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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

A Arquitetura Grega: Estilo Jônico

Imagem desenvolvida por IA
A Ordem Jônica é uma das três ordens clássicas da arquitetura grega antiga, ao lado da Ordem Dórica e da Coríntia. Originária do século VI a.C., na região da Jônia — uma faixa costeira da Ásia Menor (atual Turquia) e das ilhas do Mar Egeu —, a ordem jônica está associada à elegância, leveza e ornamentação. Em contraste com a sobriedade e solidez da ordem dórica, o estilo jônico reflete um caráter mais refinado e intelectual, frequentemente relacionado às cidades gregas de cultura erudita e comercial.

Principais Características

Colunas esbeltas: As colunas jônicas são mais altas e delgadas do que as dóricas. Sua altura equivale, em média, a nove vezes o diâmetro da base, o que confere uma sensação de leveza e verticalidade às construções.

Capitel com volutas: O elemento mais distintivo é o capitel decorado com volutas (espirais duplas), que lembram pergaminhos ou chifres de carneiro. Essa ornamentação simboliza harmonia e movimento equilibrado.

Base elaborada: Diferentemente das colunas dóricas, que repousam diretamente sobre o estilóbata, as jônicas possuem uma base decorada, composta por molduras circulares (toros e escócias), criando uma transição suave entre o fuste e o piso.

Fuste canelado: O fuste é canelado, com sulcos verticais mais estreitos e numerosos que os da ordem dórica, reforçando a sensação de altura e delicadeza.

Friso contínuo: No entablamento, o friso é contínuo — não dividido em tríglifos e métopas, como na ordem dórica. Era frequentemente decorado com relevos narrativos, representando cenas mitológicas, batalhas ou procissões religiosas, semelhantes às encontradas no Erecteion, na Acrópole de Atenas.

Contexto Cultural e Simbolismo

A ordem jônica expressa um ideal estético ligado à medida e à razão, valores fundamentais do pensamento grego clássico. Representa o equilíbrio entre estrutura e ornamentação, forma e significado. Sua difusão ocorreu amplamente no mundo helênico, especialmente nas regiões costeiras e insulares, onde predominavam intercâmbios culturais com o Oriente.

Para compreender esse contexto de influência mútua entre culturas, vale conhecer também como outras civilizações antigas, como os Maias e seu urbanismo sustentável, integraram estética e funcionalidade em suas construções.

Exemplos Notáveis

  • Templo de Atena Niké: Localizado na Acrópole de Atenas, é um dos exemplos mais puros e elegantes da ordem jônica, celebrando as vitórias gregas nas Guerras Médicas.
  • Erecteion: Também na Acrópole, combina complexidade arquitetônica e refinamento decorativo. A famosa Tribuna das Cariátides, embora distinta, integra o mesmo conjunto estrutural que utiliza colunas jônicas.
  • Templo de Ártemis em Éfeso: Uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, ilustra a monumentalidade que a ordem jônica podia atingir em escala e ornamentação.

Legado Estético

A ordem jônica exerceu forte influência sobre a arquitetura romana e o renascimento clássico europeu, permanecendo como um dos pilares estéticos do pensamento arquitetônico ocidental. Sua harmonia e refinamento continuam a inspirar arquitetos e artistas, sendo símbolo da busca pela beleza racional e equilibrada.

Para explorar como esses valores atravessam os séculos, consulte também a UNESCO e seus materiais sobre a preservação do patrimônio arquitetônico mundial, além dos recursos visuais da Khan Academy sobre as ordens gregas.

Referências Bibliográficas

  • SUMMERSON, John. A Linguagem Clássica da Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
  • VERNANT, Jean-Pierre. As Origens do Pensamento Grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
  • WIKIPÉDIA. Ordem jônica. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_j%C3%B4nica. Acesso em: 11 abr. 2025.
  • DUARTE, Claudio W. G. A anatomia do templo dórico grego: origem e desenvolvimento. Academia.edu, 2020.
BOARDMAN, John. Greek Architecture. London: Thames & Hudson, 1995.

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