Deputado
Jovair Arantes (PTB-GO) ponderou que o ministro José Eduardo Cardozo, da
Advocacia-Geral da União (AGU), será bem recebido no colegiado caso ele seja
escalado para fazer a defesa de Dilma em nome do governo
Presidente da Republica, Dilma Roussef -16/12/2015
(Evaristo Sá/Getty Imagens)
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Na véspera da primeira reunião de trabalhos da comissão
que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o relator do
colegiado, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), rejeitou a convocação de ministros
e da própria petista para prestar esclarecimentos sobre as acusações de crime
de responsabilidade e de corrupção. Desde a instalação da comissão, na última
quinta-feira, deputados apresentaram uma série de requerimentos pedindo a
audiência com Dilma e seus auxiliares. Nesta segunda-feira, o comando da
comissão vai apresentar o plano de trabalho e definir a possibilidade de
oitivas pelo grupo.
"Se eles quiserem falar comigo eu estarei à
disposição aqui na comissão. Agora, convidar, não", afirmou Jovair Arantes
nesta segunda-feira, ao ser questionado sobre os requerimentos apresentados. A
mesma negativa foi dada sobre a possibilidade de convocação do ex-presidente
Lula na condição de ministro da Casa Civil: "Não, claro que não".
O relator é amigo do ex-presidente, mas nega que tenha
qualquer intenção de blindar seus aliados na comissão. "A minha ligação é
com a responsabilidade do Brasil, do meu Estado, das cidades que eu represento
e sobretudo com meu mandato. Estou na Câmara há 21 anos e minha relação com
todos os presidentes da República, com os presidentes da Casa e meus colegas
deputados tem sido sempre de muita tranquilidade e aproximação, porque a
aproximação é o que leva ao êxito das ações que desenvolvemos aqui",
disse.
O relator ponderou que o ministro José Eduardo Cardozo,
da Advocacia-Geral da União (AGU), será bem recebido no colegiado caso ele seja
escalado para fazer a defesa de Dilma em nome do governo. Arantes defendeu
ainda a audiência com nomes técnicos ou relacionados à denúncia, como os
autores do pedido de impeachment - Janaina Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel
Reale Júnior - e o relator das contas de Dilma no Tribunal de Contas da União
(TCU), Augusto Nardes.
Pressão - Em entrevista à imprensa, o relator do
impeachment de Dilma admitiu, sem citar nomes, que tem sofrido pressão desde
que foi alçado a dar um parecer sobre o futuro político da presidente da
República. Ele afirmou que isso "faz parte do jogo". "Quem não
quer receber pressão veste um pijama e fica em casa", disse. "Aqui é
uma Casa que tem de dar resposta aos anseios da comunidade brasileira. É o
para-choque de todos os problemas, e eu tenho de respondê-los", continuou.
"As pressões virão e virão dos dois lados. Ao final
desse relatório eu terei um lado muito chateado comigo e um outro muito
satisfeito. Evidentemente, quem tem de estar satisfeito comigo é a minha
consciência", acrescentou Jovair Arantes.
Líder do PTB na Câmara, ele afirmou que não vai mais
participar das reuniões que ocorrem semanalmente no Planalto com a base do
governo. Nesse caso, irá o vice-líder da legenda.
Por Marcela Mattos para a Veja
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