Uma intervenção militar deveria ter ocorrido tão logo se
revelaram os planos continentais do Foro de São Paulo e a montagem do esquema
de corrupção criado para sustentá-los. Quando alguns patriotas entusiastas
começaram a clamar por ela em 2015, já era tarde. Uma próxima oportunidade, só
em caso de agressão externa, uma ameaça que deveria ter sido abortada, no
máximo, até 2005, quando Lula fez o seu célebre discurso no décimo quinto
aniversário do Foro. A imprevidência é, como sempre, uma das forças históricas
mais decisivas.
*
Tanto a longa omissão das Forças Armadas quanto sua
possível ação tardia em face de uma agressão externa que poderia ter sido
evitada, terão sido tremendamente impatrióticas. NADA no mundo, nenhuma
esperteza, nenhuma estratégia, nenhum cálculo inteligentíssimo, substitui a
ação correta e justa inspirada pelo verdadeiro amor ao bem.
*
Vinte anos atrás já expliquei, em conferências
pronunciadas em instituições militares, toda a preparação do esquema agressivo
internacional criado para dar respaldo aos comunistas brasileiros no poder. Se,
agora que esse esquema está pronto para entrar em ação, os militares o alegam
como desculpa para a sua omissão no momento, isso não explica os vinte anos de
omissão durante os quais eles simplesmente esperaram que o esquema crescesse e
se consolidasse.
*
Não duvido, que na cabeça de pelo menos alguns oficiais
militares, só existam duas possibilidades: ou o poder total, ou nada. Não estão
dispostos a intervir para devolver o poder ao povo, mas intervirão para dá-lo a
si mesmos. Só que, para isso, é preciso esperar que a situação se agrave até o
ponto de uma agressão externa. Aí sairemos de uma ditadura comunista para cair
numa ditadura militar, que o povo desesperado aplaudirá como salvadora da
pátria.
*
Quando me perguntam se existe a possibilidade de uma
guerra civil no Brasil, tenho respondido invariavelmente a mesma coisa: o que é
mais possível é uma agressão externa camuflada sob uma tênue aparência de
guerra civil.
*
Joe Patriota: Você está chegando atrasado. Mais de um ano
atrás já expliquei todas as dificuldades que, no plano internacional,
dificultam ou bloqueiam até agora uma ação das Forças Armadas. Mas isso não
impede que, esperando uma agressão externa para só então agir, elas então
entrem em campo carregando, justa ou injustamente, a culpa de nada ter feito
para impedir que essa possibilidade temível se concretizasse.
*
A declaração do general Vidas-Boas, de que "é
lamentável o clamor por intervenção militar" é o fingimento mais cínico
dos últimos tempos. NINGUÉM, nas passeatas recentes, está clamando por
intervenção militar. Ninguém, neste país, precisa de você, Vidas-Boas, nem dos
seus passistas de escola de samba fardados -- que foi a isso que você reduziu
os nossos soldados. Mas POR QUÊ você se faz de solicitado, quando ninguém lhe
solicitou nada? Por que esse teatrinho? É a mesma encenação do "Não vai
ter golpe" no instante mesmo em que se dava o golpe. O que você quer
dizer, Vidas-Boas, é que vai haver intervenção militar, sim. Já houve. Suas palavras
JÁ SÃO a intervenção: intervenção contra o povo, em defesa dos seus patrões.
*
Ô, Vidas-Boas. Não precisamos de você. Vá lá cuidar do
mosquito.
*
É claro que, num caso de agressão externa, nenhum
brasileiro recusará apoio às Forças Armadas. Mas esse apoio teria sido muito
mais entusiástico se elas tivessem agido em tempo de impedir essa desgraça, em
vez de esperar para salvar a pátria "in extremis".
*
Parece que todo mundo, no Brasil, está vivendo no
passado, repetindo scripts caducos. Uns têm saudades da guerrilha continental
dos anos 70; outros, do tempo em que os guerrilheiros estavam na cadeia. Não
há, em todo o país, um número suficiente de cérebros interessados em
compreender a situação internacional de hoje.
*
A esquerda tem de renovar seu estoque de rótulos
infamantes. Esse negócio de fascista, golpista, machista, racista e homofóbico
não pega mais.
*
A direita tem o problema oposto: inventa uns rótulos tão
originais e rebuscados que ninguém entende. Por exemplo: sionista muçulmano.
*
Mutações gramscianas do sentido das palavras. Nos anos
60-70 do século passado, "careta" era quem não fumava maconha. Agora
a Folha de S. Paulo está popularizando o uso do termo para designar quem não
gosta da idéia de casamento gay.
*
Como observei abundantemente nos últimos dias, ATÉ HOJE a
retórica da esquerda repete o vocabulário de cacoetes verbais da campanha
"antifascista" criada nos anos 30 do século passado por Willi
Münzenberg para camuflar a colaboração secreta da URSS com o governo de Hitler,
que culminaria na invasão conjunta da Polônia. Basta isso para avaliar a
extensão e profundidade da influência da KGB na história cultural do mundo. Até
num país periférico e falido a voz de Stalin ainda ecoa por meio de milhões de
bocas, decorrido o prazo de quase um século. Basta também para medir a
vulnerabilidade patética do Ocidente a essa influência, tanto mais penetrante
quanto menos reconhecida publicamente.
*
Quando um conservador diz que o sexo é um fato biológico
mas o gênero é apenas um categoria sociológica, ele só mostra o quanto o seu
cérebro já foi dominado pela linguagem do adversário. Gênero não é nem nunca
foi uma categoria sociológica. É uma categoria meramente gramatical à qual se
pretende, pela propaganda repetida, dar uma dimensão sociológica.
*
A mim me parece que o Lula é perfeitamente sincero quando
se sente a vítima inocente de uma perseguição. Ele simplesmente não percebe o
quanto sua conduta é imoral, criminosa e abjeta. Ele é REALMENTE um psicopata,
incapaz de sentir culpa, imbuído de um código moral muito peculiar no qual,
faça o que fizer, ele permanece limpo, santo e isento de pecados. Os outros é
que são malvados e não o compreendem. É um tipo socialmente inútil e perigoso,
ao qual não seria prudente dar nem mesmo um emprego de faxineiro.
*
Lula tem a autopiedade característica dos desalmados.
Pobre também fui eu, a diferença é que enquanto o Lula enrabava cabritas eu
estava era delirando de febre e tomando injeções diárias de Benzetacil na
bunda. E nem naquela época chorei ou reclamei: minha mãe conta que eu era o
cidadãozinho mais resignado do planeta.
*
Se quando o Lula estava no auge do sucesso ele
choramingava de autopiedade por sua infância de menino pobre, imaginem quando
estiver na cadeia...
*
O tal ministro Aragão está com a cuca cheia de Santo
Daime. Ele diz que a gravação do Lula não vale porque foi uma conversa privada.
Mas grampo, por definição, é de conversa privada. Ninguém grampeia o que um
sujeito diz em público.
*
Se há um personagem com quem me identifico na literatura
universal, é o Pedro de "Guerra e Paz" de Tolstói -- o homem cuja
maior aspiração na vida é ver e compreender. Nossa única diferença é que, dada
a oportunidade que ele teve, eu não hesitaria um minuto em meter um balaço na
cabeça de Napoleão, no mínimo para ver como ficaria o mundo depois disso.
*
Experiência da vida: por trás de todo pepino tem um
pepino maior.
Por Olavo de Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário