos — como arroz,
feijão, leite e gás de cozinha — têm maior influência sobre o INPC,
enquanto bens e serviços como passagens aéreas e pacotes de turismo pesam mais
no IPCA.
Impactos Econômicos e Sociais
O INPC é referência direta para reajustes salariais e
benefícios sociais, incluindo o salário mínimo, aposentadorias e
pensões pagas pelo INSS.
A queda observada em outubro pode, portanto, limitar o reajuste real do
salário mínimo e dos benefícios previdenciários em 2026, já que o cálculo
oficial considera a inflação acumulada no período anterior.
Segundo o economista Antônio Correia, ouvido pela Agência
Brasil, “a desaceleração da inflação é positiva do ponto de vista do poder
de compra, mas ao mesmo tempo reduz o espaço para aumentos reais nos
rendimentos vinculados ao INPC”.
Projeções e Expectativas para o Fim de 2025
O mercado financeiro projeta que o INPC encerre o ano
entre 4,4% e 4,89%, de acordo com estimativas divulgadas pela CNN Brasil
e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Esses números permanecem em linha com o IPCA, mas ligeiramente acima
do teto da meta oficial de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional
(CMN).
Analistas apontam que o desempenho recente da energia
elétrica e dos alimentos deve continuar aliviando os preços no curto prazo.
Contudo, a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano ainda impõe restrições
ao consumo e ao crédito, limitando o ritmo de recuperação da economia.
Perspectiva: Inflação Menor, Mas Cautela nas Expectativas
Embora o resultado de outubro mostre forte desaceleração
da inflação, especialistas recomendam cautela. O comportamento dos preços
administrados e dos alimentos in natura, ainda sujeitos a variações
sazonais, pode influenciar os índices dos próximos meses.
De modo geral, o cenário é considerado favorável, com
inflação convergindo para dentro da meta, o que reforça a eficácia da
política monetária e indica estabilidade de preços para o restante
de 2025.
Referências
AGÊNCIA BRASIL. INPC recua para 0,03% em outubro e
acumula 4,49% em 12 meses. Brasília: EBC, 2025. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-11/inpc-recua-para-003-em-outubro-e-acumula-449-em-12-meses.
Acesso em: 11 nov. 2025.
DEBIT. INPC acumulado em 2025. São Paulo, 2025. Disponível em: https://www.debit.com.br/tabelas/inpc-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor.
IPEA. Projeção de inflação: IPCA de 4,4% e INPC de 4,2%
para 2025. Brasília, 2025. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/busca-geral?q=INPC.

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