Lula e a cúpula do PT, finalmente, conseguiram
transformar o ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça) em boi de
piranha, aquele animal que é jogado no rio para ser comido, enquanto o resto da
manada escapa. Se não for revertida, a saída do ministro deixará Dilma muito
parecida com a personagem de uma história do escritor Josué Guimarães —uma
mulher que diminuía diariamente de tamanho.
Compungidos, os familiares da mulher todos os dias
reduziam as dimensões dos móveis, serravam os pés de mesas e cadeiras. Tudo
para que ela não percebesse o próprio encolhimento. Confirmando-se a saída do
superior hierárquico da Polícia Federal num instante em que a Lava Jato
perscruta os calcanhares de vidro de Lula, Dilma passaria a dormir
numa caixa de fósforos, preocupada com a doença que transforma seus
companheiros de partido em gigantes.
O recurso à fantasia não substitui a realidade. Mas
divide as atenções do noticiário político, hoje monopolizado pelas manchetes
sobre a incapacidade de Lula de prover explicações críveis sobre os episódios
inacreditáveis em que se meteu. Dependendo do nome que Dilma indicar para a
provável vaga de ministro da Justiça, a autoridade presidencial ficará menor do
que a cabeça de um alfinete.
Blog do Josias
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