![]() |
| Imagem desenvolvida por IA |
Saiba mais: A
Astronomia Maia: Ciência, Céu e Profecia
Estrutura e Complexidade
A genialidade da escrita maia reside em sua dupla
natureza. Ela combinava dois tipos principais de signos:
- Logogramas:
glifos que representam palavras inteiras ou conceitos. Por exemplo, havia
um glifo específico para a palavra B’ALAM (jaguar), frequentemente
representado com a cabeça do animal. Estima-se que cerca de 300 logogramas
comuns foram identificados.
- Sinais
silábicos (fonogramas): representavam combinações de consoante + vogal
(como ba, ke, mo). Esses sinais permitiam aos
escribas soletrar palavras foneticamente, complementando os logogramas
para garantir a leitura correta.
Os escribas maias demonstravam grande liberdade criativa:
uma mesma palavra podia ser escrita de várias formas — apenas com um logograma,
apenas com sílabas ou de forma combinada. Os glifos eram dispostos em blocos
glíficos, organizados em colunas duplas, lidas de cima para baixo e da
esquerda para a direita.
O que os Maias Escreveram?
A escrita permeava quase todos os aspectos da vida da elite
maia. Os registros preservados até hoje foram encontrados em diversas
superfícies:
- Estelas
e monumentos de pedra: narravam a história das dinastias, registrando
nascimentos, ascensões ao trono, alianças, guerras e rituais reais.
- Códices:
apenas quatro sobreviveram à destruição espanhola — os códices de Dresden,
Madrid, Paris e Grolier —, contendo almanaques,
profecias e dados astronômicos.
- Cerâmica
e artefatos: muitos vasos eram pintados com glifos que identificavam o
proprietário, o artista e o uso do objeto, como “este é o vaso para beber
cacau de...”.
A Saga da Decifração
Durante séculos, a escrita maia foi um enigma. O bispo
espanhol Diego de Landa, no século XVI, tentou criar um “alfabeto maia”,
mas errou ao interpretar o sistema como puramente alfabético. Ironicamente, seu
trabalho — mesmo equivocado — forneceu pistas decisivas para futuras
descobertas.
O avanço real veio apenas no século XX, com o linguista
russo Yuri Knorozov, que demonstrou o caráter silábico da escrita. Sua
teoria, inicialmente rejeitada, foi confirmada por estudos posteriores. Já Tatiana
Proskouriakoff provou que as inscrições não tratavam apenas de mitos, mas
de personagens históricos reais.
Hoje, cerca de 90% dos glifos maias podem ser lidos,
revelando uma civilização de notável sofisticação intelectual e histórica.
Referências Bibliográficas
COE, Michael D. Breaking the Maya Code. Londres:
Thames & Hudson, 1992.
MARTIN, Simon; GRUBE, Nikolai. Chronicle of the Maya
Kings and Queens: Deciphering the Dynasties of the Ancient Maya. Londres:
Thames & Hudson, 2000.
HOUSTON, Stephen D.; STUART, David. The Way Glyph:
Evidence for Co-essences among the Classic Maya. Research Reports on
Ancient Maya Writing, n. 30, 1996.
CARTWRIGHT, Mark. “Escrita Maia”. World History
Encyclopedia, 2019. Disponível em: https://www.worldhistory.org/translations/pt/1-13958/escrita-maia/.
Acesso em: 10 nov. 2025.
KETTUNEN, Harri; HELMKE, Christophe. Introduction to Maya
Hieroglyphs. Wayeb, 2020. Disponível em: https://www.wayeb.org/resourceslinks/.
Acesso em: 10 nov. 2025.

Nenhum comentário:
Postar um comentário