Presidente
também desconversou sobre indicação de Lula para ministério – e não negou que o
ex-presidente possa assumir cargo no governo
A presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, em Brasília, (DF), nesta Sexta-Feira (11) (Ueslei Marcelino/Reuters) |
A dois dias das manifestações programadas contra o
governo e o PT em todo o país, a presidente Dilma Rousseff concedeu nesta
sexta-feira uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto para descartar a
possibilidade de renunciar ao cargo. "Resignação não é comigo, não",
afirmou. A petista fazia referência a notícias de que estaria
"apática" diante da gravidade da atual crise política. Ao longo do
pronunciamento, Dilma permaneceu firme e demonstrou uma articulação rara a seus
discursos - qualidades que, se vistas mais vezes, talvez tivessem evitado que
seu governo tivesse chegado tão perto do abismo.
"Solicitar minha renúncia é reconhecer que não há
base para o impachment, não há base para qualquer ato contra minha pessoa.
Tenho cara de quem está resignada? Tenho gênio de quem está resignada? É
impossível quem me conhece achar que, pela minha trajetória, eu renuncie, eu me
resigne diante de tamanho desrespeito à lei. Não tenho essa atitude diante da
vida. E é por isso que eu represento o povo brasileiro, que também não é um
povo resignado", disse a petista.
Ao ser questionada por jornalistas sobre uma eventual
renúncia, a presidente demonstrou irritação: "Isso para mim é
ofensa". Dilma desconversou sobre a nomeação do ex-presidente Lula para um
ministério de seu governo - e não negou que a ideia possa ser de fato levada
adiante.
Nos últimos dias, petistas têm defendido que Lula assuma
um ministério para adquirir foro privilegiado e escapar, assim, de ser julgado
pelo juiz Sergio Moro, que conduz os processos relativos à Lava Jato em
Curitiba. "Teria o maior orgulho de ter Lula como ministro. Ele daria uma
imensa contribuição para qualquer governo", afirmou. Questionada se a
medida seria, então, adotada, Dilma foi evasiva: "Não vou discutir".
Dilma tratou ainda dos protestos convocados para domingo.
Afirmou que manifestações são um momento importante para o país e que, por
isso, "não devem ser manchadas por atos de violência". "Não cabe
perder esse patrimônio", prosseguiu.
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