Rafael Correa fala, na abertura da IV Cúpula da CELAC, para um público desinteressado e sonolento |
Entre os dias 27 e 28 de janeiro celebrou-se a IV Cúpula
da CELAC em Mitad del Mundo, no Equador, cidade que leva esse nome por ficar no
marco zero da linha do Equador que divide os hemisférios norte e sul. Seu
anfitrião, o presidente Rafael Correa, abriu a sessão no prédio da UNASUR que
leva o nome do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, fazendo menção às
memórias deste e de Hugo Chávez da Venezuela. A presidência pró tempore foi
entregue por Correa ao presidente da República Dominicana, Danilo Medina.
Como nesses encontros de incontáveis siglas criadas para
dar apoio e reforçar o plano estratégico do Foro de São Paulo, dos 33 países
membros apenas 22 participaram. Na II Cúpula, ocorrida no Chile, Cuba foi a
grande estrela do evento, talvez porque já se impulsionava o reatamento de
relações diplomáticas com os Estados Unidos mas este ano não foi mencionado o
nome de qualquer representante da ilha-prisão. Os temas citados como pontos de
discussão foram: trabalho, ciência, tecnologia, desenvolvimento e mudança
climática, entretanto, o que estava em questão mesmo era o apoio irrestrito ao
tal “acordo de paz” entre Santos e o bando terrorista FARC, além do respaldo à
ditadura venezuelana.
O tempo fechou-se quando a vice-presidente argentina,
Gabriela Michetti, mencionou a preocupação do seu país e especialmente do
presidente Macri (que não pôde ir em decorrência de restrições médicas) quanto
à situação dos presos-políticos venezuelanos, uma vez que, atualmente, a
Argentina tornou-se um peixe fora d’água nesses encontros. Mais cedo Michetti
mencionou a possibilidade, já em estudo, da extradição do terrorista chileno da
FPMR Galvarino Apablaza que vive em Buenos Aires na qualidade de “refugiado
político”, que responde em seu país pelo assassinato de um senador em 1991, do
mesmo modo como o Brasil concedeu status de “refugiado político ao terrorista
das FARC “Oliverio Medina".
O traidor presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos,
pavoneava-se como se fosse a cereja do bolo, pois além de contar com o apoio da
quase unanimidade da CELAC ao seu intento de entregar o país às FARC, a ONU
criou uma resolução instituindo uma “missão especial” para avaliar o “cessar fogo
bilateral definitivo” e o abandono das armas, coisa que as FARC sempre
anunciaram que não vão cumprir. Ele afirmou que “a resolução saiu nos
termos em que pedimos, exatamente como se acordou na Mesa de Conversações”,
quer dizer: conforme a vontade dos terroristas, uma vez que os representantes
do Governo estão lá como convidados de pedra que não abrem a boca a não ser
para dizer “sim senhor” às FARC. Ainda segundo Santos, as despesas e segurança
dos membros dessa missão, que será durante um ano, correrão totalmente por
conta do governo colombiano, isto é, pelos contribuintes que bancam a traição à
revelia.
No dia 28, através de uma vídeo-conferência ante a
Euro-Câmara entre o negociador das FARC, Iván Márquez e o negociador do
governo, Sergio Jaramillo, o Parlamento Europeu apoiou por unanimidade o acordo
de impunidade que arquivará os crimes das FARC. Márquez aproveitou para
pedir aos deputados que tirem o nome das FARC da lista de organizações
terroristas, que provavelmente será acatado, tão-logo terminem o acordo final
em Havana. Dias atrás as FARC propuseram ao Governo colombiano a
“desmilitarização” das Forças Armadas e de Polícia, alegando que, sem conflito
armado, não se justifica o alto custo que se tem com a manutenção das Forças,
cobiçando, sem dúvida, o direito exclusivo de terem e usarem armas de todos os
tipos e calibres.
E para concluir, a nova Assembléia Nacional venezuelana
está pondo em andamento a investigação da real nacionalidade de Nicolás Maduro,
amparada em uma petição pública que conta com o apoio de inúmeras figuras de
destaque da Venezuela, tais como o ex-diplomata Diego Arria, o empresário
Marcel Granier (da RCTV, expropriada por Chávez), o jornalista Napoleón Bravo,
entre outros. Na petição alegam que, “segundo o artigo 96 da Constituição
Política da Venezuela, Nicolás Maduro é colombiano de nascimento, por ser filho
de mãe colombiana e por ter vivido em território colombiano durante sua
juventude. Falta comprovar se ele é venezuelano. Em caso afirmativo, teria
dupla nacionalidade o que o impediria de exercer o cargo de Presidente da
República, segundo estipula o artigo 41 de nossa Constituição”.
Três anos atrás Maduro negou ser colombiano, após
acusações do ex-embaixador do Panamá ante a OEA, Guillermo Cochez, que
apresentou um documento supostamente emitido pelo Registro Civil de Cúcuta,
na Colômbia que respalda essa acusação, motivo pelo qual dirigentes
opositores insistem que Maduro usurpou o cargo.
Como se pode ver, Argentina e Venezuela estão retomando o
caminho da democracia e a um passo de mandar para o quinto dos infernos o
maldito totalitarismo comunista. E o Brasil, quando chegará a nossa vez?
Para o jornal Inconfidência, de Minas Gerais.
Escrito por Graça Salgueiro para o site Mídia Sem Máscara
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