O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central
(BC) adotará as medidas necessárias para trazer a inflação o mais próximo
possível de 4,5%, sem estourar o teto da meta (6,5%), em 2016. Para 2017, o
comitê esperar fazer a inflação convergir para o centro da meta (4,5%). A
afirmação consta da ata da
última reunião do Copom, divulgada hoje (3).
Na reunião, realizada nos dias 24 e 25 de novembro, pela
terceira vez seguida, o comitê optou por não alterar a taxa básica de juros, a
Selic, mas a decisão não foi unânime. Por 6 votos a 2, a Selic foi mantida em
14,25% ao ano.
Na ata, o comitê ressalta que há incertezas,
principalmente, “quanto à velocidade do processo de recuperação dos resultados
fiscais e à sua composição”. Outro fator considerado pelo BC é que o
realinhamento de preços domésticos em relação aos internacionais e livres em
relação aos administrados está mais demorado e intenso que o previsto. “Nesse
contexto, independentemente do contorno das demais políticas, o comitê adotará
as medidas necessárias de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do
regime de metas, ou seja, trazer a inflação o mais próximo possível de 4,5% em
2016, circunscrevendo-a aos limites estabelecidos pelo CMN [Conselho Monetário
Nacional], e fazer convergir a inflação para a meta de 4,5% em 2017”.
Os diretores de Assuntos Internacionais, Tony Volpon, e
de Organização do Sistema Financeiro, Sidnei Marques, consideram que seria
oportuno ajustar, de imediato, a taxa Selic, para reduzir os riscos de não
cumprimento dos objetivos do regime de metas para a inflação. “No entanto, a
maioria dos membros do Copom considerou monitorar a evolução do cenário
macroeconômico até sua próxima reunião para, então, definir os próximos passos
na sua estratégia de política monetária”, informa a ata. A próxima reunião do
Copom está marcada para os dias 19 e 20 de janeiro.
Para instituições financeiras consultadas semanalmente
pelo BC, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(IPCA), vai superar o teto da meta (6,5%), tanto neste ano quanto em 2016. Para
este ano, a estimativa é 10,38% e para 2016, 6,64%.
Este ano, a inflação está sendo pressionada pelos
aumentos de preços administrados como energia e combustíveis e pela alta do
dólar, que influencia o preço dos produtos e das matérias-primas importadas.
Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa
Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na
produção e no consumo. A taxa Selic é usada nas negociações de títulos públicos
no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para
as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o
excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos
encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o
Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o
controle da inflação.
Projeções
O BC aumentou a projeção para a alta do preço da
gasolina, este ano, de 15% para 17,6%. Também subiu a estimativa de reajuste do
preço do botijão de gás de 19,9% para 21,7% e das tarifas de energia de 51,7%
para 52,3%. A estimativa para o conjunto de preços administrados é 17,7% em
2015, ante 16,9% considerados na reunião do Copom de outubro. Para 2016, a
projeção é 5,9%, 0,1 ponto percentual cima do valor considerado na reunião do
comitê em outubro.
Fonte: EBC
Imagem: Internet
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