Imagem: Reprodução/Internet |
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori
Zavascki autorizou a abertura de dois novos inquéritos para investigar a
suposta ligação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o esquema
de corrupção da Petrobras.
Os dois processos estão em segredo de justiça e não há
detalhes das novas linhas de investigação, mas os inquéritos tratam de crimes
de corrupção ativa e passiva e ainda de lavagem de dinheiro.
Cunha já é alvo de uma ação penal, uma denúncia e mais um
inquérito na Lava Jato, que o investigam por recebimento de propina em recursos
desviados da estatal.
Na semana passada, o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, afirmou que duas novas denúncias contra Cunha devem ser
apresentadas em breve ao STF.
O deputado foi citado por vários delatores, como Alberto
Youssef, Júlio Camargo, Fernando Baiano, Ricardo Pernambuco e Ricardo
Pernambuco Júnior.
Em fevereiro, o STF
transformou Cunha em réu, sob acusação dos crimes de corrupção e lavagem de
dinheiro, por seu suposto envolvimento no esquema de desvios na Petrobras.
Ele teria atuado num esquema de pagamento de propina de
contratos de navios-sonda da Petrobras. Segundo a acusação da Procuradoria, os
dois contratos de navios-sonda somam US$1 bilhão e envolveram o acerto de uma
propina de US$ 40 milhões para políticos e ex-funcionários da Petrobras. Cunha
teria recebido US$ 5 milhões.
Em relação às contas na Suíça, PGR ofereceu denúncia ao
STF afirmando que Cunha teria recebido mais de R$ 5 milhões em propina para
garantir o esquema de corrupção na Petrobras e atuar na Diretoria da Área
Internacional para facilitar e não colocar obstáculo na compra do campo de Benin
– ao custo de R$ 138 milhões para a estatal.
Os recursos teriam abastecidos contas ligadas a Cunha e
familiares no exterior e pago despesas de luxo.
Há ainda um outro inquérito que leva em conta a delação
premiada de empresários da Carioca Engenharia, que acusam o peemedebista de ter
recebido propina em contas no exterior.
Os desvios estariam ligados a obter a liberação de verbas
do fundo de investimentos do FGTS para o projeto do Porto Maravilha, no Rio, do
qual a Carioca Engenharia obteve a concessão em consórcio com as construtoras
Odebrecht e OAS e chegaria a R$ 52 milhões, segundo a PGR.
Essa liberação ocorreria por influência do aliado de
Cunha Fábio Cleto, que ocupou uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal e
também o conselho do fundo de investimento do FGTS.
As transferências informadas à PGR totalizam US$ 3,9
milhões entre 2011 e 2014, saindo de contas na Suíça dos delatores para cinco
contas no exterior que eles afirmam terem sido indicadas pelo próprio Cunha.
A defesa de Cunha disse que não foi informada dos novos
pedidos de investigação contra o presidente da Câmara.
Por Marcio Falcão para a Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário