O Parlamento venezuelano, em Caracas, no dia 17 de março e 2016 (Foto: AFP/Frederico Parra) |
O Parlamento venezuelano, dominado pela oposição,
formalizou nesta sexta-feira um pedido de doação de remédios a quatro países,
entre eles o Brasil, assim como a várias organizações internacionais, devido à
grave escassez no país.
A medida já havia sido rejeitada pelo presidente Nicolás
Maduro.
O pedido foi dirigido a Brasil, Chile, Uruguai e México e
será canalizado por intermédio do Poder Legislativo desses países, afirmou o
deputado Luis Florido, citado em um comunicado da Assembleia Nacional.
Presidente da Comissão de Política Externa do Congresso,
Florido visitou esses países recentemente para denunciar que a Venezuela sofre
uma "crise humanitária" pelo desabastecimento de remédios e de outros
itens básicos.
Maduro nega que exista essa crise e rejeita os pedidos de
ajuda feitos pela oposição. Para ele, o objetivo desses anúncios é criar as
condições para uma intervenção militar dos Estados Unidos.
Florido afirmou que, "graças às demonstrações de
solidariedade recebidas durante a viagem, agora, pedimos aos Parlamentos dos
países irmãos que promovam a doação de remédios por parte de seus governos para
atender à grave crise humanitária sofrida pelo povo da Venezuela por culpa das
políticas ruins do governo".
O pedido se estendeu ao Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef) e às organizações humanitárias Bill And Melinda Gates
Foundation, The Global Fund, Gavi The Vaccine Alliance e Unitaid.
O congressista citou números do setor privado, que
mostram, segundo ele, que 95% dos 300 hospitais públicos venezuelanos contam
apenas com 7% dos insumos necessários para seu funcionamento.
O pedido de donativos inclui remédios para tratar de
doenças como câncer, diabetes, pressão alta, convulsões, Mal de Parkinson e
problemas cardiovasculares, além de anticoncepcionais, analgésicos e
antibióticos.
AFP
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